Se eu fosse um padre, eu, nos meus serm?es,
n?o falaria em Deus nem no Pecado
? muito menos no Anjo Rebelado
e os encantos das suas sedu?es,
n?o citaria santos e profetas:
nada das suas celestiais promessas
ou das suas terr?veis maldi?es…
Se eu fosse um padre eu citaria os poetas,
Rezaria seus versos, os mais belos,
desses que desde a inf?ncia me embalaram
e quem me dera que alguns fossem meus!
Porque a poesia purifica a alma
…e um belo poema ? ainda que de Deus se aparte ?
um belo poema sempre leva a Deus!
M?rio Quintana, extra?do do livro “Nova Antologia Po?tica”, Editora Globo – S?o Paulo, 1998, p?g. 105.
Das utopias
Se as coisas s?o inating?veis… ora!
N?o ? motivo para n?o quer?-las…
Que tristes os caminhos se n?o fora
A m?gica presen?a das estrelas!
M?rio Quintana – Espelho M?gico
Can??o do dia de sempre
T?o bom viver dia a dia…
A vida assim, jamais cansa…
Viver t?o s? de momentos
Como estas nuvens no c?u…
E s? ganhar, toda a vida,
Inexperi?ncia… esperan?a…
E a rosa louca dos ventos
Presa ? copa do chap?u.
Nunca d?s um nome a um rio:
Sempre ? outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recome?ar!
E sem nenhuma lembran?a
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas m?os distra?das…
M?rio Quintana, do livro Can?es de M?rio Quintana