Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013

Palavra Episcopal Julho 2010 ?

Os Sinais da Graça no Batismo


Bispo Stanley da
Silva Moraes

 

Testemunhar os sinais da graça na unidade do corpo de Cristo é nosso lema deste biênio. Nós testemunhamos os sinais de sua presença.  "A vida cristã surge da graça divina. A graça é dádiva, dom divino para as pessoas e para toda a humanidade"[1] e,   "os sacramentos são meios de graça instituídos por nosso Senhor Jesus Cristo, sinais visíveis da graça invisível  do Espírito Santo na vida dos crentes: o Batismo e a Ceia do Senhor."[2]
O Senhor Jesus Cristo estabeleceu apenas dois sacramentos e eles precisam ser guardados e vividos pela Igreja até a Sua volta.

 

"O batismo é o sinal visível da graça de nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual nos tornamos participantes da comunhão do Espírito Santo e herdeiros da vida eterna."[3] Ele é um sinal por que através dele o Deus Trino se faz presente na vida daquele/a que é batizado/a.

Diferentemente da Ceia do Senhor que é celebrada quantas vezes seja possível, pois é sinal da permanência do Senhor no centro da vida do crente, o batismo é realizado uma vez só, por ser o sinal iniciatório da presença do Deus Trino na vida do crente. Quem torna válido o batismo é o Deus Trino e ao crente só compete crer.

Tem havido muitas distorções relacionadas ao batismo. Compartilho algumas perguntas que ouço, com respostas que damos enquanto cristãos e metodistas.

Quem necessita e pode ser batizado?

Todas as pessoas necessitam o batismo para se tornarem parte do povo de Deus. Ele é o sinal iniciatório da vida cristã. Como Jesus Cristo é o único caminho todos necessitam o batismo.

Todos precisam receber o sinal instituído por Jesus.  Sem o sinal pode estar perto de Jesus, mas não se é um dos d'Ele. Por isso não é suficiente apresentar a criança ao Senhor e à Igreja[4], não é suficiente dizer que aceito Jesus. É preciso receber o batismo.

A criança pode ser abençoada por nascer num lar cristão. Neste caso só lhe falta receber o sinal da graça, através do batismo, o quanto antes. Quem leva uma criança para receber este sinal é responsável em ajudá-la a crescer consciente de que o Senhor está em sua vida.

A criança pode nascer num lar não cristão, mas ter um/a missionário/a perto dela que queira se comprometer em levá-la para ser batizada (ser padrinho ou madrinha). Se os pais consentirem, ela receberá o batismo o quanto antes. Esta pessoa torna-se responsável em ajudar esta criança crescer consciente de que o Senhor está em sua vida.

Por que muitos crentes não batizam suas crianças?

Dois motivos, pelo menos, têm levado pais a não levarem seus filhos para serem batizados. O primeiro nasce de uma interpretação equivocada da escritura em que o "entendimento" tem que vir antes da graça. Pensam que a graça só pode ser oferecida para quem tem entendimento. Caem na mesma armadilha na qual os discípulos caíram quando não queriam deixar as crianças se aproximar de Jesus. Jesus os repreendeu e tomou as crianças em seus braços e as abençoou, qual seja, colocou o sinal da graça na vida de cada uma daquelas crianças. Ele não as batizou, pois ainda não tinha morrido e ressuscitado e nem o Pentecostes tinha chegado. Mas Ele ofereceu àquelas crianças a mesma graça que após o Pentecostes é sinalizada pelo batismo.

O segundo vem da filosofia moderna que diz que a criança nasce livre e que os pais não têm o direito de lhe dar este sinal. Esta filosofia humana não tem base na escritura, pois nas escrituras os pais são responsáveis por "ensinar a criança no caminho em que deve andar".[5]
A graça de Deus é dada. Como metodistas temos um ministério importante a cumprir junto a muitos irmãos que estão presos a preconceitos.  O batismo de criança foi realizado deste o primeiro século e não podemos negar a graça sinalizada no batismo às crianças.

O que se segue ao ato do batismo?

 Após o batismo se inicia o caminho da santificação. Nele se desenvolvem os frutos do espírito, quais sejam, "amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínios próprio"[6].  Este é o caminho da vida que se desenvolve através da submissão a Deus e comunhão com os fieis. É um caminho de ensino, aprendizagem e testemunho.

Em relação à criança que foi batizada, compete aos pais, padrinhos e à Igreja ajudá-la a seguir o caminho da santificação para, quando tiver entendimento, poder confirmar o seu batismo e fazer sua pública profissão de fé.

Em relação aos adultos que não foram batizados e tiveram seu encontro com Jesus depois de já possuírem o entendimento, crendo devem ser batizados e fazer sua pública profissão de fé, tornando-se membros da Igreja. Em relação aos adultos que foram batizados, mas não confirmaram sua fé e se afastaram dos caminhos do Senhor, em se convertendo devem confirmar seu batismo e fazer sua publica profissão de fé, tornando-se membros da Igreja. Para ambos o caminho da santificação se inicia no encontro com Jesus, mas a vida plena em Jesus se desenvolve após o batismo e profissão de fé, com o qual se tornam membros da Igreja.

Como se celebra o sacramento do batismo?

"O batismo, sendo ato de testemunho comunitário, deverá ser realizado, sempre que possível, durante o culto público,"[7]  "de acordo com o ritual e as normas estabelecidas pela Igreja Metodista."[8]
O batismo deve ser celebrado num culto que tenha na celebração deste sacramento o seu centro. Colocar o sinal da graça na vida de uma criança ou adulto exige toda uma preparação da comunidade de fé, e o ritual é celebrativo, festivo, pois mais uma pessoa está sendo salva. Como há festa no céu, tem que haver festa na terra.

O batismo não pode ser nem um apêndice do Culto, nem um apêndice da Escola Dominical. O dia de batismo é um dia em que toda celebração, seja na adoração, seja na confissão, seja no louvor, seja na edificação, seja na dedicação tem que estar voltada para este sinal que será dado a uma ou mais pessoas.

Concluindo

O Senhor estendeu sua graça sobre nós. O sinal desta graça nos alcançou no batismo. Levando a sério o comissionamento do Senhor Jesus, somos enviados para levar o evangelho e oferecer o batismo a quem ainda não o recebeu.

Que o Senhor possa nos fortalecer no exercício deste ministério sacramental.

Fraternalmente, em Cristo,

Bispo Stanley da Silva Moraes.
Secretário Executivo do Colégio Episcopal
Bispo Honorário da Igreja Metodista

 


G.Baéz Camargo e Nelson Luiz Campos Leite, QUANDO WESLEY NOS DESAFIA", Editora Cedro, 2005, p.50.


CANONES 2007, Parte Geral, Capitulo IV, Art. 8º, p. 63.


Idem.


"A apresentação da crianças não substitui o batismo, pois não é Pacto, não tem sinal da aliança com Deus" - (Carta Pastoral do Colégio Episcopal sobre Batismo, 1996, p. 27.


Biblia Sagrada, Provérbios 22.6


Biblia Sabrada, Gálatas 5.22,23


CANONES 2007, Parte Geral, Capitulo IV, Art. 8º, p. 63.


RITUAL DA IGREJA METODISTA, Edição Revista e Ampliada, Editora Cedro, 2005, p.12.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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