A mudança que precisamos

Digo, por?m: andai no Esp?rito e jamais satisfareis ? concupisc?ncia da carne.


Porque a carne milita contra o Esp?rito, e o Esp?rito, contra a carne,


porque s?o opostos entre si;para que n?o fa?ais o que, porventura,


seja do vosso querer (Gl 5.16-17).


A dificuldade dos g?latas: "V?s corr?eis bem; quem vos impediu de continuardes a obedecer ? verdade?" (Gl 5.7).


Como sabemos, a carta aos G?latas ? uma resposta de Paulo ao que se convencionou chamar, nos estudos do Novo Testamento, de "judaizantes". A express?o do verso acima demonstra o desapontamento de Paulo com aqueles que eram seus filhos na f? e que agora deixavam de "correr bem e de seguir a verdade". Ou, como noutro verso, afirma de forma mais enf?tica: "? g?latas insensatos! Quem vos fascinou a v?s outros, ante cujos olhos foi Jesus Cristo exposto como crucificado?… Sois assim insensatos que, tendo come?ado no Esp?rito, estejais, agora, vos aperfei?oando na carne?(Gl 3.1,3).







 A igreja na Gal?cia era fruto do minist?rio de Paulo, e inclu?a Antioquia (da Ps?dia – Atos 13.14), Ic?nio e Listra. J? na primeira viagem, chegando a Antioquia, Paulo encontrou severa oposi??o, e ainda assim houve muitos judeus e gentios que receberam a Palavra e se converteram, nascendo, assim, uma forte comunidade (ver Atos 13.43-46). Por isso, Paulo podia mencionar tais irm?os e os judeus que se opunham a Paulo e ao evangelho pregado por ele. Estes exigiam que acima do tudo se tornassem como um judeu, circuncidassem, obedecessem aos ritos e jejuns, enfim se submetessem ? lei como interpretada pelo Juda?smo rab?nico.


Por tudo isso ? que houve o Conc?lio de Jerusal?m (cf. Atos 15), e o que foi determinado em carta pelos ap?stolos ?s igrejas gent?licas, inclusive as da Gal?cia, foi: "Visto sabermos que alguns [que sa?ram] de entre n?s, sem nenhuma autoriza??o, vos t?m perturbado com palavras, transtornando a vossa alma, pareceu-nos bem, chegados a pleno acordo, eleger alguns homens e envi?-los a v?s outros com os nossos amados Barnab? e Paulo, homens que t?m exposto a vida pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo. Enviamos, portanto, Judas e Silas, os quais pessoalmente vos dir?o tamb?m estas coisas. Pois pareceu bem ao Esp?rito Santo e a n?s n?o vos impor maior encargo al?m destas coisas essenciais: que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ?dolos, bem como do sangue, da carne de animais sufocados e das rela?es sexuais il?citas; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Sa?de"(Atos 15.24-29.)Por tudo isso ? que Paulo p?de se dirigir aos g?latas cerca de 4 a 5 anos ap?s o Conc?lio de Jerusal?m, mais ou menos ano 55 depois de Cristo, dizendo: "Admira-me que estejais passando t?o depressa daquele que vos chamou na gra?a de Cristo para outro evangelho, o qual n?o ? outro, sen?o que h? alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo.Mas, ainda que n?s ou mesmo um anjo vindo do c?u vos pregue evangelho que v? al?m do que vos temos pregado, seja an?tema. Assim, como j? dissemos, e agora repito, se algu?m vos prega evangelho que v? al?m daquele que recebestes, seja an?tema (Gl 1.6-9). Express?es fortes como perverter o evangelho de Cristo, "…mesmo que um anjo vos pregue outro evangelho seja an?tema" (maldito). Por que tanta veem?ncia? ? o que veremos no pr?ximo item.


 


O risco da heresia, ou desvio da f? genu?na em Jesus Cristo


Praticamente, a maioria das heresias surgidas na hist?ria da Igreja, nasceram dentro da pr?pria Igreja. S?o crist?os que, buscando novidade ou seguindo tend?nos que buscando novidade, ou seguindo tends na hist “sto.,Rio de Janeiro, uma igreja para cada Bairro e cidade e um grupo de |Dcia do mundo em que vive a Igreja, come?am a inventar novas pr?ticas, e junto a um arrazoado b?blico-teol?gico que justifica. N?o tenho tempo nem espa?o para considerar diversos exemplos da hist?ria; deixo para os especialistas. Aqui me atenho a examinar, como biblista, ? luz da Palavra, certas novidades, modismos mesmo, que tentam introduzir no meio evang?lico e mesmo no nosso meio metodista. Vou tratar disso, caso a caso, com o prop?sito de ser did?tico, e n?o deixar d?vida ao que estou me referindo.


Usarei os textos de G?latas, Cor?ntios e Hebreus, por serem a refer?ncia b?blica mais clara e objetiva para os temas a serem abordados, basicamente a introdu??o de pr?ticas do Antigo Testamento, no culto crist?o, e ou na vida di?ria dos crentes.


1) A entroniza??o da arca com ritual de entrada no templo. Dependendo como se faz, ao inv?s de ser a entrada das Escrituras Sagradas, passa a ser a diviniza??o e adora??o da B?blia, o que ? uma contradi??o, pois ela mesma ensina: "N?o far?s para ti imagem de escultura, nem semelhan?a alguma do que h? em cima nos c?us, nem embaixo na terra, nem nas ?guas debaixo da terra. N?o as adorar?s, nem lhes dar?s culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos at? a terceira e quarta gera??o daqueles que me aborrecem." (?x. 20. 4-5). Al?m disso, pode indicar a celebra??o da antiga alian?a, a qual n?o nos inclu?a; n?s vivemos a nova alian?a: "O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova alian?a, n?o da letra, mas do esp?rito; porque a letra mata, mas o esp?rito vivifica. … Mas os sentidos deles se embotaram. Pois at? ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga alian?a, o mesmo v?u permanece, n?o lhes sendo revelado que, em Cristo, ? removido" (2Co 3.6,14).


