![]() | Um diagn?stico das institui?es metodistas de educa??o O Prof. Rev. Luis de Souza Cardoso, Diretor Superintendente do COGEIME – Instituto Metodista de Servi?os Educacionais – fala sobre a situa??o das escolas metodistas e da Rede Metodista de Educa??o |
A Rede Metodista de Educa??o foi criada pelo Conc?lio de 2006. At? agora, o que j? mudou no modo de organiza??o e gest?o das institui?es metodistas de ensino? E o que falta mudar?
O processo de implanta??o da Rede n?o ? algo simples e nem f?cil. Exige mudan?a da cultura de individualismo e autonomia organizacional, que, em linhas gerais, tem caracterizado historicamente o desenvolvimento de nossas institui?es. As decis?es de criar a Rede s?o recentes (2006) e h? uma dist?ncia entre a vontade expressa nas referidas decis?es e sua implementa??o de fato, cuja complexidade exige muito empenho pol?tico e administrativo de todas as partes envolvidas. N?o ? poss?vel constituir uma Rede somente com base na legisla??o; ela ? parte importante, mas, n?o ? tudo. ? necess?rio muito di?logo, negocia??o e um delicado processo de mudan?a na cultura organizacional, como j? afirmamos, que passa fundamentalmente pela altera??o da mentalidade e do modo como as pessoas envolvidas compreendem e trabalham a nova organiza??o a ser alcan?ada.
Pelas decis?es e a legisla??o delas derivada, o COGEIME ganhou novas e complexas atribui?es, quais sejam, de ser o "?rg?o da Igreja Metodista que planeja, coordena, supervisiona, integra, ap?ia, acompanha e controla, obrigatoriamente, todas as unidades da Rede Metodista de Educa??o" (C?nones, Art. 167). Contudo, ? necess?rio reconhecer que a autonomia de gest?o das unidades n?o mudou muito nesse per?odo, ou seja, foram mantidos no governo das institui?es vinculadas ? ?rea Geral da Igreja, cinco Conselhos Diretores e suas respectivas Dire?es Gerais, com liberdade decis?ria conferida pelos estatutos de cada mantenedora.
Nesse sentido, restou ao COGEIME, para tentar o exerc?cio de suas atribui?es, apenas o desafio de liderar a busca de entendimento e a constru??o de vontade pol?tica entre os atores, quer sejam eles Diretores Gerais ou Presidentes de Conselhos Diretores, no ?mbito dos seus colegiados superiores – o Comit? Executivo Superior (COESU), integrado pelos Diretores, e o Conselho Superior de Administra??o (CONSAD), integrado por presidentes dos Conselhos Diretores.
Tais colegiados foram implantados e reunidos quase mensalmente nestes dois ?ltimos anos, procurando trabalhar as quest?es gerais da implanta??o da Rede e outras mais pontuais das unidades. Em particular o COGEIME atuou diretamente nas situa?es mais cr?ticas de algumas institui?es, buscando caminhos para superar as dificuldades econ?micas e de gest?o. Em nossa an?lise, este tem sido um exerc?cio tenso, mas, importante, rico e desafiador. Por?m, fica claro, na medida em que acontecem as diferentes discuss?es, que ainda sobressai claramente, em diversos aspectos, um vi?s de leitura do particular para o geral. Ou seja, o interesse das unidades acaba sendo maior que o interesse da Rede. Nesse sentido, ? preciso ter claro que na forma??o de Rede ? preciso pensar globalmente e agir localmente, fazendo um caminho inverso ao de nossa cultura organizacional, at? aqui ainda muito forte, que pensa e age do particular para o geral, do local para o global.
Apesar desses desafios a serem superados, ? preciso reconhecer que avan?amos nesses ?ltimos anos, em especial porque o quadro econ?mico-financeiro e de gest?o das institui?es se tornou bem mais conhecido do COGEIME, dos seus colegiados superiores e da Assembl?ia Geral das Institui?es (COGEAM). Para isso contribuiu significativamente a implanta??o do servi?o de Auditoria Interna da Rede, em substitui??o aos Conselhos Fiscais, como previsto no Estatuto, com um profissional qualificado para essa fun??o, cujos trabalhos de exames peri?dicos t?m demonstrado por seus resultados, que a iniciativa foi acertada.
