Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013

samuel kobia paz no oriente médio

Fernando Oshige, GENEBRA, Suíça, Agosto 31, 2006

Foto:CMI

O secretário-geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), pastor Samuel Kobia, propôs, hoje, a criação de um fórum ecumênico sobre Israel e Palestina que mobilize as igrejas em prol de uma paz justa e duradoura no Oriente Médio, com base no respeito às normas internacionais.

"Como comunidade de igrejas cristãs não podemos escapar desse desafio de conseguir a paz na região, que ponha fim à ocupação da Cisjordânia e da Faixa de Gaza, e que garanta a segurança de Israel", afirmou Kobia, ao apresentar a proposta ao Comitê Central do CMI, que está reunido em Genebra, de 30 de agosto a 6 de setembro.

Para o líder de 400 milhões de cristãos protestantes, anglicanos e ortodoxos em mais de 100 países, a questão da paz no Oriente Médio não é um problema regional, mas mundial. A comunidade internacional, entende, tem que assumir com responsabilidade sua tarefa de ajudar a pôr um ponto final no conflito.

"Não é justo que o povo palestino sofra humilhação permanente, que milhares de refugiados palestinos vivam em campos de refugiados desde 1947, e não é justo que se imponham sanções - o bloqueio internacional de fundos para a Autoridade Palestina - como castigo pelo triunfo do movimento Hamas nas últimas eleições. Mas tampouco serve que o povo de Israel viva com temor de seus vizinhos, e que sejam obrigados a recorrer à sua supremacia militar e a seus poderosos aliados do Ocidente", assinalou Kobia.

A proposta do secretário geral do CMI procura passar do estágio das declarações sobre situações conjunturais a uma intensa mobilização das igrejas em nível mundial às ações que influenciem o processo político na convulsionada região. Nas décadas de 70 e 80 do século passado, mobilização similar das igrejas aconteceu com êxito para acabar com o "apartheid" na África do Sul.

"Não se trata de uma tarefa fácil, dado o desequilíbrio de poder na região", ademitiu Kobia, "mas temos que buscar alternativas para superar os aspectos difíceis que estancaram as negociações políticas".

Para o secretário geral, é preciso analisar, exaustivamente, os assuntos complexos, como o direito do retorno dos palestinos aos seus territórios, as legítimas preocupações de Israel a respeito de sua segurança, assuntos que impediram, antes, outros processos de paz.

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