O que est?o introduzindo ? tornar os ritos exteriores em objeto e atos sagrados que nos dar?o virtudes espirituais, e nos aproximar?o da gl?ria de Deus, da b?n??o do Senhor.


Assim, com o esfor?o, e com as obras e ritos da lei judaica, ou, se quiserem, da carne, nos tornar?amos herdeiros das promessas de Deus.


2) Outra pr?tica que se introduziu no meio evang?lico ? o resgate do sacerd?cio ar?nico. Onde a prim?cia da oferta de sacrif?cio, "o peito da oferta movida, e a coxa da por??o que foi movida – que ? de Ar?o e seus filhos". Conforme ?x 29.27-28, este ato est? sendo usado, para que a melhor parte, as prim?cias do ganho, fora o d?zimo, seja entregue diretamente ao pastor; com isto, h? pessoas que d?o carro, e cheques vultosos aos pastores que ensinam tal princ?pio, sobre pretexto de ?x 29.27-28. N?o vou discorrer sobre o verdadeiro sentido do texto. Vou afirmar o seguinte: O(A) pastor(a) na Igreja Crist? n?o ? sucessor(a) do sacerd?cio ar?nico, pelo contr?rio, temos um ?nico sumo sacerdote: "Tendo, pois, a Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote que penetrou os c?us, conservemos firmes a nossa confiss?o. Porque n?o temos sumo sacerdote que n?o possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, ? nossa semelhan?a, mas sem pecado (Hb 4.14-15). Ler tamb?m Hebreus 7.11-19.


Com que objetivo surgem tais desvios da genu?na f? b?blica? Primeiro para que n?o percamos o foco, nossa santifica??o e o an?ncio da gra?a de Deus, fazendo disc?pulos e disc?pulas de Cristo. S?o tantos os modismos e ritos que nos perdemos, deixando de fazer o priorit?rio. Tais modismos nos dividem: entregamos-nos a discuss?es absolutamente in?teis, com isso quebramos a unidade do Esp?rito, e damos lugar ? carne.


3) Qual o ensino de Paulo sobre esta rela??o lei/f?? Ou ainda carne e Esp?rito?


"Aquele, pois, que vos concede o Esp?rito e que opera milagres entre v?s, porventura, o faz pelas obras da lei ou pela prega??o da f?? (Gl 3.5.)


Antes deste texto, ele j? havia sido bastante categ?rico quanto ao restabelecimento da lei e seus ritos: "Sabendo, contudo, que o homem n?o ? justificado por obras da lei, e sim mediante a f? em Cristo Jesus, tamb?m temos crido em Cristo Jesus, para que f?ssemos justificados pela f? em Cristo e n?o por obras da lei, pois, por obras da lei, ningu?m ser? justificado" (Gl 2.16). Diante disso, como pode algu?m estabelecer que Deus lhe revelou ser necess?rio fazer voto de nazireu, raspar a cabe?a, usar vestes de saco, e v?rias outras pr?ticas? Pois, tal prop?sito tomou formas diferentes no decorrer dos anos na tradi??o judaica. E n?o foram pr?ticas ensinadas por Jesus, mas condenadas (Lc 11.37-44).


Al?m de G?latas, Paulo nos d? li?es preciosas sobre a nossa incapacidade de ser fiel ? lei de Deus, de produzir por n?s mesmos atos que honrem e agradem a Deus: "Porque eu sei que em mim, isto ?, na minha carne, n?o habita bem nenhum, pois o querer o bem est? em mim; n?o, por?m, o efetu?-lo." (Rm 7.18). "Porquanto o que fora imposs?vel ? lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus, enviando o seu pr?prio Filho em semelhan?a de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado, a fim de que o preceito da lei se cumprisse em n?s, que n?o andamos segundo a carne, mas segundo o Esp?rito." (Rm 8.3-4).


Assusta-me a quantidade de f?rmulas propostas por pregadores evang?licos diversos, para que os crentes se tornem pr?speros; alguns falam de riquezas, coisa n?o aconselhada no evangelho(Lc 18.24-25), e orientada por Paulo: "Ora, os que querem ficar ricos caem em tenta??o, e cilada, e em muitas concupisc?ncias insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ru?na e perdi??o. Porque o amor do dinheiro ? raiz de todos os males; e alguns, nessa cobi?a, se desviaram da f? e a si mesmos se atormentaram com muitas dores" (1 Tm 6. 9-10).


Enfim, h? toda a sorte de modismos que contaminam e desviam o povo do puro e simples evangelho de Jesus Cristo. Precisamos de mais ora??o, mais submiss?o ? Palavra de Deus, e n?o de ritos e pr?ticas exteriores; afinal, segundo o Novo Testamento, a circuncis?o verdadeira ? a que ? do cora??o: "Por?m, judeu ? aquele que o ? interiormente e circuncis?o, a que ? do cora??o, no esp?rito, n?o segundo a letra, e cujo louvor n?o procede dos homens, mas de Deus. (Rm 2.29).


Que Deus nos aben?oe e vivamos o evangelho do arrependimento e da nova vida em Cristo.


Bispo Paulo Lockmann

Picture of Portal Igreja Metodista

Portal Igreja Metodista

Igreja Metodista - Sede Nacional.

Tags

compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Assine nossas notícias

Receba regularmente as notícias da Igreja Metodista do Brasil em seu e-mail.
A inscrição é gratuita!