caminhando contra o vento


Somos uma igreja que caminha e que milita na perspectiva do Hino 202. De fato a Gra?a de Deus nos alimenta e nos fortalece numacaminhada na contra-m?o da sociedade atual. Os bispos e bispa da nossa igrejaconcordam, que a Gra?a nos faz confrontar o esp?rito do nosso tempo, onde tudo tem pre?o. E afirmam ainda que a Gra?a nos inspira a subverter a ordem vigente. Sem d?vida, fomos chamados (as) bem antes do ?ltimo conc?lio geral, pelo pr?prio Senhor Jesus, para salgarmos e iluminarmos este mundo. A isso, temos chamado de: "Espalhar a santidade b?blica em toda a terra"! O Jesus da Palestina ? o nosso "Caminho". Pelo menos se espera que caminhemos como ele andou. Nunca ningu?m subverteu tanto a ordem vigente como Ele. Nunca ningu?m confrontou t?o efetivamente o esp?rito de seu tempo como Ele. Durante a sua caminhada mission?ria, enfrentou a press?o de v?rios ventos doutrin?rios de in?meros movimentos religiosos, sem nunca negociar ou perder a gra?a e a sua pr?pria identidade, como se v? na atualidade.


? poss?vel visualizar no cen?rio metodista nacional alguns que optaram em ser "birutas" (entenda-se instrumento utilizado pela navega??o a?rea para descobrir as v?rias dire?es do vento), outros tantos insistem em caminhar contra o vento e com muitos documentos! Afinal, qual a melhor op??o? Como uma igreja resgatada deve caminhar? Inicialmente, ? importante entender que a caminhada mission?ria da Igrejaneste mundo, n?o deve ser um caminhar "sensual" nas passarelas do mercado religioso, exibindo as formas sinuosoas de sua estrutura administrativa e arquitet?nica. Uma igreja resgatada pela gra?a, n?o caminha reproduzindo os "requebros das vacas de Bas?" (ver Am?s 4) e tampouco se torna escrava da ditadura de uma beleza filos?fico-positivista sacrificando os valores do evangelho ao deus "Mamom". Homens e mulheres wesleyanos conscientes sabem que o mais importante n?o est? nas formas e sim, no conte?do. Ainda que concordemos que explorar as formas faz parte do processo. Mas, at? que pre?o? Somos Igreja de Jesus que deve caminhar cheia da Gra?a deDeus e que deveter clareza de suaidentidade. ? certo que n?o caminhamos como igreja uniformizada, mas unida. A prop?sito, a poetisa Simei Monteiro nos lembra que "se caminhar ? preciso, caminharemos unidos(as)"!Afinal, como Deus v? a nossa caminhada?



"Olha que coisa mais linda! Mas, ? cheia de Gra?a?"



Contrariando os compositores Antonio Carlos Jobim e Vin?cius de Moraes, autores da cl?ssica "garota de Ipanema", reafirmamos aqui que a est?tica n?o ? fundamental. Como j? dizia o Esp?rito Santo ao Juiz Samuel; "…o homem v? a apar?ncia mas, Deus v? o cora??o"(ver ISam.16.7). Talvez, se a vista do ponto onde nossos poetas estavam, fosse as favelas cariocas cheias de homens, mulheres, crian?as, idosos, pessoas portadoras de necessidades especiais, gente linda e sofrida que dificilmente passam o fim de semana em Ipanema! Trabalhadores (as) cansados (as) que n?o perdem a esperan?a nunca e que apesar de tanta droga e dengue, ainda torcem pro Flamengo ?s l?grimas e continuam cantando as m?sicas de Jorge Bem Jor. Sim, se nossos compositores estivessem olhando para esta realidade talvez compusessem; "Os pobres em Ipanema". Desse ponto de vista seria bem diferente. ? claro que a no??o do belo na can??o "Garota de Ipanema", se limita ao aspecto sensual da mulher carioca e ? paisagem buc?lica que mistura o mar com o c?u e o sol com suor. A no??o de Gra?a que a m?sica passa tamb?m n?o ? muito teol?gica, mas tenta falar da espontaneidade com que caminha a tal garota. Diante da caminhada da Igreja Metodista Brasileira em sua miss?o, ser? que Deus cantaria… "Olha, que coisa mais linda e cheia de gra?a?"


