Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 22/05/2015

Mudanças e permanências nas ações de cuidado pastoral. Sinais de nossos tempo - Economia Divina: crescer ou decrescer?

 
Circula pelo mundo, mais ou menos desde a década de setenta, uma teoria econômica chamada de “decrescimento”. A teoria baseia-se, parcialmente, nos estudos do bioeconomista romeno Nicholas Georgescu-Roegen.
 
Em síntese, essa teoria argumenta em favor de uma economia que não seja meramente baseada na acumulação de dinheiro, na idolatria do consumo, na expansão da produção a qualquer custo, na sobrevalorização do Produto Interno Bruto (PIB) e suas tristes conseqüências: aumento da desigualdade, desemprego entre outras.
 
Defensores dessa teoria sustentam valores como o cuidado consciente dos recursos da natureza, da saúde dos humanos pelo combate à poluição e oportunidades justas para todos.
 
O atual sistema econômico-financeiro mundial faz mais do que regular os fluxos de capitais e serviços. O sistema impõe escala de valores que excluem muitos em benefício de poucos, gerando violências, humilhações, estresses e até mesmo a denominada “doença da alma”, a depressão.
 
Com poucas exceções, entre essas alguns organismos internacionais e órgãos colegiados, as religiões em geral, entre elas o cristianismo, dão pouca atenção ao tema da economia, embora as políticas traçadas por governos, geralmente alinhadas a poderosos, afetem negativamente a saúde emocional e relacional de indivíduos, famílias e da sociedade.
 
À medida que começamos a pensar sobre o impacto da economia em nossas vidas poderemos descobrir formas concretas de ações de cuidado pastoral no campo da economia, a partir de nossa fé e de ética ancorada em valores como amor, justiça, paz, compaixão.   
 
M. Douglas Meeks (2001, p. 11-2), autor de um livro cujo título traduzido é “Deus, o Economista”, recupera o sentido histórico do termo ‘economia’ e sua relação com as Escrituras do Antigo e Novo Testamento:
 
“Enquanto a ciência chamada economia é certamente uma invenção moderna, a palavra economia (oikos + nomos) não é; ela é uma palavra antiga que significa literalmente a ‘lei ou administração da casa’”.
 
Economia, em sentido bíblico, deve garantir o acesso de todas as pessoas ao que é necessário para viver, como casa, comida, educação e o direito de desfrutar a existência com saúde e respeito ao próximo.
 
A pergunta básica da economia, assim entendida, seria: todas as pessoas terão o sustento necessário para viver? Assim, a economia, em sentido amplo, trata das relações dos seres humanos para a produção das condições de vida que facilitem a harmonia e a colaboração social. Economia, portanto, resgatado seu sentido histórico e bíblico, visa ao sustento e crescimento “sustentável” dos humanos.
 
Reconhecemos que:
 
(1) o cuidado pastoral de indivíduos e famílias não é teoricamente adequado para focalizar as atuais condições econômicas e sociais da maioria da população do planeta; 
 
(2) na vocação de agentes pastorais está implícita a idéia de que sua missão extrapola os limites de uma igreja local, paróquia, congregação ou instituição;
 
(3) pastoras, pastores e outras pessoas com incumbências pastorais podem criar e desenvolver canais profético-pastorais para cumprir a dimensão pública do cuidado pastoral no campo da economia, entre outros;
 
(4) a teologia prática deve estabelecer um diálogo entre os dados resultantes da investigação das ciências sobre as condições sociais e econômicas da atualidade e as exigências da mensagem bíblica acerca do Reino de Deus.
 
(Adaptado de Ronaldo SATHLER-ROSA, Cuidado pastoral em tempo de insegurança. Uma hermenêutica contemporânea, 2. Ed., São Paulo, ASTE, 2010.)

Tags: Artigo


Posts relacionados

Geral, por José Geraldo Magalhães

Igreja Metodista Central em Goiânia realiza Campanha de leitura da Bíblia no mês de maio

Líderanças de pequenos grupos e ministérios se revezam em turno de duas horas para ler a Palavra de Deus no altar.

Geral, por José Geraldo Magalhães

Geral, por José Geraldo Magalhães

Geral, por José Geraldo Magalhães

Geral, por José Geraldo Magalhães