Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013

Ordem Diaconal

O diácono Livingstone dos Santos Silva, eleito para delegado da 1ª RE ao Concílio Geral, fala das perspectivas futuras da Ordem Diaconal.

 

No Concílio de 2006 foi aprovada, quase por unanimidade, a regulamentação da Ordem Diaconal. Já se passaram três anos. O que se definiu desde então?

 

O Concílio decidiu formar uma comissão especial para estudar a regulamentação da Ordem Diaconal.

No Concílio mantivemos a estrutura já prevista nos Cânones, que necessitava de algumas decisões paralelas do Governo da Igreja. Fomos eleitos pelo plenário do Concílio para compor juntamente com outros quatro irmãos de diferentes regiões esta comissão: Eu (1ª RE), Wilson Bonfim (1ª RE), Esther Lopes (2ª RE), Márcio de Moraes (3ª RE)  e Jane Blackburn (REMNE). Fomos coordenados pelo Bispo Adolfo Evaristo de Souza.

A Comissão se reuniu no dia 9 de junho de 2007 na Sede Nacional e lá foi elaborada uma minuta do Regulamento da Ordem Diaconal , que foi encaminhada ao Colégio Episcopal para sua  apreciação e decisão.  Alguns aspectos foram considerados a partir do que já previam os Cânones e também o documento originado no Fórum  "Para um Diaconato Metodista", realizado na Faculdade de Teologia da Universidade Metodista de São Paulo em fevereiro de 2003.

Na memória do Fórum, publicada pela Faculdade de Teologia, lemos que a Ordem Diaconal é  um corpo disciplinado (toda Ordem tem seus princípios e seu regulamento) a serviço da Igreja; compromissado (fidelidade e obediência) com a Igreja e seus documentos e com a identidade cristã ao longo da  história; preparado para serviços específicos; preparado teologicamente pela Igreja para sustentar a identidade da Igreja; e, mesmo contando com um grupo diretivo e setores próprios, está diretamente subordinada ao governo da Igreja. Neste sentido, a Ordem e seus diáconos estão diretamente vinculados ao Bispo superintendente da Região. Temos agora  um Regulamento, aprovado pelo Colégio Episcopal em 19 de novembro de 2008,  que define claramente as funções do Diácono e sua importância  para uma Igreja que quer ser uma  comunidade a serviço do povo.

Destacamos alguns aspectos do Regulamento da ordem Diaconal:

·                a ordem Diaconal, como sinal da diaconia universal de todos os crentes, foi instituída desde cedo na história cristã, a qual se incumbiu, sobretudo, dos serviços de solidariedade, justiça e compaixão.

·                a Ordem Diaconal deve ser concebida como uma ordem que se compromete com os documentos e governo da Igreja.

·                a Ordem Diaconal é a categoria eclesiástica leiga na qual a Igreja reconhece e acolhe , em nome de Deus, pessoas que ela reconhece vocacionadas para a prestação de ministérios especiais

·                São funções: exercer ministério de serviço, atuar no ensino, auxiliar na ministração dos sacramentos, na formação de pessoas, quando necessário na ministração da palavra, entre outras.

 

Que problemas ou obstáculos prejudicam o estabelecimento e atuação do Diaconato na Igreja Metodista?

No Brasil, a visão clériga que temos dos ministérios é um dos principais problemas. Em minha região mesmo, algumas pessoas que trabalham na Igreja, em ministérios especiais, foram encaminhadas para os cursos de Teologia e para o ministério pastoral.  Sou professor e em minha carreira profissional chamamos a isto de desvio de função.  Lembro que quando era jovem (não faz muito tempo) atendi a um chamado da igreja para uma missão educacional no exterior, exatamente na Bolívia. Desisti quando ouvi do Secretário Geral de Missões a exigência de que devia cursar Teologia, o que me levou a retrucar:  "Então não precisam de professores, querem pastores!"

   O que vemos então?  Profissionais das mais diversas formações a serviço da Igreja e alguns querendo dedicar  sua profissão como ministério.  Hoje, no desenvolvimento da Missão, estamos  precisando das mais variadas atividades profissionais. No Concílio da 1ª RE o Planejamento Regional para o próximo biênio deixa clara nesta necessidade, principalmente quando se trata de todo um trabalho voltado para as necessidades sociais e educacionais do povo.

 

Por que o diaconato é importante para a Igreja?  Nós já não temos pessoas atuando voluntariamente nos  vários ministérios da Igreja?

Acho que respondi a esta indagação:  se atuam voluntariamente por que não atuar vinculadamente?  Não quero criar polêmica, mas se fôssemos seguir esse raciocínio, poderíamos perguntar: se temos tantos pregadores leigos, por que tê-los clérigos?

 

Em sua opinião, o diaconato deve ser uma atividade remunerada ou voluntária?

   As duas coisas.  Vai depender do envolvimento, da forma de serviço, dedicação e outros fatores determinantes. É importante afirmar que o trabalho diaconal não é para quem não tem o que fazer, mas um serviço de envolvimento integral com a tarefa e com a missão da Igreja. É exercício profissional. Outro aspecto que quero destacar é o fato de que temos que acabar com a idéia de serviço voluntário irresponsável, do vou quando puder, de vez em quando, quando tiver tempo disponível. Ninguém pode desenvolver uma tarefa importante da Igreja nestas condições.  Vou dar um exemplo: a área de Comunicação da Igreja, tão importante que o Plano Nacional Missionário afirma que  a atividade não pode ser negligenciada. Precisamos de comunicadores nos quadros de servidores nos ministérios especiais. Quem sabe no Diaconato?

 

Qual deve ser a formação e o caminho a seguir para quem quer ser diácono ou diaconisa? O que você aconselha para aquelesas que querem desenvolver este ministério?

Procure seu pastor, Superintendente Distrital ou até o Bispo, afinal, ele é o responsável pela Ordem Diaconal. Eu me tornei responsável, junto ao Bispo Paulo Lockman, de organizar os processos dos candidatos  e também da divulgação das possibilidades do ministério. Tenho procurado ganhar espaço em meu ministério e principalmente a concretização  da Ordem Diaconal. Fui eleito mais uma vez como delegado ao Concílio Geral e minha meta é  dar mais um passo para que o Diaconato na Igreja Metodista seja uma realidade e não mais uma idéia para o futuro.

    Quero terminar com uma ilustração:  Um aluno meu, em um dos cursos de capacitação  da 1ª RE , trouxe seu filho, me apresentou e disse: "Eis um Diácono, veja antes que desapareça". Para que isto não aconteça é que estamos trabalhando e dentro em breve teremos a Ordem formada na 1ª RE. Depende de nós a conquista deste espaço. Entre no "site" da Igreja Nacional e veja lá regulamento da Ordem Diaconal e assim você poderá ter uma melhor visão a que estamos nos propondo.

 

Suzel Tunes


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