(R?dio Vaticano, 14 de janeiro de 2010)
“Agrade?o o honroso convite que me foi feito. Quero manifestar minha grande alegria por estar aqui com todos voc?s em Porto Pr?ncipe, Haiti, para participar da assembleia de religiosos.
Como irm? de dois franciscanos e de tr?s irm?s da Congrega??o das Irm?s Escolares de Nossa Senhora, estou muito feliz entre todos voc?s. Dou gra?as a Deus por este momento.
Na realidade, todos n?s estamos aqui, neste encontro, porque sentimos dentro de n?s um forte chamado para difundir ao mundo a boa not?cia de Jesus. A boa not?cia, transformada em a?es concretas, ? luz e esperan?a na conquista da Paz nas fam?lias e nas na?es. A constru??o da paz come?a no cora??o das pessoas e tem seu fundamento no amor, que tem suas ra?zes na gesta??o e na primeira inf?ncia, e se transforma em fraternidade e responsabilidade social.
A paz ? uma conquista coletiva. Tem lugar quando encorajamos as pessoas, quando promovemos os valores culturais e ?ticos, as atitudes e pr?ticas da busca do bem comum, que aprendemos com nosso mestre Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abund?ncia” (Jo 10.10).
Espera-se que os agentes sociais continuem, al?m das refer?ncias ?ticas e morais de nossa Igreja, ser como ela, mestres em orientar as fam?lias e comunidades, especialmente na ?rea da sa?de, educa??o e direitos humanos. Deste modo, podemos formar a massa cr?tica das comunidades crist?s e de outras religi?es, em favor da prote??o da crian?a desde a concep??o, e mais excepcionalmente at? os seis anos, e do adolescente. Devemos nos esfor?ar para que nossos legisladores elaborem leis e os governos executem pol?ticas p?blicas que incentivem a qualidade da educa??o integral das crian?as e sa?de, como prioridade absoluta.
O povo seguiu Jesus porque ele tinha palavras de esperan?a. Assim, n?s somos chamados para anunciar as experi?ncias positivas e os caminhos que levam as comunidades, fam?lias e pais a serem mais justos e fraternos. Como disc?pulos e mission?rios, convidados a evangelizar, sabemos que a for?a propulsora da transforma??o social est? na pr?tica do maior de todos os mandamentos da Lei de Deus: o amor, expressado na solidariedade fraterna, capaz de mover montanhas: “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao pr?ximo como a n?s mesmos” significa trabalhar pela inclus?o social, fruto da Justi?a; significa n?o ter preconceitos, aplicar nossos melhores talentos em favor da vida plena, prioritariamente daqueles que mais necessitam. Somar esfor?os para alcan?ar os objetivos, servir com humildade e miseric?rdia, sem perder a pr?pria identidade.
Todo esse caminho necessita de comunica??o constante para iluminar, animar, fortalecer e democratizar nossa miss?o de f? e vida. Cremos que esta transforma??o social exige um investimento m?ximo de esfor?os para o desenvolvimento integral das crian?as. Este desenvolvimento come?a quanto a crian?a se encontra ainda no ventre sagrado da sua m?e. As crian?as, quando est?o bem cuidadas, s?o sementes de paz e esperan?a. N?o existe ser humano mais perfeito, mais justo, mais solid?rio e sem preconceitos que as crian?as. N?o ? por nada que disse Jesus: “… se voc?s n?o ficarem iguais a estas crian?as, n?o entrar? no Reino dos C?us” (MT 18,3). E “deixem que as crian?as venham a mim, pois deles ? o Reino dos C?us” (Lc 18, 16).
Hoje vou compartilhar com voc?s uma verdadeira hist?ria de amor e inspira??o divina, um sonho que se fez realidade. Como ocorreu com os disc?pulos de Ema?s (Lc 24, 13-35), “Jesus caminhava todo o tempo com eles. Ele foi reconhecido a partir do p?o, s?mbolo da vida.” Em outra passagem, quando o barco no Mar da Galileia estava prestes a afundar sob violentas ondas, ali estava Jesus com eles, para acalmar a tormenta. (Mc 4, 35-41).