Vamos comparar agora o conte?do da miss?o da Igreja de Jesus, com asformaseclesi?sticas de nossas igrejas locais? Pense comigo: Quantos minist?rios existem em sua igreja local? Se gasta muito tempo em sua igreja para definir as prioridades do planejamento? Todas as prioridades escritas no Plano de A??o de sua igreja s?o necessidades reais? A prop?sito, o minist?rio de A??o social existe? E o que basicamente ele est? fazendo em prol dos pobres da comunidade? Sua igreja tem algum trabalho com crian?as ou mulheres carentes? H? muitas mulheres l?deres em sua igreja? Onde est?o os(as) negros(as) em sua comunidade? O que acontece quando algum visitante participa das atividades? Mas, e o "momento de louvor" ? bonito? O templo ? lindo? A arrecada??o financeira ? expressiva? Estamos ganhando muitas "almas" ou discipulando pessoas a viverem como Jesus viveu? Ser comunidade mission?ria a servi?o do povo ? sinalizar a Gra?a; ? deixar esse conte?do se derramar na fam?lia, no bairro, na escola, na f?brica, no Senado, na Coream, na Clam e em nossos conc?lios.


Falar da Igreja que caminha ? assunto muito s?rio. Pois, trata-se deidentificar entre os "balanceios" da estrutura eclesi?stica e as din?micas do Esp?rito Gracioso de Deus, o conte?do essencial. Avaliar a caminhada da Igreja Metodista em terras brasileiras ? buscar reescrever ou qui??, escrever o metodismo brasileiro, a partir da peregrina??o de Jesus Cristo. Como ele caminhava? O que fazia? O que ganhava relev?ncia para ele? As formas ou o conte?do? A arquitetura dos templos e sinagogas, os calend?rios festivos, a quantidade de peregrinos judeus em Jerusal?m ou a possibilidade de um assento no Sin?drio? Jesus continua sendo o modelo maior da Igreja Metodista. Basicamente, a heran?a wesleyana ? conseq??ncia da grande comiss?o de Jesus. Wesley leu a B?blia cheio do Esp?rito Santo, abriu o cora??o para a humanidade efez o seu "dever de casa" . Numa sociedade cada vez mais intolerante e hipocritamente religiosa, qual deve ser a vis?o predominante da Igreja enquantocaminha? ? claro que ? a vis?o Da Gra?a. Esse ? o seu conte?do. Portanto, precisamos vencer a s?ndrome da "garota de Ipanema".



Wesley, nos deu r?gua e compasso para uma espiritualidade equilibrada!


Como j? dissemos, Jesus continua sendo o nosso modelo. J? est? resolvido quea salva??o ? um dom de Deus, mediante a F?, conforme Ef.2.8-10. Segundo Theodore Runyon, a Gra?a ? ao mesmo tempo uma "experi?ncia" e uma "d?diva", o "perd?o". Lembra-nos ainda que: "O fato derradeiro, mais profundo, e ao mesmo tempo o mais simples, ? que n?o se pode ter Deus, sem Deus". E o nome para essa iniciativa que vem do outro lado chama-se, Gra?a!


As 5 ?nfases wesleyanas nos dar ferramentas preciosas para redesenharmos ou desenharmos a nossa hist?ria metodista brasileira. De certa forma, ele nos deu "r?gua e compasso"; veja voc? mesmo leitor (a); tome uma r?gua, um compasso e um papel em branco. Trace um quadrado. Em cada lado escreva as seguintes ?nfases; Tradi??o, Experi?ncia, Raz?o e Cria??o. No centro do quadril?tero escreva; Escrituras. Em seguida, fa?a pequenos c?rculos, mantendo no centro destes cada ?nfase wesleyana. Agora pinte cada c?rculo com as cores lit?rgicas; parab?ns! Agora escreva abaixo o que sua obra de arte sugere e compartilhe com sua fam?lia. Somos uma igreja que vive a multiforme gra?a de Deus. O "balance" ou equil?brio ? nossa marca maior. Traduzindo isso, significa VIVER A GRA?A em meio ? adversidade. Onde o racionalismo e o tradicionalismo amea?arem a ternura da f?, a experi?ncia revitalizadora do Esp?rito Santo nos devolve a sanidade, nos mantendo na boa tradi??o. Por outro lado, onde o "entusiasmo" amea?ar a autoridade das Escrituras, expondo a raz?o ao rid?culo e pondo em risco a nossa identidade, O Esp?rito gracioso de Deus nos devolve o senso de ordem e dec?ncia enquanto caminhamos. Dessa forma, caminharemos com beleza e gra?a em meio a tanta intoler?nciae politicagens.Floresceremos como a Palmeira em meio a tantos sinais de desgra?as e por fim, anunciaremos apazea liberdade aos cativos, como dispenseiros(as) da multiforme gra?a de Deus e somente assim seremos "Semelhantes a Jesus" como bem canta Asaph Borba.


Jos? Roberto Alves Loiola Pastor da Igreja Metodista em Taguatinga Central-DF e Secret?rio do Minist?rio Regional de Combate ao Racismo da 5a Regi?o eclesi?stica.

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