Palavra Episcopal novembro de 2006







 


Jo?o Alves de Oliveira Filho, Bispo na 5? Regi?o Eclesi?stica.


Recordo-me da letra de um c?ntico bastante popular em muitas de nossas Igrejas: "Quer nas lutas, quer nas provas a Igreja sempre caminhando, sempre caminhando, sempre caminhando…". De fato, a Igreja tem sido chamada para ser uma voz prof?tica neste mundo inseguro e conturbado pelas quest?es sociais que amargam e penalizam o ser humano.


A Igreja ? o corpo de Cristo, a unidade b?sica constitu?da pelo chamado divino para estar no mundo anunciando as maravilhas do Reino de Deus, cuja proposta fundamental ? o an?ncio da salva??o de todo aquele(a) que cr?.


Por?m, enfrenta obst?culos, barreiras, problemas que se arrastam. Muitos desses criados e institu?dos por quest?es meramente pessoais, que contrariam a vontade de Deus e o fundamento da nossa f? crist?.


Apesar de tudo, temos que seguir em frente, caminhar, sinalizar novos horizontes, anunciar o amor de Cristo que salva, perdoa e redime o ser humano.


? indiscut?vel o esfor?o que a Igreja Metodista faz, como um todo, para investir em projetos que sinalizam a nossa a??o mission?ria na ?rea social, educacional, no trabalho com crian?as, idosos e outros tantos. Tantos e t?o variados projetos enfrentam obst?culos reais, como as oscila?es entre os investimentos e acomoda?es; a falta de recursos financeiros e de pessoal adequado; disposi??o para o trabalho, pequenas intrigas. Em vista disto, as propostas devem ser claras, definindo os objetivos e fundamentos dos nossos planos, segundo o que orientam os nossos documentos.


Em 1982, o Conc?lio Geral da Igreja Metodista foi desafiado a criar um plano que seria o guia, o norte, a sinaliza??o de propostas que ratificassem o pensar, o agir e o concretizar da nossa a??o mission?ria.Surge o Plano para a Vida e Miss?o que, a partir de ent?o, nortearia a nossa caminhada. O Plano para Vida e Miss?o foi divulgado em nossas Igrejas locais, servindo de par?metro para os estudos b?blicos, como tamb?m expressando o conte?do do como pensamos e agimos neste mundo t?o conturbado e marcado pela presen?a da morte e da destrui??o.


Depois da cria??o do Plano para a Vida e a Miss?o, a Igreja resolve dar mais um passo e estabelece o Projeto Dons e Minist?rios, com a proposta de dinamizar a voca??o da membresia, afirmando que cada um(a) possui dons e h? necessidade de que eles sejam colocados em pr?tica, nascendo, a partir da?, os minist?rios, que s?o livres para atuar na din?mica da Igreja Local.


Em nossos dias, percebemos uma Igreja em busca de avivamento, mesclado com modelos que necessitam de uma avalia??o pormenorizada, levando-nos a perguntar: Que avivamento buscamos?


H? necessidade de a Igreja conhecer a sua hist?ria, os registros que t?m sinalizado a nossa caminhada e n?o simplesmente simplific?-los de acordo com os nossos interesses. Por outro lado, devemos estar sempre em busca da compreens?o dos valores que nos fazem metodistas, especialmente quando detectamos atrav?s da nossa hist?ria que somos o povo do cora??o aquecido. O Evangelho nos concede o espa?o de atua??o no mundo, pois o mundo ? o palco da nossa exist?ncia, onde devemos colocar na pr?tica o nosso verdadeiro testemunho e os valores que Cristo tem inserido em nossos cora?es. N?o devemos nos esquecer que em nossos dias t?m surgido pr?ticas religiosas sem precedentes, nas quais se percebe uma teologia marcada pela religi?o de mercado que n?o faz parte do conjunto de nossos valores.


? mister que n?o esque?amos as ?nfases doutrin?rias que regem o nosso caminhar, pois o entendimento das nossas doutrinas fortalece a nossa compreens?o do ensino b?blico que ? a t?nica da nossa atua??o no mundo. Recordemos que a nossa hist?ria tem que ser contada e divulgada aonde quer que estejamos, conforme a express?o do hino: "Conto esta hist?ria, cantando assim… Na cruz foi Cristo morto por mim". (HE 341). Contar a hist?ria ? contar os fatos realizados por Cristo em nossas vidas ?queles(as) que ainda n?o conhecem o amor de Cristo. Recordemos o texto b?blico: "Estas palavras que hoje te ordeno estar?o em teu cora??o, tu as inculcar?s a teus filhos, e delas falar?s, assentado em tua casa, andando pelo caminho…"(Dt. 6.6-7). Assim, a Igreja estar? sempre caminhando, em uma a??o din?mica, que visa romper barreiras e expressar o amor de Cristo, atrav?s da divulga??o da Palavra. Por?m, o caminhar n?o pode ser isolado, pois devemos dar as nossas m?os e, juntos, a uma s? voz, andarmos pelos caminhos vencendo os obst?culos e tudo aquilo que promove a discrimina??o e a morte. "Se caminhar ? preciso, caminharemos unidos, e nossos p?s, nossos bra?os, sustentar?o nossos passos. N?o mais seremos a massa, sem vez, sem voz, sem hist?ria, mas uma Igreja que vai em esperan?a solid?ria"(Simei Monteiro – Can??o da Caminhada).


Devemos nos recordar que um dos desafios da Igreja ? ser uma comunidade terap?utica, ou seja, que cura, sara, promove a vida, vive em comunh?o, em perd?o, construindo la?os de amor e fraternidade. Estas a?es ser?o poss?veis atrav?s do di?logo, que elimina a desconfian?a m?tua e se empenha pela unidade. Essa unidade necessita ser concretizada na capacidade de conviver com a diversidade, eliminando toda pr?tica de sectarismo, divisionismo e indisciplina eclesial. Por outro lado, a Igreja necessita viver uma espiritualidade que expresse a dimens?o vertical, pela participa??o na ceia, estudo da B?blia, pr?tica da ora??o, jejum, cultos, etc. e a dimens?o horizontal, ou seja, uma solidariedade ativa junto aos carentes e necessitados, aproximando-se cada um(a) de todos(as), levando sempre o amor e a compaix?o de Deus. Esta espiritualidade tem que ser f? em a??o, comprometida, aut?ntica e equilibrada.


Neste caminhar, como corpo de Cristo, devemos aceitar a dire??o do Esp?rito Santo, que nos capacita a dar um testemunho corajoso e destemido do poder transformador de Cristo, enfrentando sem vacilar as for?as demon?acas deste presente s?culo. Estas for?as t?m levado muitas pessoas para a morte. Na autoridade do Esp?rito Santo somos chamados(as) a viver a verdade de que s? Jesus ? o Senhor e, assim, n?o podemos caminhar na tenta??o de possuirmos posicionamentos individualizados e vis?es particularizadas.


A Igreja est? sempre caminhando: "Quer nas lutas, quer nas provas…". Este caminhar tem que romper barreiras e levar o evangelho a toda criatura. "Se caminhar ? preciso, caminharemos unidos". Que a gra?a de Cristo continue conosco, fortalecendo o caminhar da Igreja no prop?sito de anunciar o Cristo aos cora?es vazios e desesperan?ados. Deus nos aben?oe neste minist?rio.

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Igreja Metodista - Sede Nacional.

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