Com alegria vou contar o que “eu vi e o que tenho testemunhado” h? mais de 26 anos desde a funda??o da Pastoral da Crian?a, em setembro de 1983.
Aquilo que era uma semente, que come?ou na cidade de Florest?polis, Estado do Paran?, no Brasil, se converteu no Organismo de A??o Social da Confer?ncia Nacional dos Bispos do Brasil, presente em 42 mil comunidades pobres e nas 7.000 par?quias de todas as Dioceses da Brasil.
Por for?a da solidariedade fraterna, uma rede de 260 mil volunt?rios, dos quais 141 mil s?o l?deres que vivem em comunidades pobres, 92% s?o mulheres, e participam permanentemente da constru??o de um mundo melhor, mais justo e mais fraterno, em servi?o da vida e da esperan?a. Cada volunt?rio dedica em m?dia 24 horas ao m?s a esta miss?o transformadora de educar as m?es e fam?lias pobres, compartilhar o p?o da fraternidade e gerar conhecimentos para a transforma??o social.
O objetivo da Pastoral da Crian?a ? reduzir as causas da desnutri??o e a mortalidade infantil, promover o desenvolvimento integral das crian?as, desde sua concep??o at? o seis anos de idade. A primeira inf?ncia ? uma etapa decisiva para a sa?de, a educa??o, a consolida??o dos valores culturais, o cultivo da f? e da cidadania com profundas repercuss?es por toda a vida.
Um pouco de hist?ria:
Sou a 12? de 13 irm?os, cinco deles s?o religiosos. Tr?s irm?s religiosas e dois sacerdotes franciscanos. Um deles ? D. Paulo Evaristo, o Cardeal Arns, Arcebispo em?rito de S?o Paulo, conhecido por sua luta em favor dos direitos humanos, principalmente durante os vinte anos da ditadura militar do Brasil.
Em maio de 1982, ao voltar de uma reuni?o da Organiza??o das Na?es Unidas (ONU), em Genebra, D. Paulo me chamou pelo telefone a noite. Naquela reuni?o, James Grant, ent?o diretor executivo da Unicef (Fundo das Na?es Unidas para a Inf?ncia), falou com insist?ncia sobre o soro oral. Considerado como o maior avan?o da medicina no s?culo passado, esse soro era capaz de salvar da morte milh?es de crian?as que poderiam morrer por desidrata??o devido a diarreia, uma das principais causas da mortalidade infantil no Brasil e no mundo. James Grant conseguiu convencer a D. Paulo para que motivasse a Igreja Cat?lica a ensinar as m?es a preparar e administrar o soro oral. Isto podia salvar milhares de vidas.
Vi?va fazia cinco anos, eu estava, naquela noite hist?rica, reunida com os cinco filhos, entre os nove e dezenove anos, quando recebi a chamada telef?nica do meu irm?o D. Paulo. Ele me contou o que havia passado e me pediu para refletir sobre ele. Como tornar realidade a proposta da Igreja de ajudar a reduzir a morte das crian?as? Eu me senti feliz diante deste novo desafio. Era o que mais desejava: educar as m?es e fam?lias para que soubessem cuidar melhor de seus filhos!
Creio que Deus, de certo modo, havia me preparado para esta miss?o. Baseada na minha experi?ncia como m?dica pediatra e especialista em sa?de p?blica e nos muitos anos de dire??o dos servi?os p?blicos de sa?de materna-infantil, compreendi que, al?m de melhorar a qualidade dos servi?os p?blicos e facilitar ?s m?es e crian?as o acesso a eles, o que mais falta fazia ?s m?es pobres era o conhecimento e a solidariedade fraterna, para que pudessem colocar em pr?tica algumas medidas b?sicas simples e capazes de salvar seus filhos da desnutri??o e da morte, como por exemplo a educa??o alimentar e nutricional para as gr?vidas e seus filhos, a amamenta??o materna, as vacinas, o soro caseiro, o controle nutricional, al?m dos conhecimentos sobre sinais e sintomas de algumas doen?as respirat?rias e como as prevenir.
