CIEMAL


Nos dias 6 a 14 de fevereiro em La Paz, Bol?via, cerca de 75 jovens latinos se reuniram para o "II Encontro Bi-Regional Andina-Conesur Jovens em Miss?o" do CIEMAL (Conselho de Igrejas Evang?licas Metodistas da Am?rica Latina e Caribe). O objetivo geral do Programa Jovens em Miss?o ? "Integrar e capacitar a juventude metodista latino-americana e caribenha para a miss?o de anunciar o Reino de Deus na Terra e fazer disc?pulo de Jesus Cristo em todas as na?es."


Para explicar, o Brasil faz parte da regi?o Conesur, que compreende os seguintes pa?ses: Brasil, Chile, Uruguai, Argentina e Paraguai. Quem coordenou esta regi?o nos ?ltimos cinco anos foi Rebeca Mora de Monges, do Paraguai. Neste encontro, foi escolhido o novo coordenador, Favio Ramirez, do Uruguai.


A outra regi?o, Andina, compreende os pa?ses Equador, Peru, Bol?via, Venezuela e Col?mbia. O coordenador anterior era Gustavo Al?, da Bol?via e quem foi escolhida para os pr?ximos cinco anos foi Adriana Sarabia, do Equador.


Existe ainda uma coordenadora continental, Fabiola Grand?n, do Chile, e vale lembrar que o presidente do CIEMAL ? o bispo Paulo Lockman, da 1? regi?o eclesi?stica do Brasil. O CIEMAL tem ainda outras duas regi?es: Caribe (Cuba, Rep?blica Dominicana e Porto Rico) e Mesoam?rica (Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, M?xico, Nicar?gua, Panam? e MCCA (Igreja Metodista do Caribe e das Am?ricas)).


Do Brasil, participaram sete pessoas:


Silvia Bocchese, da 6? regi?o e membro da mesa da Confedera??o; Edvandro Damasceno, membro da mesa da Federa??o da 1? regi?o; Polyana Francisco, da mesa da Federa??o da 3? regi?o; Tiago Lazier, presidente da Federa??o da 4? regi?o; Gustavo Lucas, membro da mesa da Federa??o da 5? regi?o; Rodrigo Peixoto, da Remne; Ricardo Sales, da 5? regi?o.


Para Tiago Cerqueira Lazier, presidente da Federa??o de Jovens da 4? Regi?o, a comunh?o foi o grande destaque do encontro. A mensagem que trago ? que precisamos cantar e viver o amor Deus. Devemos sempre nos apresentarmos em projeto evangel?sticos mas continuarmos como igreja caminhando lado a lado, suprindo necessidades terrenas e espirituais, pois, afinal, somos sinalizadores de um Deus que n?o mora longe l? no c?u, mas que nos acompanha diariamente.


VEJA TAMB?M


O relato de Polyana sobre os dias passados no encontro do CIEMAL:


Nos primeiros dias de encontro s?o ministradas palestras sobre diferentes temas. Assuntos que buscam capacitar a juventude para a miss?o. O primeiro tema estudado foi Sa?de Integral, que mostrou como o interior do ser humano tamb?m precisa ser trabalhado para que uma crian?a e um adolescente se tornem adultos felizes e bem sucedidos. Ainda dentro de Sa?de Integral, os presentes debateram o problema da AIDS, podendo conhecer a realidade de cada pa?s e como essa doen?a ? tratada em diferentes lugares.


Como se tratava de um encontro metodista, os temas Identidade Metodista e Discipulado tamb?m estavam em pauta. Uma curiosidade ? que alguns pa?ses s?o novos no mundo metodista, como o Equador, por exemplo, que recebeu a Igreja h? apenas oito anos. Mas este tamb?m foi um momento de compartilhar e ver qu?o importante ? o interc?mbio com irm?os que partilham a mesma f? e doutrina.


Durante momentos com os participantes pudemos conhecer todo o Programa Jovem em Miss?o e tamb?m o CIEMAL. Cada l?der dos pa?ses representados teve a oportunidade de mostrar como trabalham os jovens, a Igreja e a realidade de cada lugar. Al?m disso, a noite cultural proporcionou momentos de interc?mbio muito interessantes. Os participantes apresentaram dan?as, m?sicas, costumes e todos n?s aprendemos um pouquinho mais dos pa?ses vizinhos.


Para capacitar para a miss?o, ouvimos um pastor boliviano que nos falou sobre evangelismo e outro que nos contou um pouco sobre a realidade da Igreja na Bol?via, bem como a situa??o pol?tica, social e econ?mica do pa?s.


