Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 13/09/2013

Solenidade em SP marca repatriamento e digitalização do acervo Brasil: Nunca Mais

Uma solenidade na tarde de ontem em São Paulo, marcou o repatriamento do acervo (documentos e microfilmes) "Brasil: Nunca Mais", um projeto desenvolvido clandestinamente no período da ditadura militar, entre 1979 e 1985, pelo na época arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, e pelo pastor presbiteriano Jaime Wright.

O evento contou também com os depoimentos do metodista, Anivaldo Padilha, e da Luterana Eliana Rolember, que sofreram abusos nos tempos da ditadura e estão envolvidos no trabalho do movimento ecumênico no Brasil. Padilha destaca que “a importância desse evento não pode ser subestimada. É a primeira vez que a participação de evangélicos e do movimento ecumênico brasileiro na luta pelos Direitos Humanos e pelo retorno do Brasil ao regime democrático receberá reconhecimento público".

O acervo, contendo um milhão de fotocópias de 707 processos do Superior Tribunal Militar (STM) e que revelou a extensão da repressão política na época, foi enviado pelo arcebispo ao Conselho Mundial das Igrejas (CMI), nos Estados Unidos, e agora retorna ao Brasil. O conteúdo estará disponível na internet, através da página do Arquivo Público do Estado de São Paulo.

Na ocasião, os religiosos ficaram sabendo que os processos da Justiça Militar poderiam ficar até 24 horas com advogados dos envolvidos e realizaram fotocópias dos documentos, enviados aos Estados Unidos por medida de segurança. Um kit dessas cópias foi colocado para pesquisa na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em 1988, mas parte das páginas de alguns processos sumiram, principalmente a com o nome de torturadores.

Segundo Marcelo Zelic, do Armazém Memória, o repatriamento aconteceu durante um convênio com o Arquivo Público do Estado de São Paulo, os autores do projeto "Brasil: Nunca Mais" e o Ministério Público Federal (MPF). Ele ressalta que o projeto é importante no resgate da história do país e permite que novas gerações saibam o que aconteceu naquela época, para que isso não se repita.

- Nas salas de aula, a meta fundamental será cumprida para o nunca mais no Brasil - salienta.

Para o procurador regional da República em São Paulo Marlon Weichert, o projeto é resultado de seis anos de trabalho. Ele ressalta que são 543 rolos de microfilme cuja impressão totaliza 12 volumes de 6 mil páginas. Na Unicamp, é a pesquisa mais procurada, segundo Weichert.

Atualmente, o "Brasil: Nunca Mais" está na 37ª edição. Lançado em 15 de julho de 1985, ele foi reimpresso mais de 20 vezes nos dois primeiros anos.

Com informações: jornal O Globo
Fotos de Michel Filho e José Magalhães

 

 

 


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