Me vem ? mente ent?o a metodologia que utilizou Jesus para saciar a fome de 5.000 homens, sem contar as mulheres e as crian?as. Era noite e tinham fome. Os disc?pulos disseram a Jesus que o melhor era que deixassem suas casa, mas Jesus ordenou: “Dai-lhes v?s de comer”. O ap?stolo Felipe disse a Jesus que n?o tinham dinheiro para comprar comida para tanta gente. Andr?, irm?o de Sim?o, sinalou a uma crian?a que tinha dois peixes e cinco p?es. E Jesus mandou que se sentassem em grupos de cinquenta a cem pessoas (em pequenas comunidades). Ent?o pensei: Por que morrem milh?es de crian?as por motivos que podem facilmente ser prevenidos? O que faz com que eles se tornem criminosos e violentos na adolesc?ncia?
Recordei o in?cio da minha carreira, quando me desafiei a querer diminuir a mortalidade infantil e a desnutri??o. Vieram a minha mente milhares de m?es que trocaram o leite materno pela mamadeira dilu?da em ?gua suja. Outras m?es que n?o vacinam seus filhos, quando n?o havia ainda cesta b?sica no Centro de Sa?de. Outras m?es que limpavam o nariz de todos os seus filhos com o mesmo pano, ou pegavam seus filhos e os humilhavam quando faziam xixi na cama. E ainda mais triste, quando o pai chegava em casa b?bado. Ao ouvir o grito de fome e carinho de seus filhos, os venciam mesmo quando eram muito pequenos. Sabe-se, segundo resultados de pesquisas da OMS (Organiza??o Mundial da Sa?de), cuja publica??o acompanhei em 1994, que as crian?as maltratadas antes de um ano de idade t?m uma tend?ncia significativa para viol?ncia, e com frequ?ncia fazem crimes antes dos 25 anos.
A Igreja, que somos todos n?s, que dev?amos fazer?
Tive a seguridade de seguir a metodologia de Jesus: organizara as pessoas em pequenas comunidades; identificar l?deres, fam?lias com gr?vidas e crian?as menores de seis anos. Os l?deres que se dispusessem a trabalhar voluntariamente nessa miss?o de salvar vidas, seriam capacitados, no esp?rito da f? e vida, e preparados t?cnica e cientificamente, em a?es b?sicas de sa?de, nutri??o, educa??o e cidadania. Seriam acompanhados em seu trabalho para que n?o se desanimassem. Teriam a miss?o de compartilhar com as fam?lias a solidariedade fraterna, o amor, os conhecimentos sobre os cuidados com as gr?vidas e as crian?as, para que estes sejam saud?veis e felizes. Assim como Jesus ordenou que considerassem se todos estavam saciados, t?nhamos que implantar um sistema de informa?es, com alguns indicadores de f?cil compress?o, inclusive para l?deres analfabetos ou de baixa escolaridade. E vi diante de mim muitos gestos de sabedoria e amor apreendidos com o povo.
Senti que ali estava a metodologia comunit?ria, pois podia se desenvolver em grande escala pelas dioceses, par?quias e comunidades. N?o somente para salvar vidas de crian?as, mas tamb?m para construir um mundo mais justo e fraterno. Seria a miss?o do “Bom Pastor”, que est?o atentos a todas as ovelhas, mas dando prioridade ?quelas que mais necessitam. Os pobres e os exclu?dos.Naquela maravilhosa noite, desenhei no papel uma comunidade pobre, onde identifique fam?lias com gr?vidas e filhos menores de seis anos e lideres comunit?rios, tanto cat?licos como de outras confiss?es e culturas, para levar adiante a?es de maneira ecum?nica, pois Jesus veio par que “todos tenham Vida e Vida em abund?ncia” (Jo?o 10,10). Isto ? o que precisa ser feito aqui no Haiti: fazer um mapa das comunidades pobres, identificar as crian?as menores de 6 anos e suas fam?lias e lideres comunit?rios que desejam trabalhar voluntariamente.