Conhecendo a realidade


 



 


Em todos os momentos da viagem, desde Santa Cruz de La Sierra, no meu caso, come?amos a perceber as diferen?as da Bol?via para o Brasil. Uma das primeiras diferen?as que sentimos foi no tr?nsito. Para quem mora em S?o Paulo tenho uma novidade. O tr?nsito daqui ? uma ben??o! Quando chegamos a Santa Cruz de La Sierra (na viagem de ida) j? percebemos que na Bol?via as coisas funcionam de uma forma diferente. Os motoristas n?o respeitam muito bem os sem?foros. A lei vigente ? a de quem coloca o carro na frente primeiro. Os ?nibus batem na traseira de outros (e isso ? normal) e s?o pequenos. H? muitos t?xis e uns funcionam como lota??o. E eles adoram uma buzina. Para atravessar a rua ? cada um por si.


Al?m disso, a estrutura de transporte de todo o pa?s n?o ? das melhores. ? cair uma chuva que ningu?m vai e ningu?m volta. Os ?nibus n?o transitam mais entre a capital e Santa de Cruz de La Sierra, uma cidade importante no pa?s. Muitas enchentes ocorreram nesse per?odo. Creio que alguns de voc?s devem ter acompanhado nos notici?rios. Nem mesmo o trem na viagem de ida estava f?cil, quase n?o conseguimos peg?-lo. Tudo por causa da chuva.


Outro ponto ? que os brasileiros, mesmo com toda a crise, se sentem "ricos" na Bol?via. Com um real voc? pode comprar cerca de 3,30 bolivianos (dinheiro local)… Um d?lar pode ser transformado em 7,90 e 8 bolivianos (depende de onde voc? faz o c?mbio). Com esse dinheiro pode-se comprar muita coisa. A lei ? pechinchar, porque eles sempre aceitam baixar o pre?o para tudo. Com o nosso pouco dinheiro conseguimos comprar muita coisa, andar muito de t?xi, etc. Para n?s, turistas, uma maravilha, mas percebemos como isso ? ruim para os bolivianos. E isso, mais uma vez, entristece nossos cora?es. Mas o que todos iam gostar ? que a gasolina custa s? R$ 1,40!!!


Ah, para quem quer saber, eles adoram o Evo Morales, afinal, ele defende os pobres (a maioria do pa?s) e luta contra os ricos.


Chegamos a La Paz, a capital do pa?s, e vimos qu?o diferente era do que imagin?vamos. ? uma cidade interessante, que est? toda em morros e montanhas. Ao longe podemos ver alguns picos com neve. A altura da cidade ? de 3600 metros acima do n?vel do mar. Quando sa?mos para a miss?o e turismo, chegamos a alcan?ar 3870 metros de altitude. ? claro que muitos tiveram alguma indisposi??o por causa disso. Dores de cabe?a… Uma simples subida pelas escadas poderia deixar at? o mais esportista um pouco cansado… Mas isso tamb?m n?o desanimava.


Na zona central, La Paz ? uma capital como outra qualquer, mas a periferia surpreende pela falta de saneamento b?sico, estrutura e outras necessidades b?sicas para a sobreviv?ncia digna. Depois de voltarmos ao Brasil pensamos: isso ? horr?vel! Mas pior ? pensar que no Brasil pessoas tamb?m vivem nessas condi?es e o que estamos fazendo? Qual ? o papel que a igreja tem desempenhado?


Conhecer essa realidade foi muito importante para fazer miss?o e quebrantar nossos cora?es. Percebemos que ? preciso fazer mais pelo cristianismo. Afinal, n?o adianta falar de Deus, buscar a santidade se n?o sa?mos ao encontro do outro para que a vida dele melhore. N?o era isso que Wesley nos ensinou, a ter uma vida com atos de piedade e miseric?rdia?


Saindo para a Miss?o


 



 


 


Fomos divididos em quatro grupos. Cada grupo tinha um jovem que trabalhava com crian?as, louvor, palavra, evangeliza??o, sa?de, voluntariado, etc. Come?amos, j? no s?bado, a nos preparar para fazer miss?o. No domingo, sa?mos para conhecer a realidade da cidade e das igrejas locais. No domingo, os participantes foram divididos em grupos para participar das escolas dominicais de cada Igreja. Fomos muito bem recebidos por toda a comunidade, que al?m de ora?es e c?nticos (muitos no dialeto Aymara) tamb?m nos ofereceu comidas t?picas de l?. Alguns costumes nossos come?aram a ser quebrados nesse primeiro contato com a cultura local. Alimentos, temperos, h?bitos, roupas… Tudo ? muito diferente daquilo que vivemos no Brasil. Mas isso n?o nos desanimava, mas estimulava cada um para trabalhar n?o somente para que outros conhe?am o evangelho, mas para que a Igreja seja um instrumento de transforma??o da triste realidade de algumas pessoas.


