Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 11/04/2011

Pastor metodista conta sobre trabalho em presídios

Por Diana Gilli

A Pastoral Carcerária da 1ª Região Eclesiástica, coordenada pelo pastor Edvandro Machado têm ampliado nos últimos dez anos, sua atuação no sistema prisional  como sinal da esperança do Evangelho, não só aumentando o número de evangelistas credenciados, mas também implantando uma série de cursos para qualificação do homem e da mulher privados em sua liberdade.


Além de anunciar a graça salvadora de Jesus Cristo, a Pastoral trabalha em parceria com outras organizações da sociedade civil, como por exemplo, o Conselho da Comunidade da Comarca do Rio de Janeiro, órgão previsto na lei de Execução Penal. O órgão tem por atribuição fiscalizar as Unidades Prisionais para que o Estado garanta condições mínimas ao reeducando, para que este “não saia de lá em uma versão piorada”.

Neste momento, a Pastoral implanta em parceria com o Instituto Central do Povo (ICP), um curso de informática e corte e costura no presídio feminino Oscar Estevensom. O fato de o trabalho ter iniciado em um presídio feminino é muito significativo. De acordo com dados da pastoral, as mulheres representam um pouco mais de 7% do total do contingente carcerário no Brasil.Apesar de não parecer um número significativo, esse total cresceu mais de 100% nos últimos três anos.

Como é o trabalho da equipe no Rio de Janeiro? Quantos fazem parte?
A equipe que atua junto a Pastoral Carcerária é constantemente renovada. Nós contamos com trabalho voluntário e as pessoas mudam horário de trabalho, assumem outros compromissos pessoais, entre outros fatores. Começamos o ano de 2009 com quase 20 agentes; no mês de maio haverá o credenciamento de novos agentes e será quando iremos recompor os mesmos. Neste momento temos oito pessoas que atuam como evangelistas.

Qual é a rotina do capelão?
O tempo disponível para o culto em uma Unidade prisional é de, aproximadamente, 2 horas. Nosso agente tem este curto espaço de tempo para organizar a celebração (cânticos, leitura da palavra etc.) e tentar dar algum tipo de acompanhamento pessoal aquele que se encontra preso. É um tempo muito pequeno para uma relação um pouco mais pessoal, mas é o que é possível em uma unidade de segurança.

Quando o agente carcerário chama o preso para o culto, grande parte deles querem participar. Esta é uma forma deles saírem também um pouco da cela. Por isso, o agente religioso atende a um grande número de detentos.



Há outras atividades que podem ser exercidas por toda a Igreja (e não só pelo agente religioso com credenciamento junto ao Estado) como o importante trabalho de escrita de cartas, a doação de material de higiene pessoal, além de orar por este ministério. É importante citar a fundamental ajuda da Federação de Mulheres na 1º Região, através de campanhas de doação de material de higiene para os presos. Para elas, todo o meu carinho e admiração.

 

Quantas pessoas ouvem falar do amor de Deus por semana e ou mês/ano?
Muitos. Como nos afirma o Evangelho a fé vem pelo ouvir a palavra de Deus,  mas, entendo que neste momento, através da implantação de cursos de qualificação profissional dentro dos presídios,  estamos dando um passo muito importante em demonstrar  nosso amor e compromisso para com estes homens e mulheres que se encontram encarcerados.

Quando os presos saem da cadeia. Que acompanhamento eles recebem depois?
Este é um problema que infelizmente não conseguimos superar. (apesar de inúmeras vezes termos prestado este tipo de atendimento). Nossos recursos e mão de obra são limitados, mas entendo que o acompanhamento externo é um complemento ao trabalho realizado dentro da unidade prisional. Tenho certeza que o Senhor levantará mais obreiros para esta seara.


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