Desde a primeira experi?ncia, a Pastoral da Crian?a cultivou a metodologia de Jesus, que ? aplicada em grande escala. No Brasil, em mais de 40 mil comunidades, de 7.000 par?quias de todas as 272 diocese e preladias. Est? se estendendo a 20 pa?ses. Estes s?o, na Am?rica Latina e no Caribe: Argentina, Bol?via, Col?mbia, Paraguai, Uruguai, Peru, Venezuela, Guatemala, Panam?, Rep?blica Dominicana, Haiti, Honduras, Costa Rica e M?xico; na ?frica: Angola, Guin?-Bissau, Guin? Conakry e Mo?ambique e na ?sia: Filipinas e Timor Leste.
Para organizar melhor e compartilhar as informa?es e a solidariedade fraterna entre as m?es e fam?lias vizinhas, as a?es se baseiam em tr?s estrat?gias de educa??o e comunica??o: individual, de grupo e de massas. A Pastoral da Crian?a utiliza simultaneamente as tr?s formas de comunica??o para refor?ar a mensagem, motivar e promover mudan?as de conduta, fortalecendo as fam?lias com informa?es sobre como cuidar dos filhos, promovendo a solidariedade fraterna.
A educa??o e comunica??o individual se fazem atrav?s da 'Visita Domiciliar Mensal nas fam?lias' com gr?vidas e filhos. Os l?deres acompanham as fam?lias vizinhas nas comunidades mais pobres, nas ?reas urbanas e rurais, nas aldeias ind?genas e nos quilombos, e nas ?reas ribeirinhas do Amazonas. Atravessam rios e mares, sobem e descem montes de encostas ?ngremes, caminham l?guas, para ouvir os clamores das m?es e fam?lias, para educar e fortalecer a paz, a f? e os conhecimentos. Trocam ideias sobre sa?de e educa??o das crian?as e das gr?vidas; ensinam e aprendem. Com muita confian?a e ternura, fortalecem o tecido social das comunidade, o que leva a inclus?o social.
Motivados pela Campanha Mundial patrocinadas pela ONU (Organiza??o das Na?es Unidas), em 1999, com o tema “Uma vida sem viol?ncia ? um direito nosso”, a Pastoral da Crian?a incorporou uma a??o permanente de preven??o da viol?ncia com o lema “A Paz come?a em casa”. Utilizou como uma das estrat?gias de comunica??o a distribui??o de seis milh?es de folhetos com “10 Mandamentos para alcan?ar a paz na fam?lia”, debat?amos nas comunidades e nas escolas, do norte ao sul do pa?s.
As visitas, entre tantas outras a?es, servem para promover a amamenta??o materna, uma escola de di?logo e compartilhar, principalmente quando se d? como alimento exclusivo at? os seis meses e se continua dando como alimento preferencial al?m do um ano, inclusive al?m dos dois anos, complementarmente com outros alimentos saud?veis. A suc??o adapta os m?sculos e ossos para uma boa dic??o, uma melhor respira??o e uma arcada dent?ria mais saud?vel.
O carinho da m?e acariciando a cabe?a do beb? melhora a conex?o dos neur?nios. A psicomotricidade da crian?a que mama no peito ? mais avan?ada. Tanto ? assim que se senta, anda e fala mais r?pido, aprende melhor na escola. ? fator essencial para o desenvolvimento afetivo e prote??o da sa?de dos beb?s, para toda a vida. A solidariedade desponta, promovida pelas horas de contato direto com a m?e. Durante a visita domiciliar, a educa??o das mulheres e de seus familiares eleva a autoestima, estimula os cuidados pessoais e os cuidados com as crian?as. Com esta educa??o das fam?lias se promove a inclus?o social.
