S?o Paulo, segunda-feira, 29 de junho de 2009
Publicado na Folhateen
Diego largou a namorada para ser padre; Gihad vai ser xeque e se casar? com quem seus pais escolherem; Felipe troucou a farra por um futuo como pastor; Allyne ensina espiritismo, mas escondia sua religi?o na escola; Ione ? proibida de tocar pessoas em per?odos de aprendizado do candombl?; Prana mudou de nome ao virar monge hare Krishna e Aron estudou em dois continente para ser rabino; saiba por que esses sete jovens querem ser l?deres religiosos A turma do primeiro ano do Semin?rio Nossa Senhora da Assun??o, que forma padres em S?o Paulo, tem 11 alunos. Pela m?dia da institui??o, quatro deles devem desistir antes de completarem o curso. O percurso ? longo, soma oito anos: um ano de proped?utico (introdu??o religiosa), mais tr?s anos de gradua??o de filosofia e quatro anos de faculdade de teologia. Gihad Mazloum, 17, est? no primeiro ano do curso para se tornar um xeque -l?der religioso do islamismo. Quando Felipe Pereira, 17, terminou o ensino m?dio, pensava em ser veterin?rio ou administrador. Desistiu da primeira carreira quando o cachorro de um amigo o mordeu. A segunda saiu de perspectiva quando o pastor da igreja batista que frequenta h? cinco anos disse que a comunidade, em Guarulhos (SP), precisava de um sacerdote jovem. H? sete anos, Allyne Lopes, 19, n?o contava para nenhum colega de escola que ia a um centro esp?rita. Tinha medo de sofrer preconceito, caso eles pensassem que ela tinha o dom de ver e de receber esp?ritos. “Receava que dissessem que eu era macumbeira”, conta, rindo. Candombl? Aos quatro anos de idade, Ione de Souza n?o pronunciava quase nenhuma palavra. Depois de ir, em v?o, ? fonoaudi?loga, foi com a m?e a uma casa de santo, onde ouviu que precisava de uma “cura espiritual”. Iniciou-se no candombl? e saiu de l? falando. ? dif?cil crer que a voz calma de Prana Natha Das, 25, cantou ska em uma banda antes de entoar mantras hare Krishna. Juda?smo A barba longa, sem aparar, esconde a pouca idade do rabino Aron Kurc, 25. A maturidade que ele demonstra enquanto explica ? reportagem porque decidiu seguir a vida religiosa, tamb?m. |
Viver para crer
Perguntas e respostas – Jovens/Religi?o
De: Diego Macedo, 19, seminarista cat?lico
Para: Gihad Mohamad Nazloum, 17, estuda para ser xeque
O que o isl? diz a respeito da guerra?
A palavra ?isl?? quer dizer paz, submiss?o a Deus. Algumas pessoas ligam o isl? ao terrorismo, confundem o homem mu?ulmano com um terrorista e uma mulher mu?ulmana com uma pessoa sempre pronta para a guerra. O Cor?o diz que n?o podemos gerar conflitos sem sermos provocados, se por acaso voc? for tocado, voc? pode se defender. As pessoas que v?o para a guerra v?o porque foram provocadas e v?o por Deus, isso ? o Gihad, como meu nome, que significa enfrentar as coisas por amor a Deus. N?o podemos guerrilhar com quem n?o nos fez nada
De: Gihad Mohamad Nazloum, 17, estuda para ser sheikh
Para: Felipe Carlos de Souza Pereira, 17, batista, estudante de teologia
O que lhe motiva a estudar sobre a sua religi?o?
Motivo-me pela f? que tenho em Deus, pelas confirma?es de que fiz a escolha certa e pela vontade que tenho de estudar. Em qualquer ?rea que estamos come?ando a estudar, pensamos que as coisas s?o de uma maneira, mas depois vemos que s?o de outra. N?o foi diferente na faculdade de teologia, me assustei quando vi que teria que estudar portugu?s e filosofia, por exemplo, mas hoje vejo como s?o mat?rias importantes e me sinto mais estimulado
De: Felipe Carlos de Souza Pereira, 17, batista, estudante de teologia
Para: Allyne Lopes, 19, esp?rita
No mundo de hoje sem muita religi?o, qual a a??o do espiritismo para atrair mais jovens?
O espiritismo busca sempre ligar suas atividade ? caridade e ao trabalho volunt?rio. Hoje, trabalhar com o pr?ximo ? uma coisa que atrai a juventude, n?o ? mais um "mico" ou uma vergonha, mas motivo de orgulho. Essa nova consci?ncia faz com que mais jovens se identifiquem com o espiritismo e com as atividades volunt?rias. Essas a?es dependem muito de cada casa esp?rita, umas trabalham com m?sica, outras com crian?as carentes, por exemplo
De: Allyne Lopes, 19, esp?rita
Para: Prana Natha, 25, hare Krishna
– Por morar no templo, voc?s est? o tempo todo em contato com a religi?o. Sente que isso o aproxima mais de Deus?
As pessoas que se voltam ? sua religi?o assumem as mesmas caracter?sticas de Deus. Muitas dessas pessoas, sejam crist?os ou mu?ulmanos, acabam tendo as mesmas caracter?sticas entre si quando se dedicam exclusivamente a Deus: s?o mansos, s?bios e pensam primeiro no pr?ximo. Da mesma maneira, se uma pessoa, independente da sua religi?o, se dedica totalmente ao servi?o a Deus, ela est? alimentando a raiz de uma ?rvore e n?o somente as folhas e toda a humanidade se beneficiar?
De: Prana Natha, 25, monge hare krishna
Para: Ione Evenise de Souza, 23, se prepara para ser m?e de santo
-Como a sua religi?o lhe ajuda em seus desafios pessoais?
A religi?o me ajuda com equil?brio espiritual, me d? for?as para dar continuidade ?s coisas, ver os problemas de outra maneira. Aprendi a ter mais paci?ncia, que ? assim que os problemas ser?o resolvidos, com calma. ? um ponto de equil?brio. Aprendo com as rezas, com as conversas com minha m?e de santo. Eu sempre quero que as coisas aconte?am do meu jeito e na hora que eu quero, a religi?o me ajuda a controlar isso, ser menos impulsiva e mais paciente
De: Ione Evenise de Souza, 23, se prepara para ser m?e de santo
Para: Diego Macedo, 19, seminarista cat?lico
-Qual o papel da igreja em rela??o ? fome no mundo?
A igreja cat?lica tem in?meras associa?es que ajudam a amenizar a fome no pa?s e no mundo. Tamb?m em nossas par?quias e comunidades, disponibilizamos cestas b?sicas ?s fam?lias carentes. Por?m, para extinguirmos este mal que assola a humanidade ? necess?rio acabarmos com a pobreza atacando suas causas tal qual a gan?ncia que resiste a uma justa distribui??o de renda. Ainda agimos atrav?s de iniciativas como o Ceat (Centro de Atendimento ao Trabalhador) da Arquidiocese de S?o Paulo, que procura ajudar os pais de fam?lia a encontrarem um emprego digno para amenizar o sofrimento em seus lares
