MATERIA EXPOSITOR MAIO

A estudante de teologia Sandra Helena Manduca Monteiro enfrentava um problema toda vez que precisava pregar para a Igreja do Rudge Ramos, em S?o Bernardo do Campo (SP), onde faz est?gio. Timidez? Inexperi?ncia? Nada disso. Esses desafios ela supera com a gra?a de Deus. Mas, para vencer apenas dois degraus que a separavam do p?lpito, ela precisava de pelo menos quatro irm?os que levantassem sua cadeira de rodas. At? que a igreja resolveu construir uma rampa de acesso ao altar.


 



 


Segundo o pastor Marcos Munhoz, o trabalho n?o durou mais do que tr?s dias. O custo total da rampa, que mede tr?s metros de comprimento por 1,10 de largura, entre material e m?o-de-obra, ficou em setecentos reais. A rampa em nada compromete a est?tica da igreja: constru?da segundo normas de inclina??o exigidas pela ABNT (Associa??o Brasileira de Normas T?cnicas), ? revestida com carpete e tem o corrim?o em madeira envernizada. Ficou bonita. Mas o que d? mais gosto de ver ? a futura pastora Sandra assumindo seu lugar no p?lpito de sua igreja, com total liberdade.A Igreja do Rudge tamb?m aproveitou uma reforma que precisava ser feita nos banheiros para adapt?-los ao acesso de usu?rios de cadeira de rodas, com a constru??o de corrim?es e portas amplas.


 


Assim como a Igreja do Rudge, v?rias outras igrejas metodistas, em todo o pa?s, est?o se adaptando para receber, entre seus membros, pessoas que tenham necessidades especiais. Afinal, o Evangelho de Cristo n?o faz acep??o de pessoas e a Igreja tem, como sua miss?o, acolher as diferen?as. S? que esse acolhimento n?o pode ser feito apenas no discurso. Ele come?a na maneira como a igreja local recebe seus pr?prios membros. E, muitas vezes, o que se chama de "necessidades especiais" n?o diz respeito apenas a um grupo restrito de pessoas. A Igreja Metodista em Vila Nova, munic?pio de Barra Mansa (RJ) construiu uma rampa externa, de acesso ? entrada do templo, quando percebeu que tinha, entre seus membros, v?rias pessoas idosas que enfrentavam dificuldade em subir as escadas. Rampas de acesso tamb?m foram constru?das na Igreja Metodista de Cachoeiro do Itapemirim (ES) e Igreja Metodista Bela Aurora, em Juiz de Fora (MG), ambas da 4? regi?o eclesi?stica. A 4? regi?o tem um trabalho pioneiro no atendimento a deficientes f?sicos. Em novembro do ano passado, foi criada a Pastoral junto ao Portador de Defici?ncia F?sica, sob a coordena??o de Elo?za Elena Machado de Oliveira. Leiga, membro da Igreja Metodista Central em Juiz de Fora, Elo?za desenvolve um trabalho de doa??o de cadeira de rodas para pessoas carentes, em parceria com a Associa??o Beneficente Roberto de Oliveira, de sua cidade. A Igreja de Juiz de Fora tem o atendimento ao deficiente como uma de suas prioridades. O pr?dio de educa??o crist? que ser? constru?do nos fundos da igreja foi inteiramente projetado para atender ?s necessidades dos deficientes f?sicos. Agora, Elo?za tem o desafio de levar essa preocupa??o a outras igrejas de sua regi?o: "Nosso objetivo ? que cada igreja metodista seja um local de acolhida".


 


Cura da surdez na Igreja de Santo Andr?


 



 


Osmar Roberto Pereira ficou especialmente comovido quando, em uma devocional de sua igreja, a Igreja Metodista Central de Santo Andr? (SP), leu o texto b?blico que descrevia como Jesus curava um homem surdo e gago (Marcos 7.31-37). O pai e a m?e de Osmar s?o surdos; e eles se comunicavam por interm?dio de sinais caseiros. Para aprender a falar, Osmar, que tem a audi??o normal, contou com a ajuda de outros membros da fam?lia. Naquela noite especial, Osmar sentiu que Deus curaria seus pais.


 


Pouco tempo depois, no ano de 2000, o pastor Lu?s Carlos Lima Ara?jo chegou ? Igreja de Santo Andr? e percebeu a necessidade da igreja ter um int?rprete para que o culto fosse entendido pelos pais de Osmar. Assim, em 2001, Osmar come?ou um curso na Primeira Igreja Batista de Santo Andr?, que tem um minist?rio com surdos h? 15 anos, e terminou em 2003.  Logo que come?ou a fazer o curso, Osmar teve a oportunidade de levar seus pais ao um culto naquela igreja. "Quando o culto se iniciou e vi meus pais louvando e vendo a Palavra de Deus, o Senhor me disse: ?Estou curando os seus pais?. Entendi que Deus estava abrindo os ouvidos espirituais de meus pais, e tamb?m os seus ouvidos, porque agora eles estavam entendendo e louvando a Deus. Acredito que o mais importante ? a cura espiritual do que a corporal. Senti que esse era o chamado de Deus para a minha vida, e assim que terminei o curso, iniciamos o trabalho com interpreta??o nos cultos".


