O amor ? sentimento que nos consome. O amor ? virtude que quando toma forma, s? pode ter um ?nico, pequeno, mas sublime nome: M?e. Falar de amor ? falar de m?es, falar de m?es ? falar de amor, falar de m?es ? falar de alegrias, sofrimentos, felicidade, mas tamb?m de dores, falar de m?es ? falar da vida, falar de m?es ? falar de flores… Estamos nos aproximando de mais um segundo domingo de Maio, portanto, dia das m?es. Pelo avizinhar de tal data, pus-me a refletir sobre a import?ncia dessas mulheres na vida de todas as organiza?es humanas. Ali?s, sem elas n?o haveria organiza?es humanas, pois nem sequer humanidade haveria.
S?o mulheres que lutam, choram, sorriem, amam, oram e clamam. S?o Marias, Suzanas, Isab?is, Josefinas, F?timas, J?ssicas, Elianes, Jana?nas, s?o Terezas, s?o Auroras… s?o tantas m?es por este Brasil afora. S?o elas: negras, brancas, amarelas, solteiras, casadas, vi?vas, divorciadas, dom?sticas, advogadas, professoras, pol?ticas, empres?rias, senhoras do lar, pastoras, mission?rias, episcopizas, revolucion?rias.
Est?o na terra, est?o no ar, est?o em quase todas as partes e lugares, na Igreja s?o maioria leigas, mas infelizmente, em algumas denomina?es ainda lutam pelo direito de pastorearem. Independente, da profiss?o, forma??o ou classe social, as m?es possuem um atributo, um carisma sem igual: serem co-autoras da vida. Possuem o poder de com seus beijos e abra?os fazer passar as dores sentidas. Suas l?grimas s?o b?lsamos que curam e cicatrizam feridas.
Lembro-me de uma can??o popular que diz assim:
M?e, tu ?s para a poesia uma meta, a musa inspiradora do poeta. E eu usei todas as palavras que disponho, mas na maior frase que a ti componho, existe algo ainda por dizer. M?e, tu tens para mim todas as virtudes, pois entregaste a sua juventude, pelo simples prazer de ter nome de m?e.
A can??o citada, de autoria do cantor Amado Batista, traz muitas verdades expl?citas, verdades ineg?veis no que se refere a m?es. Pois verdadeiramente, por mais que se fale, por mais que se rime, se escreva, pinte ou cante, por mais que se tentem tudo falar sobre m?es, a respeito delas sempre existe algo ainda por dizer.
At? mesmo Deus o Criador do universo e Senhor de todas as coisas, para deixar bem claro o amor Dele por Israel, se comparou com uma m?e: "Porventura a mulher esquece a sua crian?a de peito, esquece de mostrar sua ternura ao filho da sua carne? Ainda que elas os esquecessem, eu n?o te esquecerei!". (Is 49.15) Tais palavras tanto do poeta secular, como do Poeta Sagrado, que pelo amor de m?e foram inspirados, dignifica e exalta sobremaneira essa figura, esse ser que carrega em si e transmite amor, carinho, seguran?a e ternura.
Foi esse sentimento de amor, que possibilitou ao s?bio Salom?o resolver seu primeiro grande enigma, demonstrando que recebera de Deus a sabedoria que lhe pedira. A verdadeira m?e preferiu ter seu filho longe dela, mas vivo. Mesmo sabendo que sofreria dia – ap?s – dia sua aus?ncia, mas o fato de saber que ele estava vivo em algum lugar j? a consolava. (I Reis 3. 16 a 28).
M?e ? algo t?o fundamental, imprescind?vel que para entrar de vez na hist?ria da humanidade e operar o plano da reden??o, O Cristo pr?-existente, o Filho de Deus precisou de uma m?e. (Lc 1. 26 a 35).
Uma jovem, chamada Maria, que aceitou o desafio de dizer sim a Deus, sendo por isso biblicamente chamada por todas as gera?es de Bem- Aventurada, pois foi por Deus agraciado para ser a m?e do Salvador, do Verbo de Deus encarnado.
Essa m?e ao Messias embalou. Essa m?e os primeiros passos a Jesus ensinou. Essa m?e todas as coisas referentes a seu filho no cora??o guardou.
Essa m?e aos p?s da cruz, chorando at? o ultimo momento ficou, e vendo seu filho no madeiro dependurado, de seus l?bios ensang?entados suas ultimas palavras escutou. Pois preocupado com a seguran?a daquela que o gerou, amou e cuidou, Jesus do alto da cruz, a Maria e a Jo?o o disc?pulo amado falou: Mulher eis ai teu filho, filho eis ai tua m?e. (Jo 19. 26, 27). Maria n?o ? deusa, n?o ? mediadora, n?o ? co-autora da salva??o, mas exemplo de amor, temor, de serva e de m?e.
O que faz de uma m?e, ser m?e, n?o ? a capacidade de gerar, mas sim o dom de amarem incondicionalmente aqueles que gerou seja no ventre ou no cora??o. Este dom sublime, foi por Deus posto nelas, e ? comumente chamado de: "instinto materno". Tal dom de amar est? presente em quase todas as f?meas da cria??o, dotadas por Deus da capacidade de gera filhos, seja do ventre ou do cora??o.
Certa vez, assistindo a um programa de TV, o rep?rter mostrou um fato emocionante. Um fato que demonstra que, amor de m?e ? amor tal qual o amor de Deus que excede toda compreens?o humana. Pois da mesma forma que Deus se encarnou, dando a vida por n?s, muitas m?es s?o capazes de arriscarem e at? mesmo perderem a pr?pria vida para salvarem os frutos de seus ventres.
