40 anos de diálogo metodista-catolico


O engajamento na busca comum da unidade dos crist?os atrav?s de di?logos teol?gicos e coopera??o entre cat?licos e metodistas teve in?cio h? 40 anos prosseguindo ininterruptamente at? os dias de hoje. O di?logo ecum?nico entre a Igreja Cat?lica Romana e o Conselho Metodista Mundial (WMC). ? o mais antigo dos di?logos metodistas e um dos mais antigos da Igreja Cat?lica. A Igreja Cat?lica Romana entrou ativamente no movimento ecum?nico mundial durante o papado de Jo?o XXIII. O Conc?lio Vaticano II estabeleceu oficialmente o compromisso ecum?nico da Igreja Cat?lica e permitiu a forma??o de uma ampla rede de rela?es com diferentes tradi?es crist?s, visando a busca comum da unidade do povo crist?o.



No Brasil, todos conhecemos a participa??o da Igreja Metodista no Conselho Nacional de Igrejas Crist?s do Brasil (CONIC) e na Coordenadoria Ecum?nica de Servi?o (Cese) onde atua como parceira a Igreja Cat?lica Romana. Menos conhecido ? o di?logo teol?gico e a constante colabora??o entre a Igreja Cat?lica Romana e o Conselho Metodista Mundial (WMC). Este, desde 1961, ano de sua funda??o, respeitando a autonomia das Igrejas Metodistas espalhadas pelo mundo, serve ? unidade de seu testemunho e de sua a??o. O Conselho Metodista Mundial encoraja tamb?m a participa??o metodista no Movimento Ecum?nico e promove a unidade do testemunho e do servi?o metodista dentro do movimento.



O WMC tornou-se um interlocutor eficiente e din?mico no di?logo ecum?nico com a Igreja Cat?lica Romana. Em todas as sess?es do Conc?lio Ecum?nico Vaticano II, o WMC esteve presente com um grupo altamente qualificado de 16 observadores. Em 1965, o Comit? Executivo do WMC convidou a Igreja Cat?lica a formar um Grupo de estudo e a??o conjunta entre as duas comunh?es. O plano foi realizado em 1966, depois do Congresso do WMC daquele ano. Na Mensagem final do Congresso l?-se: "O marco principal ? a derrubada das barreiras de suspeitas e de ignor?ncia que nos t?m separado dos irm?os da Igreja Cat?lica Romana e eles de n?s". 



Depois de constituir oficialmente uma Comiss?o Mista de di?logo teol?gico, logo foram realizados encontros de trabalho em Ariccia, Londres, Cambridge, e em outros lugares. Pela primeira vez foram convidados te?logos cat?lico-romanos para o Encontro Teol?gico (4?) promovido pelo Instituto de Estudos teol?gicos metodistas de Oxford. A conviv?ncia de dez dias permitiu aos te?logos cat?licos conhecer melhor o pensamento metodista. Na reuni?o de Rabat, em 1970 , a Comiss?o Mista estava em condi??o de publicar um primeiro Relat?rio, parcial e provis?rio, com o intuito de receber rea?es e contribui?es em vista de um Relat?rio final a ser submetido ? aprecia??o das respectivas Igrejas. Acordado o m?todo de trabalho e debatidas as tem?ticas priorit?rias, quatro argumentos foram tomados em considera??o formalmente: a Eucaristia, a crise de autoridade na Igreja e no mundo, o minist?rio, a seculariza??o. Dois outros temas foram sugeridos para serem estudados sucessivamente: lar e fam?lia crist?, vida crist? e espiritualidade. Na parte final do documento, a Comiss?o Mista avalia que os progressos da experi?ncia ecum?nica dos ?ltimos anos foram r?pidos e certamente conduzidos pelo Esp?rito Santo. Agradecidos a Deus, os membros renovam seu compromisso de redobrar os esfor?os no estudo e no di?logo, cientes das dificuldades futuras, especialmente do desafio de educar os fi?is de ambas as Igrejas e comunicar a eles a alegria e a inspira??o que foi concedida aos membros da Comiss?o.