 


Hoje, Osmar trabalha como int?rprete da L?ngua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Faz a interpreta??o dos cultos n?o apenas para seus pais, mas para um grupo de cerca de treze surdos que, gra?as a este trabalho, come?ou a freq?entar a Igreja Metodista Central de Santo Andr?. Para que essas pessoas n?o tenham nenhum problema de visibilidade, a igreja reserva dois bancos da frente com um cartaz indicativo: "reservado para o minist?rio de surdos". Osmar explica que eles preferem o termo surdo ao "deficiente auditivo", que normalmente se considera politicamente correto: "Os surdos s?o uma comunidade que possuem l?ngua e culturas pr?prias. A LIBRAS ? uma l?ngua como qualquer outra, com regras, estrutura e gram?tica. Por isso, eles n?o se consideram deficientes, pois este termo mostra que a maioria ? ?eficiente? e os deixa inferiorizados. Eles tamb?m n?o gostam de ser chamados de surdos-mudos, pois eles n?o s?o mudos, apenas n?o falam ou n?o aprenderam a falar como a maioria".


 


Atualmente, Osmar atua como int?rprete de surdos tamb?m profissionalmente, na Faculdade Radial e na Universidade Metodista (veja quadro). "A Lei de Libras que foi regulamentada em dezembro de 2005 exige a presen?a de int?rpretes em todas as institui?es de ensino que possu?rem alunos surdos", ele informa.


 


Para as igrejas que quiserem oferecer este atendimento, Osmar recomenda, al?m de muito amor, paci?ncia e consagra??o a Deus, buscar capacita??o por meio do curso de Libras. Informa?es sobre o curso podem ser obtidas em associa?es para surdos e nas igrejas que j? desenvolvam este minist?rio. O telefone da Igreja de Santo Andr? ? (11) 4438-3784.


                                                                          


 


 Institui?es de ensino inclusivas


 


A Escola Metodista de Educa??o Especial "O Semeador", localizada no munic?pio de S?o Caetano, SP (11- 4238-3100) ? uma boa refer?ncia para as igrejas que quiserem se capacitar para o atendimento a pessoas com necessidades especiais. Eles atendem alunos com defici?ncias mentais, f?sicas e autismo. A diretora da escola, C?lia Regina Monteiro, conta que ainda h? muito a ser feito para tornar o pr?dio da escola totalmente acess?vel a seus estudantes: "gostar?amos de instalar elevadores para o segundo andar, mas ? muito caro", diz. Mas, o que falta em recurso financeiro, sobra em criatividade. Por exemplo: para facilitar o tr?nsito dos alunos cegos, s?o coladas nas paredes, na altura das m?os, faixas de 10 cent?metros de largura com textura diferenciada. E pr?ximo ? porta de cada sala de aula s?o pendurados objetos que simbolizam a disciplina ministrada: um disquete para a sala de inform?tica; uma bolinha para a sala de educa??o f?sica; uma b?blia em miniatura para a sala de educa??o crist?, etc.


Quando um obst?culo est? pr?ximo (uma escada ou bebedouro, por exemplo), no lugar da faixa ? colada uma flor de tecido: quando o aluno toca a flor, sabe que ali perto tem perigo e ele precisa da ajuda de algu?m para continuar. "Ningu?m consegue ser totalmente independente do outro, mas pequenas adapta?es podem melhorar o acesso e a seguran?a", diz a professora C?lia.


 



 


A Universidade Metodista de S?o Paulo, Umesp, ? outro exemplo a ser seguido. A universidade conta com uma Assessoria Pedag?gica para Inclus?o da Pessoa com Defici?ncia desde agosto do ano passado, sob a coordena??o da pastora Elizabete Costa (11- 4366-5746). "A assessoria tem a incumb?ncia de tornar a universidade acess?vel sob todos os aspectos, seja no que diz respeito ? arquitetura, seja nas quest?es que envolvam rela?es humanas", ela explica. Na inscri??o, os novos alunos identificam suas necessidades espec?ficas e j? recebem apoio no dia do vestibular. Atualmente, h? 25 alunos sendo atendidos. Al?m da adapta??o dos pr?dios mais antigos (os novos j? s?o constru?dos com crit?rios de acessibilidade), a meta atual da Assessoria ? a digitaliza??o dos textos acad?micos, para atender ?s necessidades dos deficientes visuais, que contam com computadores equipados com sintetizador de voz. A Assessoria Pedag?gica trabalha em sintonia com a Pastoral Universit?ria e, tamb?m, como Projeto Vida, desenvolvido pela Faculdade de Educa??o F?sica e Fisioterapia, que oferece pr?tica esportiva para crian?as e adolescentes deficientes da comunidade.


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