Na segunda-feira, cada um dos grupos foi enviado para uma igreja metodista – quase todas na periferia – com o objetivo de evangelizar crian?as e adultos ao redor. Pensamos em estrat?gias e formas, mas Deus mudou tudo quando chegamos nas Igrejas. No meu caso, o local onde a igreja est? localizada ? comercial e isso dificultava muito na hora de abordar as pessoas. Todas sempre estavam com pressa para ir ao m?dico, fazer comida, etc. Com as crian?as n?o era diferente, elas estavam em aula, ou indo para a escola, ou voltando e precisando ir para a casa. N?o poder?amos ficar ali na Igreja esperando que algo acontecesse. Como lembrou a coordenadora do meu grupo, Anah?, do Peru, "o mundo ? minha par?quia". Sa?mos pelas ruas, fizemos teatro, oramos, conversamos, evangelizamos. E eu fiz tudo isso com a minha vasta experi?ncia de seis dias de espanhol, mas como Deus ? misericordioso e quem faz a obra ? o Esp?rito Santo, consegui desempenhar com sucesso minha parte. At? orar em "portunhol" eu orei!


O segundo dia foi mais promissor e, com a gra?a de Deus, recebemos adultos e crian?as na Igreja, cerca de 60 pessoas. Mas para isso, sa?mos logo pela manh? fazendo o convite em um mercado de rua pr?ximo dali. Cantamos, contamos a hist?ria da salva??o e acreditamos que plantamos a semente.


Outros grupos tiveram experi?ncias maravilhosas ao serem recebidos em escolas, outros, tamb?m se surpreenderam ao chegar em um local residencial onde nenhum morador abria os port?es de suas casas. Cada ambiente com a sua peculiaridade, mas Deus estava agindo em todos.


Mais uma vez nesses dois dias vimos como ? sofrida a vida daquelas pessoas. Em um lugar sem asfalto e saneamento b?sico, uma gota de chuva transforma o lugar num rio. As ?guas se misturam ao lixo e ? um desafio andar pelas ruas. O frio tamb?m atrapalhou um pouco. No primeiro dia sa?mos com sol do nosso alojamento, mas como a igreja ficava mais alta, pegamos um frio que deixou alguns doentes. O c?u ? muito bonito, o sol tamb?m, mas o frio ? forte (isso porque era ver?o l?…). Quase todas as crian?as t?m seus rostos queimados pelo frio.


Quando volt?vamos da miss?o, todos estavam curiosos para saber das experi?ncias. Podemos compartilhar muito nesses dois dias n?o s? o que vivemos, mas o que desejamos fazer daqui para frente. Foram momentos de quebrantamento mesmo diante de uma realidade dif?cil e do desafio de fazer mais.


Interc?mbio


Al?m da miss?o, o encontro proporciona momentos muito especiais de interc?mbio. Conhecemos a realidade de outros pa?ses, como ? a Igreja Metodista nos pa?ses vizinhos, o trabalho da juventude… O interc?mbio n?o foi apenas com a cultura boliviana, mas com todos os presentes.


A realidade do Brasil ? muito diferente de todas as outras. Somos um pa?s grande em extens?o, mas grande tamb?m em diversidade. Enquanto na argentina, por exemplo, existem 110 igrejas, aqui na 3? regi?o trabalhamos com 120… O trabalho ? diferente, as atividades… Conhecemos outros projetos, outras id?ias, trocamos informa?es. N?s, brasileiros, sa?mos de l? cheios de id?ias para trabalharmos em nosso Pa?s. Sabemos das dificuldades, mas n?o queremos deixar que o fogo que estava em nossos cora?es naqueles dias se apague. Queremos, com a mesma motiva??o que fomos viajar, trabalhar para uma Igreja melhor e para um Brasil melhor.


O mais interessante ? que apesar das dificuldades de cada pa?s, todos os participantes estavam ali para aprender, conhecer e, o mais importante, fazer miss?o. Percebi no contato com as pessoas que os l?deres de outros pa?ses s?o muito comprometidos n?o somente com a Igreja, mas com o Reino de Deus. O fato de n?o estarem ali s? para "oba-oba" me motiva a continuar no trabalho, mudar o que ? necess?rio e melhorar o que j? fazemos.