Em outubro de 1970, o documento "Declara??o de Inten??o"  da Igreja Metodista Unida dos Estados Unidos contribuiu para que se prosseguisse com entusiasmo pelo caminho iniciado. A resolu??o adotada pela Confer?ncia Geral da Igreja Metodista Unida ? um passo importante no progresso rumo ? unidade crist?. A Declara??o de Inten??o se refere ?s atitudes e inten?es ecum?nicas da Igreja Metodista Unida com rela??o ? Igreja Cat?lica Romana. A Resolu??o est? ligada a uma longa passagem do Book of Resolutions of The United Methodist Church 1968 que exp?e o pensamento ecum?nico dos Metodistas. A Comiss?o teol?gica de estudo sobre a Doutrina e as normas doutrinais encarregada de examinar a dimens?o ecum?nica dos Artigos de Religi?o anti-cat?licos havia sugerido  suprimir esses artigos do Book of Discipline da Igreja. A Declara??o de Inten??o, acolhendo essa sugest?o, depois de ter situado na hist?ria e avaliado os conte?dos anti-cat?licos dos Artigos de Religi?o, declara: "Em conseq??ncia, n?s decidimos, pelo presente ato, declarar nossa inten??o de interpretar daqui por diante todos os nossos Artigos de confiss?o e outras normas de doutrina em conformidade com as nossas melhores concep?es de avalia??o ecum?nica, tal como aparece da resolu??o da Confer?ncia de 1968 sobre "A Igreja Metodista e a base da Unidade Crist?" (The Book of Resolutions of the United Methodist Church, 1968, pp.65-72). Pelo menos, isso implica de nossa parte em uma muito sincera benevol?ncia e fraternidade crist? para com todos os irm?os cat?lico-romanos, na esperan?a certa do dia em que todas as lembran?as tristes (as nossas e as deles) ser?o remidas pelo dom da plenitude da Unidade crist?, feito por Deus, Pai do nosso comum Senhor Jesus Cristo". (Declara??o adotada pela Confer?ncia Geral da Igreja Metodista Unida, Saint Louis, Missouri – 23 de abril de 1970).



O Relat?rio da primeira fase de di?logo foi apresentado ao WMC na Confer?ncia de Denver (Colorado, USA) . O Cardeal Johannes Willebrands, convidado a ter uma confer?ncia que introduziu o debate sobre o primeiro Relat?rio, sublinhou os avan?os do trabalho realizado e o valor da heran?a comum das duas Igrejas.



A segunda Comiss?o Mista, da qual era membro tamb?m o Dr. Jos? Miguez Bonino (Argentina), a partir das recomenda?es do Relat?rio de Denver (1971) trabalhou intensamente e, pontualmente, entregou ?s Igrejas o Relat?rio 1972-754. Os 119 n?meros desenvolvem as tem?ticas: testemunho comum e salva??o hoje, espiritualidade, lar e fam?lia crist?: casamentos inter-eclesiais, quest?es morais: eutan?sia, Eucaristia — com os sub-temas: posi??o cat?lico-romana e metodista sobre a Eucaristia, Presen?a de Cristo, Sacrif?cio de Cristo, Comunh?o eucar?stica –, minist?rio, autoridade, tarefas para a uni?o eclesial.



Concluindo o Relat?rio da segunda s?rie de di?logos, a Comiss?o Mista, consciente de que haveria ainda um longo caminho a percorrer, reafirma a disposi??o para continuar a tarefa ecum?nica ampliando os contatos e tratando das preocupa?es comuns, "pois n?o h? raz?o para duvidar no in?cio da caminhada nem para desanimar ao longo do caminho".  Aquilo que une as duas Igrejas ? muito mais daquilo que as divide. Na mensagem enviada, em nome do WMC, para a elei??o do papa Jo?o Paulo I, o presidente do Comit? executivo da WMC, Kenneth G. Greet, afirma que iniciou uma nova era de rela?es entre cat?licos e metodistas com um di?logo sistem?tico, que agora vai ser prolongado por mais dez anos, e que ? um privil?gio viver em uma ?poca em que vemos com clareza a busca da unidade plena como aut?ntico testemunho a Cristo. Lembra tamb?m que, no di?logo, j? foram descobertas muitas maneiras de cooperar no servi?o do ?nico Senhor da Igreja, dando um comum testemunho do seu Evangelho e contribuindo para estabelecer uma ordem justa e pac?fica da sociedade sobre a terra. "Nossa prece ? que possamos, no per?odo do vosso pontificado, aprofundar a compreens?o da nossa f? comum e o chamado a estreitar os la?os da comunh?o no Servi?o de nosso Senhor". Depois de apenas 28 dias, por ocasi?o da morte de Jo?o Paulo I, o Secret?rio Geral do WMC, em sua breve mensagem, citava, com profunda como??o, Charles Wesley: "Inseparably joined in one, the friends of Jesus are".