A educa??o e a comunica??o grupal t?m lugar cada em cada m?s em milhares de comunidades. Esse ? o Dia da Celebra??o da Vida. Momento dedicado ao fortalecimento da f? e da amizade entre fam?lias. Al?m do controle nutricional, est?o os brinquedos e as brincadeiras com as crian?as e a orienta??o sobre a cidadania. Neste dia as m?es compartilham pr?ticas de aproveitamento adequado de alimentos da regi?o de baixo custo e alto valor nutritivo. As frutas, folhas verdes, sementes e talos, que muitas vezes n?o s?o valorizados pelas fam?lias.
Outra oportunidade de forma??o de grupo ? a Reuni?o Mensal de Reflex?o e Evolu??o dos l?deres da comunidade. O objetivo principal desta reuni?o ? discutir e estabelecer solu?es para os problemas encontrados. Essas a?es integram o sistema de informa??o da Pastoral da Crian?a para poder acompanhar os esfor?os realizados e seus resultados atrav?s de Indicadores. A desnutri??o foi controlada. De mais de 50% de desnutridos no come?o, hoje est? em 3,1%.
A mortalidade infantil foi drasticamente reduzida e hoje est? em 13 mortos por mil nascidos vivos nas comunidades com Pastoral da Crian?a. O ?ndice nacional ? 2,33, mas se sabe que as mortes em comunidades pobres, onde est?o a Pastoral da Crian?a, ? maior que ? na m?dia geral. Em 1982, a mortalidade infantil no Brasil foi 82,8 mil nascidos vivos. Estes resultados t?m servido de base para conquistar entidades, como o Minist?rio da Sa?de, Unicef, Banco HSBC, e outras empresas. Elas nos apoiam nas capacita?es e em todas as atividades b?sicas de sa?de, nutri??o, educa??o e cidadania. O custo crian?a/m?s ? de menos de US$ 1.
Em rela??o ? educa??o e ? comunica??o de massas apresentar? tr?s experi?ncias concretas de como a comunica??o ? um instrumento de defesa dos direitos da inf?ncia.
Materiais impressos
O material impresso foi concebido especificamente para ajudar a forma??o do l?der da Pastoral da Crian?a. Os instrutores e os multiplicadores servem como ferramenta de trabalho na tarefa de guiar as fam?lias e comunidades sobre quest?es de sa?de, nutri??o, educa??o e cidadania. Al?m do Guia da Pastoral da Crian?a, se colocou em marcha publica?es como o Manual do Facilitador, Brinquedos e Jogos, Comida e as Hortas Familiares, alfabetiza??o de jovens e adultos e mobiliza??o social.
O jornal da Pastoral da Crian?a, com tiragem mensal de cerca de 280 mil, ou seja 3 milh?es e 300 mil exemplares por ano, chega a todos os l?deres da Pastoral da Crian?a. ? uma ferramenta para a forma??o continua. O Boletim Dicas abarca quest?es relacionadas com a sa?de e a educa??o para cidadania. Este especialmente concebido para os coordenadores e capacitadores da Pastoral da Crian?a. Cada publica??o chega a 7.000 coordenadores.
Para ajudar na vigil?ncia das mulheres gr?vidas, a Pastoral da Crian?a criou os la?os de amor, cart?es com conselhos sobre a gravidez e um partos saud?vel. Outros materiais impressos de grande impacto social ? o folheto com os 10 mandamentos para a Paz na Fam?lia, 12 milh?es de folhetos foram distribu?dos nos ?ltimos anos.
Al?m desses materiais impressos, se envia para as comunidades da Pastoral da Crian?a material para o trabalho de pesagem das crian?as, objetos como balan?as e tamb?m colheres de medir para a reidratar?o oral e sacos de brinquedos para as crian?as brincarem no dia da celebra??o da vida.
