Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013
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Renascer: 'fantasmas' ganharam R$ 1 milhão
Além dos filhos, outros 6 parentes dos Hernandes foram funcionários na Assembléia.Todos eles fizeram parte da lista de pagamentos do gabinete do Bispo Gê.
(com informações da Agência Estado. Extraído do site Globo.com)
Parentes do casal Estevam e Sônia Hernandes, fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, receberam juntos pelo menos R$ 1 milhão dos cofres públicos no período em que ocuparam cargos 'fantasmas' na Assembléia Legislativa de São Paulo. A conta não considera as gratificações que o grupo teria recebido, que aumenta o valor em 70%, segundo reportagem publicada na edição desta quarta-feira (7) do jornal "O Estado de S. Paulo."
A lista dos funcionários 'fantasmas' ligados à Igreja Renascer já tem oito nomes. Além dos filhos Fernanda Hernandes Rasmussen e Felippe Daniel Hernandes, e do genro Douglas Rasmussen, outros cinco familiares de Estevam e Sônia foram nomeados para cargos comissionados e receberam salários e benefícios sem precisar cumprir expediente.
As nomeações no gabinete do deputado Geraldo Tenuta, conhecido como Bispo Gê, eram distribuídas em esquema de rodízio.
Em 2003, José do Patrocínio Hernandes, irmão de Estevam Hernandes e administrador do haras em Atibaia que integra a lista de bens bloqueados da família, entro na lista de funcionários, como Agente de Segurança Parlamentar.
Ele ocupou o cargo de abril de
A mulher de Felippe Hernandes, conhecido como Bispo Tid, Danielle Azar, figurou na lista como Assistente Técnico Parlamentar. De março de
Já Frederico Alexandre Rasmussen, irmão de Douglas Rasmussen, superintendente da Rede Gospel - canal de TV da Renascer
Ex-chefe de gabinete da vereadora Lenice Lemos São Bernardo, conhecida como Bispa Lenice (PTB), o sobrinho de Estevam, Eduardo Hernandes, foi nomeado Auxiliar Parlamentar no Gabinete do deputado Tenuta, em maio de 2004. Em menos de um ano, recebeu RS 45.600 da Assembléia.
No site da Renascer, o deputado Bispo Gê divulgou uma nota atestando que Fernanda e Douglas Rasmussen de fato exerceram funções em seu gabinete, "dentro da mais ilibada conduta ética e profissional, trabalhando em função das mais variadas atividades parlamentares junto às minhas bases eleitorais e absolutamente em consonância com o regimento interno da Assembléia Legislativa".
Na terça-feira, Estevam e Sônia Hernandes se declararam inocentes nas acusações de falso testemunho e contrabando de dinheiro na primeira audiência no Tribunal Federal de Miami, nos Estados Unidos.
Esta primeira audiência serviu apenas para que a Justiça dissesse aos dois os crimes pelos quais são acusados e perguntar se eles entendiam as acusações. Os dois afirmaram que entendiam, e responderam às acusações declarando-se "não culpados" - em inglês, "not guilty", que é a forma utilizada pela justiça norte-americana para tratar a inocência.
O casal chegou ao tribunal às 12h10 (no horário de Brasília, 9h10 no horário de Miami), e deixaram o local imediatamente após o final da audiência. Os dois chegaram acompanhados pela filha, Fernanda, e por um segurança. Eles foram o primeiro caso atendido no expediente do dia do tribunal. A audiência ocorreu na sala 7 do tribunal. Não foi marcada data para uma nova audiência.
Os Hernandes foram presos no dia 9 de janeiro, no aeroporto de Miami, quando tentavam entrar nos EUA com US$ 56,5 mil, tendo declarado apenas US$ 10 mil. Na segunda-feira, o júri popular (em inglês, "grand jury") decidiu acatar e analisar as denúncias contra os fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo.
Caso sejam condenados nos EUA, Sonia e Estevam terão de cumprir a pena de prisão lá antes de serem extraditados para o Brasil. No dia 22 de janeiro, o governo brasileiro entregou ao Departamento de Justiça dos Estados Unidos o pedido de prisão, para fins de extradição.
A pena prevista é de até cinco anos, mas, na prática, os dois podem ficar presos por no máximo 21 meses. Caso consigam comprovar que os US$ 56.467 que trouxeram para os EUA têm origem lícita, o casal pode se livrar da prisão.