Na reuni?o de Roma, em janeiro de 1979, a Comiss?o mista debateu o tema da Pessoa e da obra do Esp?rito Santo. Os co-presidentes, em nome da Comiss?o, declararam: "N?s cremos que ? o Esp?rito Santo que nos reuniu aqui em Roma e que, como crist?os, cat?licos e metodistas, estamos fundamentalmente e essencialmente de acordo sobre a doutrina e a pessoa do Esp?rito Santo e sobre a sua obra na justifica??o e santifica??o no seio da Igreja". "N?s cremos que a unidade que nos foi dada de partilhar no di?logo tem sido, de qualquer maneira, a realiza??o da ora??o que nosso Senhor fez para que n?s fossemos um nele e no Pai". (SI, N? 40, 1979/3, p. 20-21).
Jo?o Paulo II, em 5 de dezembro de 1980, ao receber em audi?ncia a Comiss?o Mista, exortou: "Fa?am tudo o que est? ao seu alcance para ter a certeza de que a sua busca de reconcilia??o seja compreendida e envolva cat?licos e metodistas em qualquer lugar do mundo onde eles se encontrem".



Em 31 de janeiro de 1981, a Comiss?o Mista publicou o Relat?rio da terceira s?rie de di?logos (Relat?rio 1977-1981)5. A Comiss?o adotou o crit?rio de preparar os relat?rios, ainda que parciais, de cinco em cinco anos, antes da reuni?o do WMC, em 1971, 1976, 1981. A Comiss?o entendeu que o envolvimento freq?ente das respectivas Igrejas fosse pedagogicamente mais ?til do que publicar um relat?rio final muito tempo depois. A cada q?inq??nio, os te?logos metodistas e cat?licos foram convidados a se debru?ar sobre os documentos e a enviar seus coment?rios. Os Relat?rios mostram a concord?ncia cada vez mais ampla e a converg?ncia crescente alcan?adas atrav?s do di?logo. Conservam tamb?m a inten??o inicial de falar juntos – metodistas e cat?lico-romanos – ?s pessoas da nossa ?poca apontando os sinais animadores da a??o do Esp?rito Santo na Igreja hoje. O tema central do Relat?rio (1977-81) ? a pessoa e a a??o do Esp?rito Santo: o Esp?rito Santo-Deus, a obra do Esp?rito, o Esp?rito Santo e a comunidade crist?, o Esp?rito Santo transforma em Reino de Deus a comunidade humana, Esp?rito Santo: experi?ncia crist? e autoridade na Igreja. Na ?ltima parte, "As decis?es morais crist?s", um estudo especial ? dedicado ao matrim?nio crist?o. A Comiss?o definiu tamb?m o programa da s?rie seguinte de di?logos: "A natureza da Igreja". Convictos, enfim, de que as declara?es conjuntas sobre a pessoa e a obra do Esp?rito Santo t?m aumentado a confian?a acerca da futura unidade entre cat?licos e metodistas, os membros da Comiss?o manifestam a esperan?a de que as autoridades do WMC e da Igreja Cat?lica destaquem a import?ncia desses di?logos e relat?rios e o conseq?ente comprometimento. O WMC, na sua reuni?o de 1981, dedicou uma sess?o inteira ao debate sobre esse terceiro Relat?rio.



