Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 04/01/2012

Palavra Episcopal: bispo José Carlos Peres fala sobre o ide de Jesus

Discípulos/as, desafio ao ide de Jesus


José Carlos Peres
Bispo da 3ª Região Eclesiástica
Já ouvi pregações, li textos e assisti aulas sobre o ide (“Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações” – Mt 28.19, onde o ensino é que, na realidade, o mais correto, na tradução para o português, seria dizer indo. Entretanto, uma pergunta inquieta o meu coração: Em que o saber qual o melhor entendimento do tempo verbal nos ajuda na realização da ordem expressa de Jesus: Fazei discípulos. Se não existir em nosso coração o desejo ardente para a realização desse imperativo bíblico? Lembrando que o PNM – Plano Nacional Missionário, aprovado no 19º Concílio Geral da Igreja Metodista determina como Tema Principal, para nossa inspiração, o seguinte: DISCÍPULAS E DISCÍPULOS NOS CAMINHOS DA MISSÃO e no seu detalhamento, para o biênio de 2012 e 2013: CUMPREM O MANDATO MISSIONÁRIO DE JESUS (p. 64), trata-se de um incentivo ao povo metodista para a continuidade da missão. Para mim, com a aprovação do PNM, fica claro que existe um clamor e um ardor pela expansão missionária cristã, através de nossa Igreja.

A Missão não é Decreto Episcopal

Eu acredito que o Colégio Episcopal, bem como o Concílio Geral, entende que o povo metodista quer e deseja realizar a missão, conforme determinada por Jesus Cristo (confira as diversas comissões deixadas nos Evangelhos: Mt 28:19-20; Mc 16:15-18; Lc 24:46-47; Jo 20:21-22). Creia-me, meu amado irmão e irmã, tanto no ide como no indo a missão deve ser realizada com paixão e isto deve ser expresso em ações reais e visíveis pelas diversas Igrejas Locais no território brasileiro, através de pastores/as e de leigos/as envolvidos/as nos diversos ministérios da igreja. Ações como as que já acontecem em várias Igrejas Locais. Sei que a missão não se realiza através de decretos episcopais ou na determinação expressa pelo Concílio Geral e sim no compromisso, na dedicação e no envolvimento pessoal de cada um/a de nós metodistas que ama a missão de Deus.

 
Missão como Ato de Amor

Penso que a missão não deve ser vista e nem entendida como peso, mas como ato de amor (Jo 21:15-17). Amor para com Deus e também para com os homens e mulheres (1Jo 4:20), principalmente para com aqueles/as que se encontram perdidos, necessitados, sem esperança e carecem de serem encontrados pela graça do Evangelho (Mc 2:15-17). Nós temos uma mensagem de esperança e de salvação através do Evangelho do Cristo e devemos anunciá-la com força e com vigor (2Co 3:4-12). Como aprendemos no ensino básico da fé cristã e no modo wesleyano de pensar, é dever do cristão levar a homens e mulheres o anúncio da esperança em Cristo com o fim de sua salvação. Quando realizamos essa tarefa com prazer e alegria, mostramos ao Senhor o nosso amor por Ele e por Sua missão.

Desejo Pastoral

Certa vez, ouvi de um pastor amigo: “Qual o pastor/a ou pregador/a que não gostaria de ver que, ao término de sua pregação, ao fazer um apelo de conversão, o altar ficasse lotado com pessoas rendidas ao Senhor?” É bem por aí. Será que existe pastor ou pastora que não tem prazer em ver pessoas salvas? Recuso-me a acreditar que eles/as existam. Insisto em afirmar que segundo a convicção wesleyana, somos chamados como pastores/as e mesmo como leigos/as, para conduzir pessoas à salvação. Logo, para nós metodistas, a missão deve ser como um fogo a consumir o nosso peito (Jer 20.9; 1Co 9:16). Oro para sermos incomodados/as constantemente pelo Espírito Santo até que estejamos todos/as envolvidos/as no projeto de salvação da humanidade.

Nem Todas as Pessoas São Salvas

Não ignoro que nem todas as pessoas serão salvas, mas acredito que todas elas devem ouvir sobre o Evangelho e serem desafiadas para uma nova vida em Cristo. Neste sentido, a Igreja pode se tornar devedora ao seu Cristo. Será devedora quando havendo oportunidade se negar à voz profética, ao anúncio do amor de Deus, à cura das feridas emocionais através da oração e do acolhimento comunitário, ou seja, quando se negar a cumprir o ensino cristão (Mt 25:34-40). A igreja realiza a missão, conforme comissionada por Cristo, desejando colher frutos do seu trabalho e, apesar dos frutos colhidos e de outros perdidos, jamais desiste da realização de sua tarefa de ganhar almas para o Reino de Deus.

Ao expor alguns pensamentos quis compartilhar com os leitores o desejo que tenho de ver todos os nossos irmãos e todas as nossas irmãs envolvidos com o Reino de Deus e com a sua missão. Muitos de nossos membros se encontram demasiadamente envolvidos na Missão de Deus, mas é notório também que temos uma quantidade enorme de pessoas que ainda não se envolveu e isso faz com que muitos homens e muitas mulheres pereçam sem ter oportunidade de conversão ao Deus da Vida. Como disse, não é através de decretos episcopais ou determinações conciliares que realizamos a missão e sim com engajamento, paixão e muito amor às coisas de Deus, do Seu Reino e também pela humanidade, pois é através do cumprimento do imperativo de Jesus Cristo: Ide e fazei discípulos/as, que a Igreja estará plenamente no propósito da salvação do mundo.

Deixo o desafio para o engajamento de todos os homens e todas as mulheres (jovens e idosos/as) na missão de Deus e no Seu propósito salvífico. Deus conta com você!


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