Um celeiro de trigo de dois andares estava em chamas, o fogo havia come?ado na parte superior, chamaram os bombeiros, e com eles vieram tamb?m a Imprensa para fazer uma mat?ria sobre o dia – a – dia dos "her?is do fogo".
No alto do celeiro havia uma janela central tomada pelas chamas. Quando os bombeiros se aproximaram do celeiro, no ch?o, no rumo da janela estavam tr?s gatinhos. Dois estavam inc?lumes, o terceiro possu?a algumas queimaduras pelo corpo. De repente, uma bola de fogo caiu contorcendo-se aos p?s do bombeiro. Ele, sob o foco da c?mera, mas que depressa, com o extintor apagou o fogo. Bombeiro e rep?rter ficaram emocionados ao verem que a bola de fogo era a gata m?e, que para salvar seus filhos entrou quatro vezes no fogo. Por?m, da quarta vez, m?e e filho morreram, ela morreu com o filhote na boca consumida pelo fogo do amor sacrificial.
O rep?rter perguntou ao bombeiro: – O que leva um animal a colocar a vida em risco, entrando quatro vezes no fogo para salvar seus filhos? O bombeiro, emocionado, aplicando os primeiros socorros nos filhotes vivos, disse: – Isto ? amor, meu amigo, amor de m?e! Pois se isto n?o for amor, nada no mundo o ?!
Posso ainda citar casos noticiados pela M?dia, demonstrando o quanto o amor de m?e ? incondicional e inconseq?ente, levando m?es a porem em risco a pr?pria vida: Um garoto de sete anos foi salvo pela m?e de morrer afogado em um po?o em Franca, no interior de S?o Paulo. Gabriel Marcos Campos caiu no reservat?rio de ?gua de aproximadamente quatro metros de profundidade enquanto sua m?e, Maria Jer?nima Campos, 36 anos, pegava ?gua de uma mina pr?xima ao local. Ap?s momentos de p?nico, Maria Jer?nima, que n?o sabia nadar, pulou no po?o e retirou o garoto com a ajuda de moradores. Gabriel e a m?e passam bem.
O amor ? um sentimento singular que pulsa mais forte, se expressando no choro, no riso, na l?grima, na vida e mesmo na morte das m?es. O amor ? for?a motriz que faz com que simples e aparentemente fr?geis mulheres enfrentem at? mesmo o banditismo, a corrup??o, frieza, in?rcia e omiss?o da justi?a. Cito como exemplo o caso das M?es de Acari, que entraram em cena a partir do dia seguinte ? noite de vinte e seis de junho de 1990, quando onze jovens pobres, em sua maioria negros moradores da favela de Acari na zona norte do Rio de Janeiro, foram seq?estrados de um sitio onde faziam uma festa. O amor de m?e serviu como combust?vel movendo as m?es desses jovens, o amor fez com que elas sufocassem o medo, n?o se deixando intimidar pelas amea?as de morte, quando buscavam o paradeiro, ou ao menos o direito de porem em um caix?o, aqueles que um dia, embalaram nos bra?os e colocavam em um humilde ber?o.
Foi o amor e sede de justi?a em favor de seus filhos que as impediram de desistir, motivando as de suas dores tirarem for?as, dando origem ?s "M?es de Acari". No ano de dois mil e tr?s, Edn?ia da Silva Euz?bio, m?e de um dos jovens desaparecidos, foi assassinada em plena rua. Morreu buscando justi?a. Morreu por amar. E o culpado, ou os culpados, tanto do seq?estro e provavelmente dos assassinatos dos jovens, bem como de Edn?ia, at? hoje n?o foram punidos. As m?es de Acari, como as M?es da Pra?a da S?, como tantas outras m?es, s?o motivadas pelo peculiar dom de amar.
Talvez, voc? que l? este artigo se pergunte: Mas, e as m?es que jogam os filhos nas latas de lixo, nas lagoas? As m?es que abortam? As m?es que Espancam? As bab?s que muitas vezes tamb?m s?o m?es, mas, espancam filhos alheios?
Bem, a voc?, eu respondo que, no universo de amor, onde as m?es brilham como estrelas principais, formando uma imensa constela??o, tais relatos e fatos mostrados pela m?dia n?o s?o regras, mas tristes exce?es. Pois, nos cora?es daquelas que s?o m?es de fato e n?o meras geradoras, a lei ?urea ?: simplesmente amar.
Dominadas por esse sentimento que as consomem, as m?es s?o semelhantes ? f?nix, morrem a cada dia por amor, mas por amor renascem das pr?prias cinzas. Das cinzas do abandono, das quais muitas delas, depois de cumprirem sua tarefa de gerar, amar, cuidar e formar para a vida, quando se tornam av?s recebem dos filhos e netos j? criados o esquecimento nos asilos de pobres, ou cl?nicas de ricos. Ou muitas vezes sobrevivem imersas nas cinzas da tristeza, ostracismo e solid?o, vitimas do esquecimento mesmo dentro do lar, sociedade e Igreja.
Agrade?amos a Deus por ter capacitado com o dom de amar aquelas que nos gerou no ventre ou no cora??o, nos levou nos bra?os, cujas m?os nas madrugadas balan?aram nossos ber?os, cantando uma can??o, fazendo nanar, perdendo seus sonhos, sua juventude, vigor e sa?de, e at? mesmo a pr?pria vida, para cumprir o dom de simplesmente nos amar.
A todas voc?s um feliz dia das m?es.
Pr. Jos? do Carmo da Silva (Z? do Egito) Igreja Metodista de F?tima do Sul – MS
