egressos pastor josé do carmo


Egressos: o desafio da inclus?o.


 


            A Igreja Metodista, possui, desde seu nascimento ainda como clube santo em Oxford, uma linda hist?ria em rela??o ao trabalho com presos, ao lado tamb?m do trabalho com crian?as. Buscando resgatar essa dimens?o do metodismo, baseado no Evangelho e nos atos de miseric?rdia, pilares de nossa f?, a comunidade Metodista em F?tima do Sul – MS, a partir do ano de 2005, passou a desenvolver um trabalho com os presos da unidade penal da cidade de Jate?, dista a trinta quil?metros de F?tima do Sul. De algumas visitas espor?dicas nasceu uma pastoral carcer?ria. Al?m, desse trabalho, estamos envolvidos diretamente no Conselho da comunidade, um programa da Comarca de F?tima do Sul, respons?vel pelo acompanhamento dos egressos. Damos nossa contribui??o por meio de palestras aos presos e outros acompanhamentos.


            A pastoral carcer?ria, embora tenha reduzido suas atividades no ?ltimo ano, por quest?es financeiras, falta de um ve?culo pr?prio para se deslocar at? a cidade vizinha e outros pormenores, ainda encontra-se ativa, pois a igreja continua recebendo a visita de egressos, que ao ganharem o beneficio do semi aberto, buscam a igreja. Temos na comunidade de f?, um ex- presidi?rio, que j? h? quase tr?s anos caminha conosco, juntamente com sua esposa e filhas.  Esse amado irm?o, ap?s passar pelo curso oferecido pelo semin?rio Bispo Scilla Franco, foi consagrado um dos evangelista da comunidade. E hoje faz parte da lideran?a da igreja local, juntamente com sua esposa.


            Atualmente chegaram ? comunidade de f? mais dois egressos, que est?o no regime semi aberto: os senhores Dorgival Pereira e Arlindo Cansado da Silva, este ultimo com sessenta anos de idade, sem fam?lia, e muito enfermo, tanto no f?sico como na alma.


            A sociedade constantemente ? abalada pelas imagens de rebeli?es nos pres?dios. Estamos vivendo a era do crime organizado, onde grupos como o P.C.C, com estruturas de poder ricamente organizadas, possuem membros infiltrados nos tr?s poderes: Legislativo, Executivo e judici?rio. A cada dia, a luta contra o crime parece perdida e, o caos e o medo se alastram pela sociedade, fazendo vitimas de forma direta e indireta.


A discuss?o do momento, e que sempre vem ? baila cada vez que menores est?o envolvidos em crimes que abalam a sociedade, tal qual o assassinato do garoto Jo?o Helio, ? se a maioridade penal deve ou n?o ser reduzida? Grupos antag?nicos fazem defesas apaixonadas de suas posi?es. Alguns falam at? mesmo da implanta??o da pena de morte, outros reivindicam a pris?o perp?tua. Falam em reduzir a idade da responsabilidade penal para 16, 14, outros ainda reivindicam 12 anos. Vou omitir minha opini?o a esse respeito, s? quero expressar o seguinte pensamento: A partir do momento, que a sociedade discute se deve ou n?o, punir, encarcerar, ou mesmo aplicar a pena de morte a crian?as e adolescentes, ? porque h? muito, os adultos e suas institui?es, mesmo a Igreja, perderam sua credibilidade, moral e capacidade de educar para a vida, ent?o a sa?da que encontram ? castigar e at? mesmo matar . Enfim o quadro ? aterrador, a sociedade tem um problema e precisa lidar com ele. Mas e a Igreja Metodista como pode contribuir de forma concreta para a supera??o da viol?ncia?


Dentro dessa tem?tica e problem?tica, a primeira coisa que a igreja precisa recuperar ? o foco de sua miss?o, declarada por Jesus como sendo a raz?o pela qual o Esp?rito estava sobre Ele,  t?o logo motivo, pelo qual tamb?m est? sobre a Igreja:  "O Esp?rito do Senhor est? sobre mim, porque me conferiu a un??o para anunciar a boa nova aos pobres. Enviou-me para proclamar aos cativos a liberta??o, […] para despedir os oprimidos em liberdade." (Lc 04.18). Creio que a Igreja Metodista precisa resgatar o trabalho com os presos como sendo parte de sua identidade hist?rica, pois est? nas ra?zes do metodismo. Ela precisa dar sua contribui??o crist?, por meio da cria??o de uma pastoral carcer?ria nacional, que sob o estimulo do Col?gio Episcopal se interligue a pastorais carcer?rias regionais, distritais e locais, compostas por  pessoas chamadas a esse tipo de evangelismo, e profissionais com forma??o em Direito, Psicologia, etc.


A cada visita que fazemos ao pres?dio, levamos um pouco de aten??o para muitas pessoas, que uma parcela da sociedade, muitas vezes instigada pelo sensacionalismo da m?dia, quer ver morta. Quando estamos em contato com eles/as, procuramos agir como Jesus, que abomina o pecado, mas ama e acolhe o pecador, da mesma maneira devemos abominar o crime, mas amar e acolher o criminoso, mesmo que seu ato seja hediondo. Se assim n?o agirmos, estamos sendo hip?critas, quando pregamos que "o Evangelho ? o poder de Deus, que liberta o homem".


Quando olho, ou?o e converso com um/a homicida, traficante, estuprador… fico lembrando que aquelas pessoas um dia foram beb?s, crian?as, adolescentes, que choraram, mamaram, brincaram, amaram e ?s vezes foram amadas, algumas estudaram, foram batizadas em igrejas evang?licas, mas por algumas raz?es, por fatores ocorridos em suas  forma?es e trajet?rias,  hoje est?o atr?s das grades de uma pris?o. As perguntas que n?o se calam ?: o que faltou, e o que tem faltado para tais indiv?duos? Onde erraram com a sociedade e a sociedade errou com eles? Qual dos tantos "evangelhos" que se apregoam por ai, que ouviram?


A li??o que aprendo cada vez, que vamos ao pres?dio, ou que acolhemos um egresso na igreja local, ? que o amor de Deus, ? muito maior que qualquer pecado humano, mas tal amor s? atingir? a vida dos presos/as, quando a Igreja realmente compreender que  a transforma??o e o bem estar da sociedade, passa pela transforma??o e o bem estar do individuo, por meio da prega??o do Evangelho Integral. Precisamos esvaziar as pris?es, antes mesmo que os presos cheguem l?, ou seja, ? preciso evangelizar, cuidar e educar as crian?as hoje, para que n?o se tornem bandidos amanha. Em rela??o aos adultos encarcerados, precisamos agir instigados  por estas palavras: Lembrai-vos dos que est?o na pris?o, como se estiv?sseis presos com eles; dos que s?o maltratados, pois vos tamb?m tendes um corpo. (Hb 13, 3).


             


            Pr. Jos? do Carmo da Silva. (Z? do Egito)


            Igreja Metodista em F?tima do Sul – MS.


                       

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