Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 03/09/2010

Centro de Memória é inaugurado no dia da Autonomia

No local é possível encontrar desde mimeógrafos até um manifesto da Igreja Católica sobre o metodismo no Brasil. Clique aqui para ver o álbum de fotos!

Foto: Diana Gilli.

No dia 2 de setembro a Igreja Metodista do Brasil comemorou seus 80 anos de autonomia na Universidade Metodista, em São Bernardo. Desta vez, o marco foi celebrado junto à inauguração do Centro de Memória Metodista, que está instalado no Edifício Alfa; o primeiro prédio construído para abrigar um curso de nível superior na região.

A autonomia da Igreja Metodista foi proclamada após uma intensa mobilização do chamado “Movimento Leigo”, organizado por volta de 1911, que tinha um slogan: “ninguém ocioso na Igreja”. Organizar a igreja no Brasil, tornando-a auto-sustentável sem perder a união com os metodistas de outras partes do mundo, era o objetivo do movimento.

Por isso mesmo o foco da instituição de memória é preservar e divulgar a memória documental metodista e protestante em todo o país. Ainda caberá ao Centro a gestão do Arquivo Geral da Igreja Metodista, Arquivo Histórico da Faculdade de Teologia e do IMS (Instituto Metodista de Ensino Superior), Museu e Projeto Digital.

O Centro de Memória ainda possui obras de Daniel O. Kidder, um dos primeiros missionários metodistas norte americanos enviados ao Brasil. Nessas obras, há relatos sobre viagens que fez a São Paulo e ao norte do país.

Um grande volume de documentação sobre o metodismo no sul do país encontra-se no acervo, assim como a história de suas instituições educacionais e sociais e líderes que marcaram época, como, por exemplo, Paulo E. Buyers e Guaracy Silveira, que já foi redator deste periódico.

No lugar, ainda é possível encontrar projetores de slides do início do século passado, também projetores de filmes, mimeógrafos de todos os tipos e tamanhos, máquinas de escrever e até um manifesto da Igreja Católica sobre o surgimento da Igreja Metodista no Brasil.

Mas não para por aí, o local ainda possui um acervo fotográfico com milhares de fotos desde o último quarto do século XIX até o presente. Todo o patrimônio do Centro de Memória ficará à disposição ao público.

As visitas podem ser agendadas pelo telefone 11 43665017.

Veja outras informações do local aqui.

Caminho para o Metodismo no Brasil

Oitenta anos depois de proclamar sua autonomia o Expositor Cristão relembra mais uma vez a história de um missionário dos Estados Unidos que abriu caminho para que o metodismo se estabelecesse no país.

Coração em duas igrejas

Quando entrei com o pedido para ser missionário, a missão nos Estados Unidos desejava pastores casados com brasileiras que não fossem metodistas. Sem saber disso, me encaixei diretamente no perfil, já que minha primeira esposa era católica quando nos casamos. Cheguei ao Brasil em 1980 com a família, que incluía duas crianças. Viemos os dois como missionários. Nossa primeira nomeação, depois de 9 meses para eu aprender o português em Campinas, foi para Joinville, para começar a Igreja Metodista. Fui sozinho a Joinville fazer os primeiros contatos, arrumar uma casa e tudo mais. Chegando lá, eu achava que estava falando o português, mas as pessoas respondiam: “Spreken de Deutch?”, ou seja, “você fala alemão?

Eu fiquei num pânico enorme. Me lembro que um dia, na praça do correio de Joinville, com a família ainda em Campinas, sentei e lamentei silenciosamente: Se morresse aquele dia, ninguém ia saber quem eu era! Estava completamente só. Apesar disso, as coisas foram se ajeitando. A maneira de ser da Igreja Metodista na Sexta Região foi bem diferente de minhas experiências anteriores e sentia saudades de um culto mais “litúrgico”.

Mas aos poucos fui me adaptando. Em 1988, assumi outra nomeação que incluiu responsabilidades como professor no seminário regional. Desde então, tenho desenvolvido este ministério. Em 1990 adotamos uma filha brasileira, ela trouxe muita alegria.

Agora, minhas três filhas moram nos Estados Unidos. Depois do divórcio, casei-me em 2000 com Maria, que embora não seja missionária “oficial”, compartilha todas as minhas paixões e interesses. Amo a Igreja Metodista, mas me preocupo com certas linhas de ação que acontecem em vários lugares que aparentemente contradizem a sua trajetória histórica. Às vezes sinto na pele que pertenço a duas igrejas, a Igreja Metodista Unida dos Estados Unidos e a Igreja Metodista do Brasil. E há momentos que concordar com a atuação de uma contradiz outra! Mas amo as duas e Brasil, que é minha segunda pátria.

Stephen Newnum

Organizado por Diana Gilli

 


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