Morador de rua

Da Reda??o
Em S?o Paulo



Uma pesquisa encomendada pelo Minist?rio do Desenvolvimento Social e Combate ? Fome (MDS) e divulgada nesta ter?a-feira (29), em Bras?lia, revela o perfil dos moradores de rua brasileiros. Os pesquisadores escolheram cidades com mais de 300 mil habitantes e sa?ram a campo entrevistando moradores de rua com mais de 18 anos de idade. A principal conclus?o do estudo ? que as pessoas em situa??o de mendic?ncia s?o em sua maioria homens alfabetizados e jovens, que abandonaram suas casas por problemas com ?lcool ou drogas ou por terem perdido o emprego.

Uma equipe formada por 1.479 pesquisadores e assistentes sociais saiu a campo para entrevistar pessoas que habitam cal?adas, pra?as, rodovias, parques, viadutos, postos de gasolina, praias, barcos, t?neis, dep?sitos e pr?dios abandonados, becos, lix?es, ferro-velho ou que pernoitam em institui?es como albergues e abrigos. No total, foram ouvidos 31.922 pessoas, espalhados por cidades m?dias e por quase todas as capitais brasileiras, com exce??o de S?o Paulo, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre.


Cada entrevistado respondeu a um question?rio com cerca de 20 perguntas. A an?lise dos dados recolhidos revela que 82% da popula??o de rua ? formada por homens. Mais da metade (52%), t?m entre 25 e 44 anos de idade. Quanto ? ra?a, 39,1% se declararam pardos, 29,5% se disseram brancos e 27,9% se identificaram como negros.

Do total de indiv?duos pesquisados, 48,4% est?o fora de casa h? mais de dois anos. Dois em cada tr?s (69,6%) dormem na rua, enquanto 22% costumam dormir em albergues ou outras institui?es. Outros 8,3% costumam alternar, ora dormindo na rua, ora dormindo em albergues.

Surpreendentemente, as pessoas em situa??o de mendic?ncia se revelaram escolarizadas. Do total, 74% sabiam ler e escrever e quase a metade (48,4%) disseram ter completado o ensino fundamental.

Os principais motivos pelos quais essas pessoas passaram a viver e morar na rua se referem aos problemas de alcoolismo e/ou drogas (35,5%); desemprego (29,8%) e desaven?as com familiares (29,1%).

A pesquisa p?e em xeque a no??o de que moradores de rua s?o pessoas que abandonaram suas cidades de origem e n?o mant?m nenhum v?nculo familiar. Uma parte consider?vel (58%) se disse origin?ria da mesma cidade em que se encontra (58%) ou de locais pr?ximos. E mais: 51,9% dos entrevistados afiramaram possuir algum parente que residindo na mesma cidade onde se encontram.

Entre os que j? moraram em outras cidades, 45,3% se deslocaram em busca de novas oportunidades de trabalho. O segundo principal motivo foram as desaven?as familiares (18,4%).

Questionados sobre o que fazem para sobreviver, 70,9% dos entrevistados disseram exercer alguma atividade remunerada. Apenas 15,7% revelaram que a sua principal fonte de renda s?o as esmolas.

Quanto ao tipo de atividade exercida, os moradores de rua pesquisados se dividem em catadores de materiais recicl?veis (27,5%), flanelinhas (14,1%), trabalhadores da constru??o civil (6,3%), limpeza (4,2%) e carregador/estivador (3,1%).

Como se pode imaginar, os n?veis de renda dessa parcela da popula??o s?o baixos. Mais da metade dos moradores de rua entrevistados (52,6%) disseram ganhar entre R$ 20 e R$ 80 por semana.

A grande maioria (88,5%) disse n?o receber qualquer benef?cio de ?rg?os governamentais, tal como o Bolsa Fam?lia. Um em cada cinco entrevistados disse que n?o consegue se alimentar todos os dias, por falta de recursos financeiros. Mas quatro em cada cinco afirmaram conseguir fazer pelo menos uma refei??o por dia.

Boa parte das pessoas em situa??o de mendic?ncia utiliza os servi?os de sa?de p?blica, como hospitais e postos de sa?de. Nessas ocasi?es, 75% deles possuem pelo menos algum documento que comprove a sua identidade. A maioria tem carteira de identidade (58,9%), certid?o de nascimento ou casamento (49,5%) e CPF (42,2%).

A pesquisa reevelou que os moradores de rua em geral s?o pessoas saud?veis. Apenas um ter?o deles afirmou ter algum problema de sa?de. A doen?a mais freq?ente ? hipertens?o (10,1%), seguida por problemas psiqui?tricos (6,1%) e HIV/aids (5,1%).

Questionados sobre que tipo de discrimina??o sofrem por viver em situa??o de rua, os entrevistados disseram que freq?entemente s?o impedidos de entrar em certos locais, tais como lojas, shopping centers e meios de transporte coletivo.

Com base nos dados levantados nessa pesquisa, o Minist?rio do Desenvolvimento Social e Combate ? Fome diz que pretende elaborar pol?ticas p?blicas para lidar com o problema da mendic?ncia. A id?ia ? estabelecer um plano nacional para ajudar as cidades m?dias e grandes a combaterem o problema, e quem sabe reintegrar essas pessoas ? sociedade. Em cada uma das 71 cidades pesquisadas, o total de pessoas em situa??o de rua gira em torno de 0,061% da popula??o local.

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