Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013

Carta Levy

Missionário metodista fala do trabalho e da vida longe de casa.

Queridos(as) amigos (as) do Brasil,
Saúde e Paz a todos (as) vocês!

          

O fim do inverno.

           Aqui em tempos de inverno é preciso aprender a  conviver com dias curtos, com pouca luminosidade e com muito, muito frio mesmo. Nao é sem motivo que nesta época um sem-número de pessoas aqui na Alemanha se vê acometida de depressão. Os dias de inverno são, para várias pessoas, muito tristes. Mas, estes já passaram, agora a primavera já dá seus sinais inconfundíveis: os dias são mais longos, as árvores florescem. O sol brilha vitorioso! É como se a natureza ressuscitasse. Não posso esconder minha alegria, que não é só minha. As pessoas mudam com a mudança da estação. Ficam mais sorridentes, mais dispostas a conversar. Desconfio que o bom humor dos brasileiros se explica pelo fato de termos dias ensolarados por quase um ano inteiro. 

    

     

Como vai a família

            Com a família Bastos tudo vai muito bem, graças a Deus! As crianças maiores (Sarah e Natan) continuam indo muito bem na escola. E isso é mérito deles, mas também da mãe. Cíntia empreende todos os dias mais de três horas explicando os exercícios de casa. Agora as crianças já fazem, paralelo àquilo que é pedido na escola alemã, tarefas que constituem o conteúdo programático do Brasil: História do Brasil, Português, Geografia, etc. A despeito de ser uma carga às vezes pesada para as crianças, não podemos deixar de fazer isto, pois quando retornarmos ao Brasil (julho de 2010) elas deverão estar aptas a dar continuidade aos estudos numa escola daí.

Gabriel (agora com quatro anos) já frequenta há mais de um ano o Jardim-de-infância. Gosta tanto que pede todos os dias para ficar mais tempo. Lamentavelmente ele nao fala mais nenhuma palavra em português . Quando tenta, o faz incorretamente (rsrsr). Há pouco tempo ele queria explicar que deixou seu quarto desarrumado e acabou criando uma nova expressão: "Bagunxa". As crianças passaram a chamá-lo de Seu Bagunxa. Ele entende perfeitamente tudo que falamos com ele em português, mas só responde em alemão. Gabriel é mais do que uma criança saudável. Ele é a pessoa mais feliz do mundo. Fala e brinca o dia inteiro.

Cintia terminou mais um curso de alemao. Não sei exatamente em que estágio ele está agora. Só sei que ele sabe mais que eu. Talvez não fale tanto quanto eu (eu sou Pastor, né !), mas conhece gramática muitíssimo melhor. De fato ela gosta muito de estudar. Está fazendo um curso de especialização à distância em plantas medicinais. E tão logo acabe este, quer fazer um outro em homeopatia. Ela está animada com a possibilidade de, quando do nosso retorno, começar uma carreira docente em alguma faculdade de farmácia. 

 O trabalho missionário.

            Meu trabalho missionário toma agora cortornos mais precisos. Já se passaram aqueles primeiros dias (meses!) de adaptação e agora já tenho mais claro onde sou mais útil e posso desenvolver meus talentos de forma mais gratificante para mim e para a Igreja da Alemanha.  Uma das funções onde o intercâmbio missionário se revelou eficaz foi no exercício do ministério docente. Isto se concretizou por meio de minha estadia no Seminário metodista de Reutlingen. Por um semestre ministrei um curso de Teologia. Foi uma experiência muito gratificante, tanto para mim, quanto para os estudantes. Ao final do curso esteve entre nós, a meu convite, o  Dr. Jürgen Moltmann. Ele proferiu uma longa conferência, depois de ter sido apresentado por mim numa palestra onde destaquei a sua importância para a teologia cristã na América Latina. Neste mesmo âmbito posso mencionar os estudos bíblicos e as pregações como um espaco importantíssimo para o desempenho de meu serviço ministerial. Os alemães gostam muito da minha pregação, especialmente pelo fato de eu não me prender ao texto escrito e pregar livremente. Fico muito feliz com o retorno que as pessoas têm dado. Muitos aqui dizem que as minhas pregações são cheias de vitalidade. Para eles a explicação para isto estaria no  "temperamento" dos brasileiros (rsrsr). Frequentemente tenho sido convidado a pregar em igrejas metodistas de nossa Conferência (região eclesiástica). É também umaótima oportunidade de partilhar um pouco sobre a realidade brasileira e de nossa igreja.

 

Nossa estadia de férias no Brasil

            Em agosto do ano passado estivemos por um mês no Brasil. Nossos planos eram de tirar férias e rever os amigos(as) e parentes, mas nem tudo transcorreu como esperávamos. Pouco antes de viajarmos para o Rio, minha mãe adoeceu. Durante todo tempo em que estivemos no Brasil, ela esteve internada. Lamentavelmente veio a falecer pouco antes de nosso regresso para a Alemanha. Fiquei muito triste de não poder revê-la com saúde, mas Deus sabe de todas as coisas. Nossas vidas estão em suas mãos e Ele saberá sempre o que é melhor para nós. Hoje ela está à nossa espera, na alegria antecipada da ressurreição final. Essa é a nossa esperança, hoje e sempre!

            No Brasil também lancei meu livro (Os caminhos da salvação). Na verdade,  pensava em visitar várias instituições de ensino teológico e Igrejas, onde eu  o divulgaria, mas nem sempre nossos planos coincidem com os de Deus. A despeito disso, tive a oportunidade de apresentá-lo no Bennett e na Faculdade Teológica Nazarena de Campinas.

           

Perspectiva de nova ida ao Brasil

            Recentemente fui convidado pela Faculdade de Teologia da Igreja Metodista em Rudge Ramos e pelo Instituto Mysterium do Rio de Janeiro para mediar a ida do Dr. Jürgen Moltmann ao Brasil em outubro próximo. Ele fará conferencias no Rio de Janeiro (Bennett) e em Sao Paulo (Umesp), as quais eu deverei traduzir. Se tudo der certo estarei mais um vez em terras brasileiras, o que muito me alegra.

           

A campnha missionária 2008

            Já estamos recebendo as primeiras cartas e e-mails do Brasil por causa  da campanha missionária. É maravilhoso receber correspondências de todos os cantos do Brasil, nas quais a pessoas expressam sua enorme admiração por nosso trabalho e seu propósito de orarem por nós. Ontem recebemos cartas do Rio de Janeiro (IM de Botafogo) e de Manaus (IM do Mutirão). Isso nos traz muita alegria!Vou ficando por aqui. Continuem orando por nós.

            Um abraço fraterno,

            Levy, Cíntia, Natan, Sarah e Gabriel


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