Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 18/06/2015

Nove mortos em tiroteio numa igreja Metodista em Charleston, no sul dos USA

Membros da igreja atacada em Charleston se abraçam após tiroteio na noite de quarta-feira, 17. (Foto: David Goldman / AP Photo)
 

Pelo menos nove pessoas morreram em um tiroteio ocorrido na noite de quarta-feira (17), em uma igreja metodista em Charleston, na Carolina do Sul, Estados Unidos, que é historicamente utilizada pela comunidade negra, informou na madrugada desta quinta-feira o prefeito da cidade, Joseph Riley.

Segundo as forças da ordem, oito pessoas morreram dentro do templo metodista e outras duas foram transferidas para um hospital, onde uma delas não resistiu.
 
Apesar de a polícia não ter divulgado os nomes das vítimas, a emissora "NBC" informou que o senador estadual do Partido Democrata, Clementa Pinckney, se encontra entre as vítimas.
 
O tiroteio aconteceu na Igreja Africana Metodista Episcopal (AME, sigla em inglês) Emmanuel por volta das 21h locais (22h de Brasília) enquanto acontecia uma reunião de seus fieis, segundo o porta-voz da polícia local, Charles Francis, um rapaz branco abriu fogo dentro do templo.
 
O chefe de polícia Greg Mullen, por sua vez, assegurou que está convencido que se trata de um "crime de ódio".  Segundo a rede “NBC”, um senador democrata estaria entre as vítimas. O reverendo Al Sharpton, líder de direitos civis em Nova York, tuitou que o senador Clementa C. Pinckney morreu no ataque.
 
O presidente da câmara de Charleston, Joseph P. Riley Junior, descreveu o tiroteio como uma “tragédia indescritível” e pediu para que “esta pessoa seja levada à justiça o mais depressa possível”. Esta noite será realizada uma vigília em honra das vítimas.
 
Imagens de emissoras de TV mostraram helicópteros sobrevoando a área, ambulâncias e muitos policiais. “Trata-se de uma tragédia desoladora nessa igreja histórica”, afirmou o prefeito Riley ao jornal local “The Post and Courier”.
 
"Ele (atirador) obviamente é extremamente perigoso", disse o presidente o chefe de polícia Mullen. "Vamos colocar todos os nossos recursos, vamos colocar toda a nossa energia em encontrar essa pessoa", afirmou.
 
A Igreja Metodista lamenta com pesar e se solidariaza com os irmãos e irmãs da Igreja Metodista Emanuel, em Charleston, na Carolina do Sul, Estados Unidos e segue em oração pelos familiares das vítimas. 
 
O episódio foi reportado por vários portais notícias e canais de TV. Assista ao vídeo
 
História - A igreja Emanuel em Charleston é a mais antiga igreja Metodista Episcopal Africana na região sul dos Estados Unidos. Conhecida por “Mother Emanuel” (“Mãe Emanuel”), reúne uma das maiores e mais antigas congregações afro-americanas a sul de Baltimore. As suas origens remontam ao século XVIII, data em que foi criada por um grupo de escravos libertos. Denmark Vesey, um dos fundadores, liderou uma revolta falhada de escravos em 1822. Martin Luther King visitou a igreja em abril de 1962.
 
Questão racial - A Igreja Metodista mundial afirma que todas as pessoas são igualmente valiososas aos olhos de Deus e, portanto, trabalha em direção a sociedades afirmando o valor de cada pessoa que deve ser mantidas e reforçadas.
 
Reconhecemos o racismo como um pecado e procuramos eliminá-lo.
 
Na página da Igreja Metodista Unida (em inglês), você encontrará histórias, recursos e ferramentas para saber mais sobre a questão do racismo e as maneiras que você pode defender para o tratamento equitativo de todas as pessoas.
 
A Igreja Metodista no Brasil já se pronunciou outras vezes por meio da Carta Pastoral do Colégio Episcopal e um vídeo foi divulgado para demonstrar o pensamento da Igreja para subsidiar as igrejas locais no combate ao racismo.
 
Tensão racial - O crime representa um novo golpe para a comunidade afro-americana nos Estados Unidos, que nos últimos meses foi vítima de crimes aparentemente motivados por racismo, em particular homicídios cometidos por policiais brancos contra homens negros desarmados.
 
Este foi o caso de Ferguson em 2014 e o de Baltimore há algumas semanas, além de vários crimes similares ao cometido em Charleston que provocaram uma grande tensão racial no país.
 
Após o tiroteio em Charleston, a governadora da Carolina do Sul, Nikki Haley, fez um apelo aos moradores.
 
"Minha família e eu oramos pelas vítimas e os parentes afetados pela tragédia sem sentido desta noite" na igreja, disse a governadora.
"Enquanto ainda ignoramos os detalhes, sabemos que jamais entenderemos o que motiva uma pessoa a entrar em um dos nossos locais de oração e tirar a vida de outros".
 
Jeb Bush, pré-candidato republicano à Casa Branca nas eleições de 2016, que deve participar de um comício em Charlotte, na Carolina do Norte, escreveu no Twitter que "nossos pensamentos e orações estão com os indivíduos e famílias afetadas pelos trágicos fatos de Charleston".
 
A pré-candidata democrata Hillary Clinton, que participou na quarta-feira de um ato eleitoral na cidade, escreveu no Twitter: "Notícias terríveis de Charleston. Meus pensamentos e minhas orações estão com vocês".
 
Com informações do site da UMC e G1

Tags: Igreja Emanuel


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