Da parte da Assembl?ia Geral tamb?m veio uma provid?ncia importante, que foi a fixa??o de indicadores para an?lise da gest?o das institui?es, cujos resultados, comparados com os ?ndices ideais fixados, podem nos ajudar no acompanhamento da situa??o de cada unidade e nas decis?es de corre??o dos processos. Os indicadores utilizados s?o os seguintes: margem de resultado operacional em rela??o ? receita l?quida; custo de pessoal em rela??o ? receita l?quida; percentual de bolsas em rela??o ? receita bruta; volume m?ximo de endividamento em rela??o ? receita l?quida e ao patrim?nio l?quido; ?ndice de inadimpl?ncia em rela??o ? receita anual de caixa.
Com essas iniciativas, embora a responsabilidade pela gest?o das unidades ainda esteja diretamente vinculada aos seus Conselhos Diretores e Dire?es Gerais, na nova estrutura tem ocorrido um acompanhamento muito mais de perto e detalhado por parte do COGEIME, seus colegiados superiores e da pr?pria Assembl?ia Geral.
A decis?o do XVIII Conc?lio Geral determinou que, transcorridos dois anos (2007-2008), o Col?gio Episcopal, a COGEAM e o COGEIME, conjuntamente, deveriam fazer avalia??o do processo de implanta??o da Rede e promover ajustes ou modifica?es que se fizerem necess?rias para o aperfei?oamento deste modelo de gest?o. Isso est? em processo de realiza??o.
Estes colegiados superiores entenderam ser necess?ria, al?m da avalia??o interna, a busca de um olhar externo, independente, para analisar a nossa proposta e projeto de implementa??o da Rede, com indica??o t?cnica e cient?fica dos ajustes que permitam alcan?armos nosso objetivo. Nesse sentido uma consultoria reconhecida nacional e internacionalmente, com diversas iniciativas de ?xito na ?rea educacional, bem como em outros setores, foi contratada e esteve trabalhando todo o segundo semestre de 2008, para analisar a nossa estrutura de governan?a corporativa e o modelo de gest?o em Rede. Dessa avalia??o surgir?o propostas, decis?es e encaminhamentos a serem tomados pelo Col?gio Episcopal e COGEAM, com vistas ao aprimoramento e aos ajustes necess?rios no processo de implementa??o da Rede Metodista de Educa??o.
Que diferen?as os professores e alunos sentir?o nas escolas vinculadas ? rede? Quais as vantagens da forma??o de uma rede?
A natureza da escola ? a produ??o e difus?o do conhecimento. O foco de atua??o das nossas Institui?es deve estar concentrado na educa??o e na forma??o cidad?. Evidentemente que isso deve ser feito com o diferencial de uma escola confessional, que busca desenvolver um projeto acad?mico-pedag?gico de qualidade, aliando conhecimento cient?fico avan?ado e difus?o dos valores espirituais, ?tico-morais, a democracia, justi?a e paz, na constru??o do novo ser humano.No caso das universidades, considerando-se tamb?m a indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extens?o, nos termos da legisla??o de nosso pa?s.
Para que isso seja realizado em sua plenitude, faz-se necess?ria uma gest?o acad?mica e administrativa de qualidade, pautada na busca e conserva??o da sustentabilidade econ?mico-financeira, patrimonial, organizacional e pol?tica da Institui??o. Docentes e discentes precisam ter a tranq?ilidade necess?ria para produzir e reproduzir o conhecimento, desenvolvendo seus afazeres educacionais de acordo com o projeto e as diretrizes da Institui??o e da Igreja Metodista.
Nesse sentido, ao buscarmos o aprimoramento da gest?o das nossas institui?es e a implementa??o da Rede, desejamos em primeiro lugar criar as condi?es necess?rias para que as escolas, faculdades, centros universit?rios e universidades possam focar suas energias e empenho no desenvolvimento de uma educa??o melhor qualificada. Ao desonerarmos as institui?es das preocupa?es e dos esfor?os com a gest?o administrativa e patrimonial, no sentido mais amplo, a organiza??o e atua??o integrada na Rede, sob lideran?a do COGEIME, facilitar? a canaliza??o das energias criativas para a finalidade educacional em cada unidade da Rede.
