Palavra Episcopal maio 2008







 

 Luiz Verg?lio B. da Rosa – Bispo na 2? Regi?o Eclesi?stica

"Pedro, por?m, lhe disse: N?o possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!"  – Atos 3.6


O texto de Atos 3.1-10, bem como o discurso (testemunho de f?) que segue, do ap?stolo Pedro, al?m dos desdobramentos registrados no cap?tulo 4,t?m como fato central a cura (mudan?a profunda na vida e nas rela?es) de uma pessoa marginalizada e discriminada socialmente, e exclu?da religiosamente. Esse fato exp?e um contexto de controv?rsias, que evidenciam as rela?es de poder e autoridade presentes na organiza??o das estruturas e das institui?es sociais.


Vejam que no cap?tulo 4.7 a cl?ssica pergunta do Sin?drio para os ap?stolos explicita o confronto: "Com que poder ou por meio de que nome fizestes isso?".


O lugar de an?ncio ? lugar de confronto


O lugar de an?ncio da gra?a salvadora e libertadora de Deus e da presen?a evangelizadora da Igreja d?-se, sempre, em meio a confrontos entre o que j? est? estabelecido e a novidade do Reino.


O texto nos coloca no espa?o do templo e de suas imedia?es. Como se sabe, o Templo de Jerusal?m (Templo de Herodes) era constitu?do de diferentes espa?os, que, de certo modo, refletiam a pr?pria organiza??o social da Palestina. Havia o p?tio dos sacerdotes, o p?tio de Israel para os homens, o p?tio das mulheres e o p?tio dos gentios. Tamb?m, havia o espa?o f?sico destinado ao Sin?drio. Havia v?rias portas de acesso. O fato d?-se em frente ? porta Formosa, no espa?o onde os gentios podiam ficar. Era o p?tio exterior que dava acesso ao primeiro p?tio interior do templo propriamente dito, o das mulheres. Portanto, o ?nico p?tio realmente fora do templo, espa?o permitido aos gentios e ao com?rcio de mercadorias.


O p?tio: O p?tio n?o ? um espa?o de perman?ncia, de viv?ncia; ? um espa?o de transi??o. A vida, neste contexto, acontece nas casas, nos pal?cios, mesmo no templo. No p?tio transitam as situa?es ef?meras e as condi?es transit?rias. Nas casas, trata-se dos valores permanentes, significativos. O P?tio ? uma fronteira a ser ultrapassada.


O texto fala de um ser humano que est? no p?tio, sobrevive do que acontece no p?tio. Ele assume a sua condi??o ? margem da casa, ? margem do templo. ? personagem fixa numa condi??o imut?vel. Por outro lado, o texto nos mostra que o p?tio ? lugar da manifesta??o da gra?a e das b?n??os de Deus. Assim, o p?tio ? um lugar de passagem, como a P?scoa. Da morte para a vida, da escravid?o para a liberdade, do lamento para o j?bilo de alegria, da condi??o imut?vel para transforma??o.


A hora: O texto diz que era cerca da hora nona (tr?s horas da tarde). A hora nona, junto com a terceira, eram os principais momentos para a ora??o. Tamb?m, nessas horas, eram oferecidos sacrif?cios a Deus e a queima de incenso no altar. A hora nona, para a comunidade judaico-crist?, lembrava o instante m?ximo da paix?o e morte de Cristo. O elemento hora surge neste contexto como para assegurar o confronto do Kronos (tempo da transitoriedade humana) e do Kair?s (tempo da eternidade de Deus). O tempo de Deus, ? a hora da imin?ncia, ? a hora da oportunidade, ? a hora da manifesta??o do Reino de Deus.


O nome: Na tradi??o do AT o nome revela a realidade profunda do ser invocado. Os ap?stolos dizem: em o nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda! O ato de falar e agir em nome de outras pessoas significa partilhar a realidade expressa por este nome. Sobre o nosso nome, como crist?os e crist?s, est? selado, pelo batismo o nome de Cristo. Como comunidade crist?, ? em seu nome que agimos, e, portanto O representamos. O nome de Cristo tem poder para mudar a realidade!








 


A a??o evangelizadora da Igreja ? anunciar a Gra?a


A a??o evangelizadora da igreja, ao anunciar a gra?a de Deus, conta com as a?es humanas onde as pessoas s?o protagonistas, n?o havendo lugar para a neutralidade.


No texto, o ato humanit?rio e solid?rio de quem carregava este homem at? a porta Formosa, ou das pessoas que lhe davam alguma esmola, n?o eram suficientes para a convers?o significativa da sua realidade.



Por?m, Pedro e Jo?o aliaram a solidariedade humana ? f? no poder de Deus, no poder sobrenatural do Esp?rito da Vida, da Igreja do Pentecostes, que em nome de Cristo mostrou ser capaz de transformar a vida e suas circunst?ncias; de atribuir valor e significados permanentes ao existir. Atitudes solid?rias aliadas ? f? no Nome de Cristo desencadeam processos de transforma??o, restaura??o, liberta??o. A a??o evangelizadora se constitui no convite aos homens e mulheres que est?o no p?tio a entrar na casa: Olha para n?s!


Conclus?es


1.Pedro, que havia negado a Cristo, no p?tio, nesse mesmo espa?o, d? testemunho do Senhorio de Cristo sobre a sua vida. O antigo lugar de trai??o torna-se lugar de afirma??o da f?. Penso que o lugar por excel?ncia da proclama??o do evangelho ? onde as pessoas est?o ? margem da vida e dos prop?sitos de Deus. H? um grande desafio evangel?stico e mission?rio fora do templo.


2.Todo o poder e autoridade da a??o evangelizadora prov?m de Deus, que, em Cristo, nos mostrou o caminho da salva??o, do Reino de Deus. Esse poder de anunciar pertence ? comunidade: ? poder no nome de JeuHa


3.O tempo de Deus (o Kair?s) j? est? entre n?s.


4.Somos desafiados/as a anunciar a mensagem do Evangelho, que, deve produzir a alegria da salva??o nos p?tios, nas casas e nos templos de nossas cidades, Estado e Na??o, em nossas oito regi?es eclesi?sticas – como povo chamado metodista.


5.Todas as pessoas precisam ser confrontadas com o poder e a autoridade de Deus sobre a sua vida, e a serem desafiadas a experimentar a f? em Cristo. Todas as pessoas s?o desafiadas a se tornarem disc?pulos e disc?pulas de Cristo, sob o poder do Esp?rito Santo.

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