A diferen?a de idioma n?o foi um problema, mas uma das formas de integrar brasileiros e peruanos, argentinos, paraguaios, equatorianos, etc. ? muito legal ver o interesse que eles t?m em aprender palavras em portugu?s. Ao mesmo tempo, n?s tamb?m tentamos, com o nosso portunhol, nos comunicar… Essa rela??o s? aproximou cada uma das pessoas ali. O que poderia ser um empecilho se tornou fonte de muitas risadas e tentativa de ensinar, por exemplo, alguns a falarem av? e av?, algo t?o simples (a acentua??o para eles ? dif?cil). Risadas tamb?m quando os brasileiros tentavam falar "almuerzo" (esse l com som de l deles ? complicado, prefiro o nosso l com som de u… Vai entender…).


O interc?mbio tamb?m aconteceu no dia em que fomos visitar as ru?nas da civiliza??o Tiwanaku, que viveu naquela regi?o h? muitos e muitos anos. ? impressionante ver as estruturas que eles constru?am. E n?s, sobreviventes do s?culo XXI, achamos que hoje ? que somos inteligentes e temos a tecnologia. ? muito legal ver que mesmo sem a nossa tecnologia, eles usavam o que tinham em m?os e a intelig?ncia que tinham na cabe?a para contar o tempo, falar com o povo, etc. Viviam muito adorando deuses, ? verdade, mas isso n?o diminui minha admira??o. E nesse dia experimentamos carne de llama, muito famosa por l?.


Uma experi?ncia bem pessoal foi ir, pela primeira vez, a um est?dio de futebol. E para ver Boca J?nior (Argentina) x Bol?var. Sim, eu torci para a Argentina, mas tudo pela amizade que fizemos com o grupo de Maradona. Passamos frio, pegamos chuva e isso fez com que quase n?o peg?ssemos o ?nibus de volta. Mas valeu a pena.


? tamb?m muito bom saber que, se um dia precisarmos, podemos contar com os amigos que fizemos. Sabemos que podemos visitar outros pa?ses e seremos bem recebidos. Tamb?m nos dispomos a receber irm?os de outros lugares.


Viagem e outras coisas


Mas a hist?ria do CIEMAL tamb?m compreende a aventura que foi nossa viagem. Fomos em sete brasileiros, mas eu, Rodrigo e Edvandro fomos os ?nicos a nos aventurar de ?nibus de S?o Paulo para Corumb?-MS. L? visitamos a igreja, fomos bem recebidos e passeamos no Rio Paraguai, conhecemos o pantanal e vimos um jacar?. Quase n?o conseguimos passagem para a Bol?via, mas, gra?as a Deus, tomamos um trem de Puerto Quijarro (na Bol?via, mas faz fronteira com Corumb?) a Santa Cruz de La Sierra. Ficamos um dia em Santa Cruz, sem saber espanhol, andamos de ?nibus, t?xi, trocamos dinheiro, fizemos compras… Depois pegamos um ?nibus para La Paz que n?o tinha banheiro nem ar-condicionado e que atrasou tr?s horas na estrada. Chegamos em La Paz, esperamos duas horas na rodovi?ria e ningu?m foi buscar a gente, tentamos ir de t?xi, mas n?o t?nhamos endere?o. Enfim, chegamos ao CIEMAL.


Na volta n?o pod?amos ir de ?nibus de La Paz para Santa Cruz, pois a estrada estava bloqueada por causa da chuva. Tentamos um avi?o direto, n?o havia passagem. Ent?o fomos de ?nibus de La Paz para Cochabamba, mas quase perdemos o ?nibus. Nos atrasamos e quando chegamos ? rodovi?ria tivemos que parar o ?nibus, que tamb?m era cheio de problemas. Eu, que estava sentada na janela sofri, caia ?gua do teto, um ferro ?s vezes queimava meu p?, mas chegamos… E pegamos um avi?o de Cochabamba para Santa Cruz. Ficamos novamente um dia em Santa Cruz onde almo?amos num restaurante brasileiro (at? que enfim!) e fizemos algumas compras. Chegamos ao Brasil no dia 16 de fevereiro com muitas hist?rias para contar. 


Na ficha de avalia??o t?nhamos que colocar nosso testemunho. Muito do meu est? nas linhas acima, mas o que trago de l? ? uma motiva??o para trabalhar e muitos amigos. Vontade de fazer diferente e de ajudar o pr?ximo com o que temos em m?os. N?o podemos ficar parados!


 


* se quiser ler mais sobre a viagem e ver as fotos , visite o blog da Polyana Francisco: http://polysjornal.spaces.live.com/photos/

Picture of Portal Igreja Metodista

Portal Igreja Metodista

Igreja Metodista - Sede Nacional.

Tags

compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Assine nossas notícias

Receba regularmente as notícias da Igreja Metodista do Brasil em seu e-mail.
A inscrição é gratuita!