H? diversas outras vantagens na organiza??o em Rede. A pr?pria dimens?o da Rede diferen?a nas negocia?es com institui?es financeiras e fornecedores de bens e servi?os, por exemplo, com as compras integradas. Em termos acad?micos ? importante a possibilidade de uma rede de bibliotecas integradas, uma editora que a converg?ncia das ?reas de publica??o de cada Institui??o, o processo seletivo integrado, sinergia nas iniciativas de internacionaliza??o e rela?es internacionais, a comunica??o e o marketing integrado na difus?o da "marca" Metodista, que j? possui respeitabilidade e reconhecimento em n?vel nacional na educa??o, etc. Todos esses aspectos e muitos outros podem nos proporcionar o ganho em escala, a qualifica??o de processos dentro das melhores pr?ticas, bem como, a sinergia necess?ria para o nosso desenvolvimento e perenidade.
Para que se tenha uma id?ia das dimens?es e da for?a que representa nossa Rede, em 2007 alcan?amos uma receita de cerca de meio bilh?o de reais, bem como as estat?sticas (base mar?o/2008) indicaram que atendemos em torno de 69 mil estudantes, sendo 11 mil na Educa??o B?sica e 58 mil na Educa??o Superior.
Temos ouvido falar de problemas econ?micos envolvendo institui?es metodistas de educa??o? O que provoca esses problemas? Qual o caminho para super?-los?
Os problemas econ?mico-financeiros de fato existem, mas devemos reconhecer que eles n?o s?o exclusividade das institui?es metodistas. Grande parte do setor da educa??o comunit?ria e confessional no Brasil, sobretudo na educa??o superior, tem sofrido com o impacto da expans?o do setor privado, com pre?os altamente competitivos, aumento das vagas muito al?m da demanda, esgotamento do modelo de financiamento baseado exclusivamente nas mensalidades dos estudantes, oscila?es econ?micas do pa?s nas ?ltima duas d?cadas, excessiva regula??o do setor, dentre diversos outros fatores. Tamb?m, mais recentemente, tem ocorrido expans?o do setor p?blico na educa??o superior, em menor escala, e praticamente a universaliza??o da oferta p?blica na educa??o b?sica, com busca da amplia??o da qualidade.
Nesse contexto complexo nossas institui?es n?o acompanharam com sufici?ncia a profissionaliza??o necess?ria ao setor, bem como, apresentam fragilidades no modelo de "governan?a" e pela falta de um planejamento estrat?gico claro e objetivo para o seu desenvolvimento. Sucessivos resultados negativos em diversas institui?es t?m causado muita preocupa??o ? Igreja e dificuldades pr?ticas de manuten??o ?s unidades, at? mesmo pela inviabilidade da simples manuten??o patrimonial. Sem resultado positivo da opera??o, quaisquer melhorias s? podem ser feitas mediante capta??o de recursos no mercado financeiro, o que em muitos casos tem gerado endividamento crescente. Mais grave ainda quando a capta??o se faz para manuten??o da opera??o corrente, como o pagamento de sal?rios e outras despesas b?sicas da Institui??o. Essas pr?ticas precisam ser urgentemente revertidas e isso s? poder? ser enfrentado pela profissionaliza??o, austeridade nos controles, gest?o inteligente e planejada estrategicamente.
Mas, talvez, num contexto mais amplo, o maior problema que tem alimentado as crises de nosso sistema educacional tem sido a falta de projeto e a pr?pria crise de identidade da Igreja em rela??o ? educa??o, ou seja, falta ? Igreja maior clareza do por que possui institui?es educacionais e da sua atua??o nessa ?rea. Provavelmente, trata-se de uma crise decorrente da perda de mem?ria da ?ntima e necess?ria correla??o entre educa??o e Miss?o, educa??o e salva??o, presente desde os prim?rdios do movimento metodista, sobretudo na vis?o de John Wesley e posteriormente dos primeiros mission?rios, que difundiram o metodismo pelo mundo, chegaram a Am?rica Latina e ao Brasil, pautados no bin?mio Escola-Igreja.
