Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 19/04/2012

Missionária metodista Márcia Suzuki luta contra o infanticídio indígena

A luta da missionária Márcia Suzuki contra o infanticídio indígena ganhou o mundo. Ela tem quase 30 anos de ministério com indígenas e uma história impressionante para contar. Sua filha Hakani é uma sobrevivente do infanticídio. A criança quase foi enterrada viva aos dois anos de idade. Foi resgatada pelo próprio irmão, um menino de nove anos.

Márcia Susuki vivia com o marido, o missionário Edson Suzuki, com os índios suruwaha quando conheceram Hakani no ano 2000. A pequena estava desnutrida e muito doente. De acordo com a missionária, com cinco anos de idade ela pesava 7 quilos e media apenas 69 centímetros.

Eles cuidaram dela por um tempo na floresta, mas sabiam que sem tratamento médico ela morreria. Para salvar Hakani, eles pediram ao governo permissão para levá-la à cidade. Em seis meses recebendo cuidados e tratamento médico, Hakani começou a andar e falar. Em um ano seu peso e altura dobraram. A família Suzuki conseguiu de volta para aldeia para que os índios vissem como ela estava. “A surpresa deles foi tão grande que eles passaram a se perguntar: Será que nós estamos errados quando enterramos crianças deficientes, gêmeas ou filhas de mãe solteira? Será que toda criança não merece uma chance de viver?”, revela Márcia Suzuki.

A partir de então houve uma mudança de comportamento. De acordo com a missionária, os indígenas passaram a procurar ajuda antes de sacrificar as crianças. Em 2005 duas famílias de suruwahas, decidiram sair  da aldeia para buscar tratamento médico para suas crianças deficientes (Veja na foto acima). Com o apoio da Igreja Metodista, a cirurgia de uma das crianças foi feita e ela pode ser reinserida na aldeia, onde foi recebida por toda comunidade.
 
Ministério - No início do ministério, Márcia morou cinco anos com os Satere-Mawe, no estado do Amazonas. Posteriormente, já casada, foi morar com os Suruwaha, uma comunidade isolada também no Amazonas. Durante os anos de trabalho entre os suruwaha, Márcia e Edson Suzuki atuaram como tradutores intérpretes nas operações de saúde da Funai e da Funasa.

Em 2009 foi adquirida uma chácara em Brasília que funciona como refúgio para famílias indígenas. “Já oferecemos abrigo e apoio para etnias yanomami, satere-mawe, ikpeng, suruwaha, waura, kamaiura e xavante. Criamos também um programa de apadrinhamento”, conta a missionária.

Atualmente Márcia e Edson Suzuki estão liderando programas de etnoeducação entre povos das ilhas do pacífico (havaianos, samoanos e marshaleses), e vão para a Nigéria nos próximos meses lançar uma campanha contra o sacrifício de crianças em rituais tribais.

Recentemente um livro foi publicado por uma jornalista inglesa, contando a história de luta da família Suzuki pelos povos indígenas no Brasil. A obra em inglês, está à venda no www.amazon.com.

Confira mais informações sobre o ministério no site: www.suzukiemarcia.blogspot.com.

Veja o álbum de fotos no Facebook dos trabalhos da Igreja Metodista com os índios.


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