reciclagem de computadores




22/02/2010 – 11h25


Reciclagem de lixo eletr?nico na USP aproveita at? ?ltimo parafuso de PCs antigos



JULIANA CARPANEZ

Do UOL Tecnologia







 Fabiano Cerchiari/UOL


Monitores descartados no Cedir (Centro de Descarte e Reuso de Res?duos de Inform?tica)

 

Se voc? est? familiarizado com o conceito de reciclagem, j? sabe que a coleta seletiva do lixo deve ser feita em latas com cores diferentes: verde (vidro), amarelo (metal), vermelho (pl?stico) e azul (papel). Apenas quatro divis?es, no entanto, est?o longe – muito longe — de atender ?s necessidades da reciclagem de eletr?nicos. Foi isso o que descobriram profissionais da Universidade de S?o Paulo (USP), ap?s iniciar em dezembro de 2009 um projeto de coleta de lixo tecnol?gico. A iniciativa, ainda restrita ? USP, est? prevista para ser aberta ao p?blico em 1? de abril.

 




No chamado Cedir (Centro de Descarte e Reuso de Res?duos de Inform?tica), que conta com cinco funcion?rios e teve investimento inicial de R$ 250 mil, tr?s t?cnicos trabalham para desmontar toneladas de equipamentos. Essas pe?as — que v?o desde cobi?adas placas com fios de ouro at? parafusos — ser?o utilizadas em computadores remanufaturados ou vendidas para empresas de reciclagem de materiais espec?ficos.



Para isso, ? importante fazer uma triagem daquilo que ainda funciona, al?m de separar os diferentes tipos de cabos, pl?sticos e metais, entre outros elementos que comp?em um computador. As placas, por exemplo, t?m diferentes quantidades de metais (alguns deles preciosos), o que torna seu valor de mercado vari?vel. J? os cabos podem conter cobre, zinco, alum?nio e at? vidro, dependendo da fun??o para a qual foram fabricados.


No meio desse lixo, o t?cnico de manuten??o eletr?nica Andr? Rangel Souza monta computadores com pe?as usadas. "? dif?cil conseguir uma mem?ria RAM de 1 GB funcionando. Mas posso chegar a essa mesma capacidade juntando quatro pentes de 256 MB", exemplifica. Seu trabalho exige paci?ncia. "Esse disco r?gido est? bom, mas falta a placa. At? encontr?-la, o HD vai ficar parado aqui, neste pilha", explicou ao UOL Tecnologia. "Uma hora a gente encontra a placa certa.”








 Fabiano Cerchiari/UOL


T?cnico de manuten??o eletr?nica Andr? Rangel Souza, do Cedir, desmonta m?quinas doadas e monta computadores com pe?as usadas

 Os PCs remanufaturados, que ser?o emprestados a ONGs at? voltarem ao Cedir para o descarte, t?m gravador de DVD, placa de rede, de v?deo, 120 GB de capacidade de armazenamento, 512 MB de RAM, monitor, teclado e mouse. Dez m?quinas dessas j? foram montadas no local e est?o prontas para serem usadas em iniciativas como as de inclus?o digital.
Aqueles que quiserem levar seus eletr?nicos usados para o centro, a partir de 1? de abril, devem antes agendar a visita pelos telefones (11) 3091-6455 ou (11) 3091-6454 – os funcion?rios j? respondem ?s d?vidas dos interessados pelo e-mail cedir.cce@usp.br. A coleta refere-se apenas ao lixo eletr?nico de pessoas f?sicas; n?o ser?o aceitos equipamentos de empresas.


5 toneladas, R$ 1.200
A ideia da cria??o do centro de descarte surgiu depois que funcion?rios do Centro de Computa??o Eletr?nica (CCE) da USP fizeram a coleta do lixo eletr?nico existente dentro do pr?prio CCE, em meados de 2008. Na ocasi?o, os cerca de 200 funcion?rios do centro tamb?m levaram equipamentos de suas casas, e o resultado foram 5 toneladas de produtos descartados.


Quando ofereceram esse lixo para empresas de reciclagem, eles se assustaram ao descobrir a quantia paga por todo o montante: apenas R$ 1.200.



"Percebemos que havia algo errado nesse mercado e, em janeiro de 2009, cinco pesquisadores do MIT [Massachusetts Institute of Technology] vieram ao Brasil para nos ajudar a identificar o problema", contou ao UOL Tecnologia Tereza Cristina Carvalho, diretora do CCE. "A quest?o ? que as empresas de reciclagem trabalham com um ?nico tipo de material. Se o foco dessa organiza??o for metais preciosos, por exemplo, ela n?o vai se interessar em pagar por todo o pl?stico dos computadores descartados", explicou.


Foi ent?o que se pensou em montar um centro que separasse os componentes, para que eles fossem reutilizados e vendidos de forma independente. Tereza afirma que um computador desmontado pode valer de R$ 24 a R$ 40 (contra R$ 1,2 mil de 5 toneladas de equipamentos que n?o estavam adequadamente separados). Completo, cada PC pesa cerca de 10 kg.


Quando o centro for aberto ao p?blico, a estimativa ? receber de 500 a 600 m?quinas por m?s, e o dinheiro arrecadado com a venda ser? usado para a manuten??o do pr?prio Cedir.


Tamanho do problema
A organiza??o n?o governamental Greenpeace estima de 20 a 50 milh?es de toneladas de lixo eletr?nico s?o geradas no mundo a cada ano. Ainda de acordo com a ONG, o chamado e-lixo (e-waste, em ingl?s) responde hoje por 5% de todo o lixo s?lido do mundo, quantia similar ? das embalagens pl?sticas. Com a diferen?a de que, quando descartados de maneira inadequada, os eletr?nicos podem ser mais nocivos.


Esses equipamentos cont?m centenas de diferentes materiais – um celular, exemplifica o Greenpeace, tem de 500 a 1 mil componentes diferentes. Na composi??o de muitos deles h? metais pesados, como merc?rio, c?dmio e chumbo, que podem poluir o ambiente e prejudicar a sa?de das pessoas. Para ficar longe do problema, muitos pa?ses ricos exportam seu lixo eletr?nico para na?es pobres, como indica este mapa.
 

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