Animados pelo consenso alcan?ado sobre a pessoa e a obra do Esp?rito Santo, os membros da Comiss?o Mista da quarta s?rie de di?logos publicaram um novo documento de trabalho com o t?tulo "Para uma Declara??o sobre a Igreja", aguardando as contribui?es de te?logos cat?licos e metodistas. Tiveram que constatar que nenhum coment?rio ou cr?tica chegou nem por parte cat?lica nem por parte metodista. A Comiss?o deparou com as quest?es: "At? que ponto os resultados destes di?logos s?o conhecidos nos ?mbitos da Igreja Cat?lica e das Igrejas Metodistas? Como podemos favorecer uma compreens?o crescente por parte dos membros das Igrejas em di?logo, superando o isolamento do grupo de delegados da Comiss?o?".



O di?logo havia chegado a pontos positivos sobre o objetivo da unidade vis?vel, da plena comunh?o na f?, na miss?o e na vida sacramental. No encontro de Lake Junaluska (Carolina do Norte – U.S.A.), em novembro de 1984, ? luz das diferentes tradi?es foi estudada, em um clima de fraternidade e de cordialidade, a quest?o espec?fica de uma primazia universal na Igreja, com debates sobre a figura de Pedro no Novo Testamento e sobre o conceito de primazia na teologia e na vida da Igreja. A Comiss?o, ao expressar a convic??o de que as divis?es manifestam um falta de caridade entre as diferentes tradi?es crist?s e representam um esc?ndalo para o mundo, sente a responsabilidade de continuar as conversa?es em vista da unidade.



O quarto Relat?rio (1982-86)6, conhecido como Relat?rio de Nairobi, tem como t?tulo: "Rumo a uma Declara??o sobre a Igreja" e abre com uma das defini?es mais belas da Igreja – segundo Jean Marie R. Tillard -: "Deus amou tanto o mundo que enviou seu Filho e o Esp?rito Santo para nos conduzir ? comunh?o com Ele. Esta participa??o na vida de Deus que resulta da miss?o do Filho e do Esp?rito Santo encontra sua express?o na "koinonia" vis?vel dos disc?pulos de Cristo, a Igreja" (n.1). O Relat?rio trata da natureza da Igreja, a Igreja e os sacramentos, chamados/as ? unidade, caminhos em dire??o de uma ?nica Igreja, estruturas e minist?rio, a fun??o de Pedro (Pedro no N.T. e Primazia e minist?rio de Pedro, Jurisdi??o, Ensino repleto de autoridade). O Relat?rio exp?e com clareza as converg?ncias e as diferen?as e fixa aquisi?es definitivas nas etapas da caminhada para a unidade, ainda que falte aprofundar o campo de estudos. Para alcan?ar uma converg?ncia sobre os problemas em aberto, a Comiss?o Mista decide que o t?tulo geral dos estudos dos anos seguintes seja "A tradi??o apost?lica".



O Relat?rio 1986-1991, dedicado ao estudo da Tradi??o Apost?lica, ? dividido em duas partes: 1? Parte "A f? apost?lica – seu ensino, sua transmiss?o e recep??o, 2? Parte "Minist?rio e minist?rios: o servi?o na tradi??o apost?lica. Metodistas e cat?licos t?m uma mesma perspectiva de minist?rio, de import?ncia fundamental, quando afirmam que o minist?rio ordenado ? essencialmente de natureza pastoral. Os ministros ordenados s?o encarregados de exercer e manter unidas as fun?es de proclama??o do Evangelho, convocar homens e mulheres para a f?, alimentar a comunidade com a palavra e os sacramentos e fazer conhecer Jesus Cristo pelo minist?rio de servi?o no mundo. V?rios problemas relativos ao minist?rio ordenado permanecem ainda sem solu??o e ser?o estudados no futuro: a sacramentalidade da ordena??o ministerial, as formas de transmiss?o e episkop?, quem pode ser ordenado. ? importante sublinhar que, no Relat?rio, a Comiss?o se absteve voluntariamente de enfrentar todas as diferen?as doutrinais ou pr?ticas. Este m?todo corresponde ? convic??o de que metodistas e cat?licos j? partilham uma certa forma de comunh?o ainda que imperfeita, isto ?, o que os une e maior do que aquilo que os separa, e est?o "comprometidos a seguir o caminho que nos levar? ? plena comunh?o na f?, na miss?o e na vida sacramental" (Rumo a uma declara??o sobre a Igreja. N? 20). Os Relat?rios querem contribuir ao ?xito desse processo e uma vez mais, com este relat?rio a Comiss?o faz progredir a compreens?o ecum?nica da natureza da Igreja.    