Material de som e v?deo
Outra ?rea em que a Pastoral da Crian?a produz materiais ? de som e a produ??o de filmes educativos. O Show ao vivo da R?dio da Vida, produzido e gravado no est?dio da Pastoral da Crian?a, chega a milh?es de ouvintes em todo Brasil. Com os temas de sa?de, de educa??o na primeira inf?ncia e a transforma??o social, o programa de r?dio Viva a Vida se transmite semanalmente 3.740 vezes. Estamos “no ar”, de 2.310 horas semanais em todo Brasil. Al?m disso, o Programa Viva a Vida tamb?m se executa em v?rios tipos de sistemas de som de CD e aparados nas reuni?es de grupo.
A Pastoral da Crian?a tamb?m produz filmes educativos para melhorar e dar conhecimento de seu trabalho nas bases. Atualmente h? 12 t?tulos produzidos que sem ocupam na preven??o da viol?ncia contra as crian?as, comida saud?vel, na gravidez, e na participa??o dos Conselhos Municipais de Sa?de, na preserva??o da AIDS e outros.
Campanhas
A Pastoral da Inf?ncia realiza e colabora em v?rias campanhas para melhorar a qualidade de vida das mulheres gr?vidas, fam?lias e crian?as. Estes s?o alguns exemplos:
a. Campanhas de sais de reidrata??o oral
b. Campanha de Certid?o de Nascimento: a falta de informa??o, a dist?ncia dos cart?rios e a burocracia fazem com que as pessoas fiquem sem certid?es de nascimentos.
c. A mobiliza??o nacional para o registro civil de nascimento, que une o Estado brasileiro e a sociedade, [busca] garantir a cada cidad?o de pleno direito o nome e os direitos.
d. Campanha para promover o aleitamento materno: o leite materno ? um alimento perfeito que Deus colocou ? disposi??o nos primeiros anos de vida.
Permanentemente, a Pastoral da Crian?a promove o aleitamento materno exclusivo at? os seis meses e, em seguida, continuar, com outros alimentos. Isso protege contra doen?as, desenvolve melhor e fortalece a crian?a.
e. Campanha de preven??o da tuberculose, pneumonia e hansen?ase: as tr?s doen?as continuam a afetar muitas crian?as e adultos em nosso pa?s. A Pastoral da Crian?a prepara materiais espec?ficos de comunica??o para educar o p?blico sobre sintomas, tratamento e meios de preven??o destas doen?as.
f. Campanha de Saneamento: o acesso ? ?gua pot?vel e o tratamento de ?guas residuais contribuem para a redu??o da mortalidade infantil. A Pastoral da Crian?a, em colabora??o com outros organismos, mobiliza a comunidade para a demanda por tais servi?os a governos locais e usa os meios ao seu dispor para divulgar informa?es relacionadas ao saneamento.
g. Campanha de HIV/Aids e S?filis: o teste do HIV/Aids e s?filis durante o pr?-natal permite a redu??o de 25% para 1% do risco de transmiss?o para o beb?. A Pastoral da Crian?a apoia a campanha nacional para o diagn?stico precoce destas doen?as.
h. Campanha para a Preven??o da morte s?bita de beb?s “Dormir de barriga para cima ? mais seguro”: Com a finalidade de alertar sobre os riscos e evitar at? 70% das mortes s?bitas na inf?ncia, a Pastoral da Crian?a lan?ou esta grande campanha dirigida ?s fam?lias para que coloquem seus beb?s para dormir de barriga para cima.
i. Campanha de Preven??o do Abuso Infantil: Com esta campanha, a Pastoral da Crian?a esclarece as fam?lias e a sociedade sobre a import?ncia da preven??o da viol?ncia, espancamentos e abuso sexual. Esta campanha inclui a distribui??o de folheto com os dez mandamentos para a paz na fam?lia, como um incentivo para manter as crian?as em uma atmosfera de paz e harmonia.
j. Campanha – 20 de novembro, dia de ora??o e de a??o para as crian?as: A Pastoral da Crian?a participa dos esfor?os globais para a assist?ncia integral e prote??o a crian?as e adolescentes, em colabora??o com a Rede Mundial de Religi?es para a Inf?ncia (GNRC).