Para supera??o das dificuldades individuais das institui?es, quer sejam de gest?o, financeiras e at? mesmo acad?mico-pedag?gicas, ? imprescind?vel a atua??o em Rede. Mas, devemos admitir que a Igreja tamb?m precisar? fazer a sua parte, reconciliando-se com o sentido da Escola em seu projeto mission?rio, na linha de suas Diretrizes para a Educa??o na Igreja Metodista. Esse documento, embora care?a de atualiza?es, como muitos reconhecem, ainda continua sendo a mais importante baliza da educa??o Metodista e pode nos ajudar na busca de supera??o dessa crise de identidade e da rela??o dicot?mica entre Escola e Igreja.
Qual a situa??o atual do Bennett, cuja propriedade chegou a ser colocada em leil?o?
A situa??o do Bennett ainda ? muito dif?cil, mas a Igreja deu passos importantes na busca de supera??o da crise e realinhamento dessa importante Institui??o. Atualmente o Bennett est? sob uma administra??o integrada com suporte ? sua gest?o pelo Granbery e IMS. Cada uma das institui?es mant?m personalidade jur?dica pr?pria, mas, o processo de gest?o integrada, com os Conselhos Diretores das tr?s sob uma mesma composi??o, ajuda no acompanhamento estrat?gico das mesmas. O atual Diretor Geral do Bennett, Diretor do Col?gio e Reitor do Centro Universit?rio ? o Prof. Roberto Pontes da Fonseca.
Diversas melhorias patrimoniais b?sicas t?m sido realizadas nos ?ltimos meses, tais como, pintura, reformas de depend?ncias, renova??o de mobili?rio acad?mico de algumas salas de aula, investimentos em rede de tecnologia inform?tica, com melhorias no atendimento acad?mico ao alunado e corpo docente.
No que diz respeito ? gest?o administrativa, os novos dirigentes t?m se empenhado no seu aprimoramento, por meio da implanta??o de novos sistemas e qualifica??o dos quadros institucionais para operar os processos administrativos e acad?micos. H? um expressivo passivo financeiro a ser saldado, por?m negocia?es e busca de solu?es t?m sido alvo priorit?rio dos novos dirigentes institucionais.
Com rela??o ? situa??o patrimonial, a Secretaria Executiva da AIM – Associa??o da Igreja Metodista, j? h? algum tempo divulgou nota oficial na p?gina da ?rea Nacional da Igreja, na qual informou que as medidas jur?dicas necess?rias para retomada e preserva??o do patrim?nio do Bennett est?o em curso.
E como est?o as demais institui?es metodistas de ensino superior, m?dio e fundamental?
No que diz respeito aos aspectos acad?micos e pedag?gicos as institui?es continuam bem conceituadas e reconhecidas, procurando cumprir a sua miss?o educacional. As duas universidades metodistas, de acordo com o ?ndice Geral de Cursos, do MEC, e do Guia do Estudante, da Editora Abril, est?o entre as dez melhores institui?es privadas do pa?s e entre as cinco do Estado de S?o Paulo. Em geral institui?es tamb?m aparecem muito bem posicionadas em suas respectivas regi?es, bem como, com v?rios cursos com classifica??o quatro e cinco estrelas pelo referido Guia. Isso mostra que, n?o obstante quaisquer dificuldades, as institui?es estejam enfrentando, a sua ?rea acad?mico-pedag?gica, o seu corpo docente e a infraestrutura educacional continuam fazendo a diferen?a necess?ria em termos de qualidade acad?mico-pedag?gica, o que as posiciona muito bem no campo educacional local, regional e nacional. Isso n?o significa que n?o devamos continuar perseguindo sempre o aprimoramento da nossa qualidade, como ponto de honra para a educa??o Metodista.
? necess?rio, por?m, reconhecer que existem muitos desafios em termos do aprimoramento da gest?o administrativa de nossas institui?es, particularmente em face das necessidades contempor?neas que exigem um perfil altamente profissionalizado dos quadros de pessoal e grande efici?ncia nos controles institucionais, de tal modo que sejam capazes de antecipar solu?es e evitar crises. Nesse sentido ? indispens?vel hoje um claro planejamento estrat?gico de curto, m?dio e longo prazos, bem como uma continuada avalia??o do desempenho, que possibilite os ajustes necess?rios no percurso. O setor educacional est? altamente competitivo e exigente, por isso, nossas institui?es n?o podem mais permitir uma gest?o amadora. Mesmo que ela tenha a melhor boa-vontade, isso n?o ? suficiente no contexto econ?mico e tecnol?gico contempor?neo. Nesse sentido, as institui?es e a Rede v?m envidando esfor?os de qualifica??o e aprimoramento dos seus processos de gest?o.