 
Uma delega??o oficial do WMC se encontrou, em Roma, com membros do Pontif?cio Conselho para a unidade dos crist?os para avaliar os progressos do di?logo e preparar os programas futuros. No dia 26 de mar?o de1992, a delega??o foi recebida pelo Papa Jo?o Paulo II que, em seu discurso, destacou os frutos evidentes do di?logo constante que dura h? 25 anos e solicita metodistas e cat?licos a renovarem o compromisso da coopera??o a servi?o do Evangelho envolvendo as comunidades locais. O Rev. Dr Donald English, saudando o papa em nome dos 54 milh?es de membros da fam?lia metodista espalhados em 94 pa?ses, destacou a exist?ncia de um alto n?vel de f? comum. Trata-se agora de consolidar os pontos de concord?ncia e perseverar no estudo das quest?es controversas.



A fase seguinte de di?logo debate como a revela??o de Deus produz fruto na F?, Miss?o e Vida Sacramental na comunh?o da Igreja. O Relat?rio 1992 -1996 "A Palavra de vida, Declara??o sobre a revela??o e a f?"7 foi apresentado ? Confer?ncia Metodista Mundial do Rio de Janeiro, em 1996.   A Declara??o, na primeira parte, trata da Revela??o (Auto-comunica??o de Deus, a revela??o de Deus na hist?ria, a revela??o de Deus Pai, Filho e Esp?rito Santo) Na segunda parte trata da F? (a F? pela qual n?s cremos, a F? que ? crida ou os conte?dos da f?, a fecundidade da F? – o crescimento da f?, os frutos da f?, o discernimento da f?. Na terceira parte trata-se da Miss?o ( a miss?o da Igreja vem de Deus, a Miss?o: palavra e a??o, a Miss?o e a comunidade, a Miss?o apost?lica, Miss?o e ecumenismo, Miss?o e culturas. A parte quarta trata da Vida Sacramental, a quinta da Koinonia ( a Comunh?o no testemunho apost?lico, as grandes express?es da comunh?o nas nossas Igrejas – F?, culto, Miss?o – a Igreja universal). Na conclus?o, a Comiss?o Mista faz um balan?o positivo dos trinta anos de di?logo: aproxima??o e conhecimento, estudo conjunto das grandes quest?es doutrinais debatidas no campo ecum?nico, consider?vel concord?ncia sobre os grandes temas da Pneumatologia ( Relat?rio 1981), Eclesiologia (Relat?rio 1986), Tradi??o Apost?lica (1991), Revela??o e F? (1996). Chegou a hora de concentrar-se sobre quest?es mais detalhadas que ainda criam dificuldade a partir das concord?ncias firmadas.



O te?logo William Henn, comentando o Relat?rio "Palavra de Vida, Declara??o sobre a Revela??o e a F?"8, o considera "sensacional". ?A maturidade desse documento, a natureza fundamental das quest?es levantadas e o quadro teol?gico s?lido no qual elas s?o estudadas, sugerem que os membros da Comiss?o t?m toda raz?o de alimentar a esperan?a. Para favorecer o trabalho seguinte, seria particularmente ?til promover no meio dos fi?is das duas comunidades a recep??o daquilo que foi alcan?ado at? agora no processo de di?logo" (HENN, W., Reflex?es sobre "A Palavra de Vida", SI, 92, 1996/3, p.132-139). Na Confer?ncia do Rio de Janeiro, foi dedicada a esse relat?rio o debate em Plen?ria. O WMC aprovou a continuidade do di?logo com a Igreja Cat?lica e a participa??o metodista na prepara??o do Jubileu do ano 2000.