Em dezembro de 2009, completei 50 anos como m?dica e, antes de 2002, confesso que nunca tinha ouvido falar em qualquer programa da Unicef ou da Organiza??o Mundial de Sa?de (OMS), ou de outra ag?ncia da Organiza??o das Na?es Unidas (ONU), que estimulasse a espiritualidade como um componente do desenvolvimento pessoal. Como um dos membros da delega??o do Brasil na Assembleia das Na?es Unidas em 2002, que reuniu 186 pa?ses, em favor da inf?ncia, tive a satisfa??o de ouvir a defini??o final sobre o desenvolvimento da crian?a, que inclui o seu “desenvolvimento f?sico, social, mental, espiritual e cognitivo”. Este foi um avan?o, e vem ao encontro do processo de forma??o e comunica??o que fazemos na Pastoral da Crian?a. Neste processo, v?-se a pessoa de maneira completa e integrada em sua rela??o pessoal com o pr?ximo, com o ambiente e com Deus.
Estou convencida de que a solu??o da maioria dos problemas sociais est? relacionada com a redu??o urgente das desigualdades sociais, com a elimina??o da corrup??o, a promo??o da justi?a social, o acesso ? sa?de e ? educa??o de qualidade, ajuda m?tua financeira e t?cnica entre as na?es, para a preserva??o e restaura??o do meio ambiente. Como destaca o recente documento do papa Bento 16, “Caritas in veritate” (Caridade na verdade), “a natureza ? um dom de Deus, e precisa ser usada com responsabilidade.” O mundo est? despertando para os sinais do aquecimento global, que se manifesta nos desastres naturais, mais intensos e frequentes. A grande crise econ?mica demonstrou a inter-rela??o entre os pa?ses.
Para n?o sucumbir, exige-se uma solidariedade entre as na?es. ? a solidariedade e a fraternidade aquilo de que o mundo precisa mais para sobreviver e encontrar o caminho da paz.
Final
Desde a sua funda??o, a Pastoral da Crian?a investe na forma??o dos volunt?rios e no acompanhamento de crian?as e mulheres gr?vidas, na fam?lia e na comunidade.
Atualmente, existem 1.985.347 crian?as, 108.342 mulheres gr?vidas de 1.553.717 fam?lias. Sua metodologia comunit?ria e seus resultados, assim como sua participa??o na promo??o de pol?ticas p?blicas com a presen?a em Conselhos de Sa?de, Direitos da Crian?a e do Adolescente e em outros conselhos levaram a mudan?as profundas no pa?s, melhorando os indicadores sociais e econ?micos. Os resultados do trabalho volunt?rio, com a m?stica do amor a Deus e ao pr?ximo, em linha com nossa m?e terra, que a todos deve alimentar, nossos irm?os, os frutos e as flores, nossos rios, lagos, mares, florestas e animais. Tudo isso nos mostra como a sociedade organizada pode ser protagonista de sua transforma??o. Neste esp?rito, ao fortalecer os la?os que ligam a comunidade, podemos encontrar as solu?es para os graves problemas sociais que afetam as fam?lias pobres.
Como os p?ssaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho no alto das ?rvores e nas montanhas, longe de predadores, amea?as e perigos, e mais perto de Deus, dever?amos cuidar de nossos filhos como um bem sagrado, promover o respeito a seus direitos e proteg?-los.
Muito Obrigada!
Que Deus esteja convosco!”
Dra. Zilda Arns Neumann
M?dica pediatra e especialista em Sa?de P?blica
Fundadora e Coordenadora da Pastoral da Crian?a Internacional
Coordenadora Nacional da Pastoral da Pessoa Idosa