josé do carmo marketing da fé

Reuni?o Administrativa Final: A presta??o de contas


Uma cr?tica aos atuais modelos de igrejas, e um alerta ao clero e fi?is de boa f?.


 


Pr. Jos? do Carmo da Silva. (Z? do Egito)


Igreja Metodista em F?tima do Sul-MS.







 

 


           Estamos vivendo a ?poca do marketing, onde se propaga a id?ia que tudo depende de uma boa estrat?gia de mercado para se obter sucesso. Livros como: O Monge e o Executivo, do americano James Hunter e outros, s?o sucessos de vendas. O meio empresarial secular busca resgatar valores espirituais aplicando-os ? l?gica do mercado. Enfim, a onda agora ? ser espiritual. N?o importa de que matriz seja a espiritualidade. A moda agora ? ter uma, seja no estilo de Jesus, Buda ou qualquer outro grande l?der oriental ou ocidental, antigo ou p?s-moderno, podendo at? mesmo ser Raul Seixas, Renato Russo ou Paulo Coelho; o que importa ? manifestar alguma forma de espiritualidade e seguir um l?der. Tudo ? l?cito desde que a influ?ncia dos l?deres sobre seus seguidores gerem divisas, aumente a produ??o, colaborando com a empresa no alcance de suas metas. Ent?o a frase de efeito ?: fa?a o que tu queres, pois ? tudo da lei. A lei de mercado.


Em plena p?s-modernidade, na qual empresas e empres?rios adotam conceitos e valores espirituais, o inverso tamb?m ocorre: igrejas e pastores passaram a adotar estilos e valores empresariais. Sobretudo o marketing da f?, que proclama alto e em bom som, via r?dio ou televis?o, n?o as insond?veis Riquezas do Evangelho de Cristo, mas sim o palp?vel, calcul?vel, e rent?vel "evangelho da riqueza" dispon?vel para quem aceitar a Cristo, e sacrificar o valor mais alto. Nas catedrais da f?, nos templos, nos est?dios, ou na televis?o — por meio de emissoras pr?prias ou hor?rios comprados — homens meticulosamente treinados levam ao extremo da distor??o, com prop?sitos de estropia??o o que Francisco de Assis declarou em sua c?lebre ora??o: "pois ? dando que se recebe". Na ?tica sem ?tica de muitos neopentecostais, o oposto se torna literal "se n?o der n?o recebe". Mas sendo a vertente tida como de matriz protestante, embora n?o manifeste muitas liga?es com a Reforma do s?culo XVI, melhor apelar para a B?blia. Logicamente por eles usada de forma distorcida e descontextualizada. Se tratando de arrecadar dinheiro, para eles n?o h? vers?culo melhor do que esse: "Deus ama a quem d? com alegria" (2 Co 9.7b). Com essa vis?o materialista, templo se torna dinheiro, pequenas igrejas, em poucas d?cadas, conseguem aquilo que muitas denomina?es hist?ricas n?o conseguiram em s?culos e atingem milhares de membros no Brasil e exterior, assemelhando-se a grandes empresas multinacionais administrando suntuosos bens obtidos na "determina??o e exerc?cio da f?".


            Sei que n?o se faz miss?o sem investimentos, e investimentos significam dinheiro. Sei tamb?m que muitas igrejas s?rias cresceram e est?o crescendo como resultado de uma boa administra??o eclesi?stica, baseada na ?tica crist?, na qual procuram caminhar e formar seus l?deres e membros. N?o existe organiza??o que n?o precise de uma estrutura administrativa. A Igreja como organiza??o social n?o foge ? regra: ? imposs?vel se administrar bem sem uma boa lideran?a, realmente capacitada e motivada. Contudo, fico preocupado quando vejo a l?gica e valores do mundo influenciando e motivando as igrejas, quando o inverso ? que deveria estar ocorrendo. A l?gica e os valores do Reino de Deus proclamados pela B?blia e encarnado pelos crist?os(?s) que vivem o j?, como sal, luz e fermento na massa causando impacto espiritual, influencia social e preservando o mundo at? a plena manifesta??o do Reino de Deus.


            Se administrar ? preciso, administremos com fidelidade, acima de tudo deixando-nos guiar pela gra?a de Deus, que nos constituiu como cooperadores, sob a lideran?a infal?vel do Esp?rito Santo. Na Igreja de Cristo, os participantes da Miss?o de Deus em salvar o mundo n?o devem mover-se por nenhum outro motivo que n?o seja glorificar a Cristo por meio de seus atos.


            Se liderar ? preciso, lideremos como Jesus. Se seguir um l?der ? necess?rio, sigamos Jesus. Contudo, mais que saber o que Ele disse e fez, precisamos saber fazer o que Ele ordenou a quem quer segui-lo: nega??o cotidiana do eu, e tomada sobre si da cruz, para nela crucificar o ego.


Seguir a Jesus Cristo e pregar seu Evangelho com sinceridade sempre exigiu despojamento e convic??o, pois seus fi?is seguidores ao longo da hist?ria sempre enfrentaram oposi??o. A Igreja crist? encontra-se frente a um grande desafio na proclama??o do Evangelho genu?no, cujos valores se contrap?em ao "evangelho" ufanista importado dos Estados Unidos, que se alastra no Brasil. Produzindo adeptos, n?o fi?is. Juntando multid?es, mas n?o disc?pulos(as). Crescendo numericamente, mas n?o qualitativamente. Produzindo, com raras exce?es, mais esc?ndalos e vergonha para a causa do Evangelho ? medida que agu?a a sede de ter e poder, em detrimento do ser e servir.


