Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 27/09/2010

Evangélicos ajudam a reeleger Bush

Paul Freston

‘Pelo menos o homem que criou o problema terá de resolvê-lo!’ Foi assim que americanos desapontados com o resultado de sua eleição se consolavam um dia depois da reeleição de George W. Bush. A mídia detectou dois segmentos que teriam dado a vitória ao Partido Republicano: os hispânicos e os evangélicos. Os hispânicos são geralmente pró-democratas. Mas já em 2000 Bush havia conseguido 35% de seus votos; e em 2004 obteve 44%, usando os chamados “valores morais” como maneira de penetrar mais a fundo nesse eleitorado.

Os evangélicos nos Estados Unidos são muito numerosos, mas divididos por raça. Segundo uma pesquisa de abril de 2004, eles constituem 23% da população, sendo que 74% deles são brancos. Entre os evangélicos brancos, 74% declaravam que votariam em Bush e somente 23%, no democrata John Kerry. Em contrapartida, evangélicos negros eram favoráveis a Kerry por uma margem ainda maior, enquanto os evangélicos hispânicos ficavam entre os seus irmãos brancos e negros.

Então, quando a mídia diz que “os evangélicos elegeram Bush”, está falando dos evangélicos brancos. Eles votaram motivados principalmente por duas questões: o aborto (uma questão antiga na política americana) e o casamento gay (uma questão nova).

O Partido Democrata não percebeu a importância do voto evangélico e das convicções profundas que o motivaram. A revista evangélica Sojourners, que é politicamente de esquerda, admitiu, frustrada, antes da eleição, que os democratas não compreendem quão fundamental é a convicção, para milhões de cristãos, a respeito do aborto, inclusive para muitos evangélicos e católicos que são ativistas em questões de paz e justiça [...]. A hierarquia católica americana tem falado de uma “ética pró-vida consistente”, que vincula todas as “questões de vida”, como aborto, eutanásia, pena de morte, armas nucleares, pobreza e racismo. Veja mais.


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