As escolas metodistas sofrem, por vezes, cr?ticas de serem escolas "elitistas". Em sua opini?o, como as escolas metodistas podem se adaptar a um mercado altamente competitivo sem perder os valores sociais e ?ticos que t?m, como escolas confessionais?
Primeiramente, ? necess?rio dizer que esta cr?tica de que sejam "elitistas" carece de fundamentos e comprova??o cient?fica. Em nossa opini?o, fruto da observa??o in loco, por muitos anos de viv?ncia direta nos meios pastorais escolares e universit?rios, bem como no ?mbito administrativo das institui?es, ? de que as escolas, faculdades e universidades Metodistas n?o podem ser enquadradas plenamente, stricto sensu, como institui?es "elitistas".
Tanto na educa??o b?sica como superior atendemos um p?blico muito variado, mas, na sua m?dia tratam-se de pessoas oriundas de fam?lias das camadas m?dias da sociedade, compostas em geral de trabalhadores p?blicos ou privados, profissionais liberais, pequenos e m?dios empres?rios. Essa observa??o ? refor?ada com as indica?es do perfil s?cio-econ?mico que revelam as pesquisas dos processos seletivos, bem como, pela grande demanda por bolsas e financiamento estudantil em nossas institui?es, sobretudo nos ?ltimos anos. Devemos nos lembrar que ? fato constatado que cada vez mais intensamente as chamadas classes C e D est?o chegando particularmente na educa??o superior e isso n?o tem sido diferente nas institui?es Metodistas.
O fato de serem as escolas Metodistas institui?es confessionais, sem finalidade lucrativa, n?o significa que elas n?o necessitem buscar sua autossustentabilidade econ?mica e desenvolvimento. Para isso a principal fonte de recursos prov?m das anuidades pagas pelo alunado, o que imp?em muitas dificuldades em face de riscos como inadimpl?ncia e evas?o. O processo ? bastante delicado e precisa ser tratado com profissionalismo. N?o h? como manter qualquer projeto educacional que n?o seja autossustent?vel economicamente. Por?m, isso tamb?m n?o significa dizer que o objetivo das nossas escolas deva ser o enriquecimento financeiro. Ali?s, desde o in?cio do movimento educacional Metodista n?o tem sido essa a meta, mas, sim a de servir a sociedade da melhor forma poss?vel, por meio de uma educa??o que valoriza o ser humano e a sua forma??o nos mais variados aspectos. E o metodismo brasileiro soube muito bem interpretar essa vis?o quando declarou em um dos Planos Quadrienais da d?cada de 70, que, "a Igreja n?o criou escolas para se servir delas, mas, para com elas servir ao mundo". N?o podemos jamais perder essa dimens?o, tampouco permitir que nossos projetos educacionais se tornem obsoletos porque deixaram de ser autossustent?veis.
Nesse sentido, temos o grande desafio de buscar sempre a justa medida, que por um lado d? condi?es de subsist?ncia e desenvolvimento ao projeto educacional e por outro mantenha o car?ter confessional, social e ?tico que tem caracterizado a educa??o Metodista atrav?s dos s?culos. N?o se trata simplesmente de adaptar-se ?s demandas do mercado, mas, em tens?o dial?tica buscar caminhos criativos para manter-se num contexto de mercado, extremamente competitivo e at? agressivo, com o diferencial da escola confessional Metodista, como j? mencionamos.
Essa n?o ? uma tarefa simples, mas, que precisa ser enfrentada, para que a Igreja Metodista continue contribuindo nesse campo, na perspectiva do metodismo n?o se tornar uma seita, mas, "reformar a na??o e espalhar a santidade b?blica por toda a terra", como apregoou John Wesley.
Entrevista concedida ao jornal Expositor Crist?o em 10/12/2008.