Temos a alegria de poder ler em portugu?s o Relat?rio 1997-2001: "Dizer a verdade na caridade, a Autoridade de ensinar entre cat?licos e metodistas", publicado pelas Paulinas9. Este Relat?rio foi debatido no encontro de Jerusal?m, encontro intenso e emocionante que se concluiu com a visita ao Patriarca Michael Sabbat, e foi definitivamente elaborado no encontro de Ile Saint-Simon (Ge?rgia, USA), lugar hist?rico da presen?a de John Wesley nos Estados Unidos 255 anos antes.  Esta declara??o apresenta os dados comuns ao catolicismo e ao metodismo e formula as diferen?as que ainda existem em vista do trabalho a ser realizado sobre as condi?es que permitem aos fi?is de continuar a aderir ? revela??o trazida por Jesus Cristo e transmitida pelos ap?stolos. O Relat?rio 2001 reconhece diferen?as na estrutura ministerial da autoridade doutrinal na Igreja, "mas existe uma f? comum fundamental na presen?a do Esp?rito Santo e na utiliza??o pelo Esp?rito Santo das inst?ncias leg?timas de exerc?cio da autoridade doutrinal para assegurar a verdade do Evangelho em que cr?em metodistas e cat?licos" (Relat?rio 2001,121). A conclus?o mostra mais uma vez a perseveran?a e a confian?a na caminhada ecum?nica: "Buscando avan?ar juntos em dire??o ? unidade plena na caridade e na verdade, metodistas e cat?licos comprometem-se aqui e agora a confessar a verdade na caridade, uns aos outros e a todos os povos do mundo" (ib., 122).



Aproximando-se o anivers?rio de 40 anos de di?logo houve uma visita a Roma da Delega??o do WMC, em dezembro de 2005. Essa visita tinha como objetivo refletir sobre a possibilidade de concretizar os resultados do di?logo teol?gico que progride sem interrup??o desde 1966. Embora permane?am quest?es doutrinais n?o resolvidas, o desejo ? de consolidar os resultados interm?dios. Papa Bento XVI, ao saudar a Delega??o metodista, observou que no di?logo perseverante foi alcan?ado um grau consider?vel de converg?ncia sobre temas fundamentais de teologia. O conhecimento e a estima rec?proca permitiu de reconhecer os tesouros crist?os presentes nas nossas tradi?es e exortou a um empenho comum pela Palavra de Deus, o testemunho e a ora??o em conjunto. Varias propostas foram conversadas com o Cardeal Walter Kasper para incrementar as rela?es cat?lico-metodistas. As conversa?es sobre esses assuntos pr?ticos continuar?o depois da ades?o dos metodistas ? Declara??o Conjunta cat?lico-luterana sobre a Doutrina da Justifica??o, em pauta na pr?xima Confer?ncia do WMC. Pode-se, de fato, considerar resultado do grande trabalho teol?gico Metodista-Cat?lico tamb?m essa iniciativa em curso das 76 Igrejas-membro do WMC de aderir ? Declara??o Conjunta sobre a Doutrina da Justifica??o assinada em 1999 pela Igreja Cat?lica e pela Federa??o Luterana Mundial.



A atual Comiss?o Mista terminou pontualmente seus trabalhos entregando o documento de pr?xima publica??o que tem por t?tulo: "A Gra?a que nos foi dada em Cristo: Cat?licos e Metodistas refletem mais profundamente sobre a Igreja".  Metodistas e cat?licos chegaram a uma compreens?o rec?proca nova. Os metodistas consideram a Igreja Cat?lica uma verdadeira Igreja e um meio de gra?a e de salva??o; os cat?licos reconhecem que os metodistas s?o crist?os como os cat?licos e que as Igrejas metodistas s?o comunidades crist?s em que a gra?a da salva??o ? presente e operante. O documento oferece propostas que podem ajudar metodistas e cat?licos a progredir em dire??o ? plena comunh?o que buscamos. A Comiss?o espera que esse documento d? novo impulso ?s rela?es cat?lico-metodistas nos diferentes contextos em que as duas Comunh?es vivem lado a lado.



Nesses 40 anos n?o foram ignoradas as dificuldades das rela?es que entre cat?licos e metodistas existem em alguns lugares do mundo, inclusive em algum pa?s da Am?rica Latina. Nessas situa?es seria ?til que os cat?licos como os metodistas estejam  informados sobre as boas rela?es que efetivamente existem em outros lugares entre os membros das duas Igrejas e sobre os progressos dos di?logos teol?gicos em curso h? 40 anos, di?logos que nos aproximam cada vez mais da comunh?o na ?nica f? e na ?nica miss?o.



Pe. Gabriele Cipriani
Secret?rio para os Programas do CONIC

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                      
  


 

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