A recep??o verdadeira do Evangelho de Cristo torna-se mais dif?cil no presente s?culo onde impera a religi?o do marketing, onde templo ? dinheiro. E os lobos(as) muitas vezes travestidos em pastores(as), bispos (as) e ap?stolos (as) possuem seus nababescos covis, e as raposas dissimuladas em l?deres habitam em suntuosas tocas, gozando vida luxuosa e regalada, frutos da maior pervers?o religiosa que j? se viu embaixo do c?u: o negociar da gra?a, dom de Deus, presente do alto. E por possuir car?ter inegoci?vel, Jesus seu ?nico doador advertiu a seus liderados: "de gra?a recebeste de gra?a da?".


Muitos mestres e l?deres religiosos do presente s?culo, ? semelhan?a da elite religiosa dos dias de Jesus de Nazar?, continuam contrapondo-se ao estilo de vida do Filho do Homem, que n?o tinha sequer onde reclinar sua cabe?a.


Contudo, eis que vir? o dia em que o L?der por excel?ncia convocar? todos seus liderados para a grande reuni?o administrativa final. Fazendo um balan?o do tempo em que a administra??o da Igreja estava nas m?os do clero e seus subordinados. Pedir? uma presta??o de contas. Diante Dele muitos dir?o: – "Senhor, n?s comemos e bebemos na tua presen?a, em seu nome expelimos dem?nios, curamos enfermos e fizemos muitos milagres. Seguimos seu conselho e aquilo que o Senhor tinha nos dito ao p? do ouvido, declaramos alto, em bom som, e ?tima imagem de cima dos telhados, via ondas de r?dio e de televis?o. Constru?mos imp?rios sim, mas com o prop?sito de tornar universal o Reino de Deus. Muitos por que estavam fora da vis?o, n?o entenderam nossa l?gica e a taxavam de universaliza??o e fixa??o do reino do homem na terra. Mas a verdade ? que usamos de todas as estrat?gias dispon?veis, na pura inten??o de, partindo do Brasil, tornar internacional a gra?a de Deus, com o ?nico prop?sito de fazer renascer no cora??o do homem o sentido de que Deus ? amor, com a finalidade de reuni-los na ?nica assembl?ia de Deus. Ali, onde o agir do Esp?rito cura corpo, alma e tamb?m sara nossa terra. As estrat?gias foram t?o bem aplicadas que crescemos como bola de neve".


Diante Dele tamb?m se apresentar?o muitos dizendo: – "Senhor, protestantemente condenamos tudo aquilo que amea?ava a ordem teol?gica tradicional estabelecida, nos legada pelos antigos tratados teol?gicos experimentados ao longo de cinco s?culos. Pela nobreza e manuten??o do pensamento dos antigos, sufocamos tudo com ares de novidade e que de um jeito latino e abrasileirado destoava da maneira de sua Igreja evang?lica". Milhares do Magistrado,  apelando para as Escrituras e Tradi??o,  tentar?o justificar: – "Que fique bem claro e registrado nas atas conciliares, Senhor, que sempre manifestamos nossa discord?ncia por meio de conclaves, dogmas e enc?clicas, a tudo ?quilo que amea?ava vosso dom?nio, Jesus, que fora exercido por meio da divina institui??o e magistrado. Institui??o fundada por Ti, fora da qual proclamamos que n?o havia salva??o e do clero divinamente por Ti estabelecido, ao qual ensinamos que todo homem devia obedecer. Em Teu nome como fiel e ?nica portadora da verdade, almejando manter a lei e a ordem, inquirimos e exercemos o ju?zo, anatematizando aqueles (as) que ousaram pensar, falar, ensinar e agir diferente de n?s… Ou melhor, de Ti."


Ironia ? parte, ? preciso ouvir o que o Esp?rito diz a Igreja. Quem for bom entendedor entenda. Concordando ou n?o com o supracitado repito: ? preciso ouvir o que o Esp?rito diz a Igreja, e n?o mais fechar os olhos para n?o ver, e muito menos a boca para n?o denunciar. Jesus n?o mandou simplesmente pregar o Evangelho, Ele mandou ensinar a observar tudo aquilo que Ele ensinou. E muito do que tem sido pregado em muitas pseudo-igrejas crist?s, nunca sequer chegou ? periferia do pensamento de Cristo, muito menos saiu de seus l?bios. Concluo, glorificando a Deus, por Ele deter o poder de julgar segundo aquilo que est? no cora??o dos homens e os movem na administra??o de sua Igreja. Uns agindo por motivos nobres, outros… nem tanto assim. Contudo, Deus conhece os que s?o seus e dar? a cada um segundo a suas obras. Pois, segundo as Escrituras as portas infernais n?o prevalecer?o contra a Igreja de Cristo.   A Ele desde j? clamemos miseric?rdia, buscando sermos bons administradores de seu Reino j? presente em n?s, mas que ainda n?o veio em toda sua plenitude. Am?m.


 


 


 


 

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