Adriel de Sousa Maia, bispo da 3? RE
O novo ano de 2006 chega com desafios e oportunidades. Certamente, a maior oportunidade ? a renova??o de prop?sitos em termos de uma vida pessoal e eclesial voltadas aos valores determinantes da miss?o, para o cumprimento do indo mission?rio do Senhor Jesus Cristo.
Nessa linha de pensamento, o tema do bi?nio 2006/2007 – "Testemunhar a alegria e a esperan?a do servi?o"- traz uma motivadora inspira??o divina, para que nossa a??o mission?ria seja portadora do carisma de um testemunho vigoroso e marcado pela alegria e esperan?a e, em conseq??ncia, desemboque num eloq?ente servi?o, enquanto servos e servas de Jesus Cristo (Jo?o 13), na comunidade em que vivemos.
Este ano come?a dentro de um cen?rio interno marcado de expectativas, por exemplo, no final de ano passado foram realizados todos os Conc?lios Regionais elegendo novos desafios para as regi?es eclesi?sticas e, em seguida, os bispos e a bispa anunciaram as nomea?es pastorais para o novo per?odo eclesi?stico. Assim, igrejas, minist?rios, pastores e pastoras vivem uns momentos de expectativa nesta nova quadra eclesi?stica. Igualmente, os referidos Conc?lios elegeram seus representantes leigos/as e cl?rigos/as para o 18? Conc?lio Geral, a ser realizado nos dias
Nesta altura do ano, o Rol do Conc?lio Geral j? est? organizado e as respectivas delega?es come?am a inteirar-se da pauta do Conc?lio Geral com tantas mat?rias a serem estudadas num pequeno espa?o de tempo.
Vejo que entre as muitas pautas do Conc?lio um ter? que ser priorizada: o minist?rio pastoral. Na verdade, os ?ltimos Conc?lios Gerais n?o foram introduzidas modifica?es substanciais, eles foram conservadores especialmente, quando tentativas foram feitas para a mudan?a constitucional desobrigando o direito de nomea??o pastoral para os presb?teros e presb?teras da Igreja Metodista. Certamente, a pauta voltar? a ser trabalhada novamente, considerando-se o n?mero bastante elevado de presb?teros e presb?teras que s?o admitidos no quadro da Ordem Presbiteral da Igreja Metodista. Em contra partida n?o h? um crescimento num?rico da Igreja que justifique uma estabilidade de todo o minist?rio ordenado da Igreja, bem como as demais categorias existentes no rol pastoral da Igreja Metodista.
No entanto, a pauta merece um estudo mais amplo envolvendo algumas quest?es que s?o de grande import?ncia. Por exemplo, a forma??o do minist?rio pastoral presb?teros/as e pastores/as; o lugar do minist?rio pastoral dentro do contexto de uma Igreja de Dons e Minist?rios; a quest?o da itinerancia dentro do processo de nomea?es pastorais. Na realidade, ouvimos falar muito sobre itinerancia do minist?rio pastoral. A Constitui??o da Igreja Metodista Art. 13 Par?grafo ?nico: "Os presb?teros ativos est?o sujeitos ? itiner?ncia." Nessa linha, ainda n?o evolu?mos numa reflex?o mais ampla sobre o tema ? luz da realidade da nossa p?tria. A itinerancia do minist?rio pastoral, em terras brasileiras teve sua exuber?ncia quando o pa?s era eminentemente rural. Hoje, o quadro ? outro. As estat?sticas apontam que cerca de 80% da popula??o brasileira est? concentrada nos grandes centros urbanos. Como trabalhar com essa realidade dentro do sistema metodista itinerante? N?o est? na hora da Igreja repensar o conceito de itiner?ncia, especialmente, num momento que se estuda a possibilidade da mudan?a constitucional sobre a n?o obrigatoriedade da nomea??o pastoral para o minist?rio ordenado da Igreja?
Nessa esteira de preocupa??o, ainda incluo a quest?o da nomea??o pastoral. Talvez seja esse o expediente mais dif?cil que recai sobre o episcopado da Igreja Metodista. Na intelig?ncia can?nica compete ao sobre o bispo ou ? bispa a total responsabilidade de nomear os seus pastores e suas pastoras. Ao longo do meu episcopado considero uma atribui??o desumana e o conceito de uma Igreja provedora, gerando paternalismo. A nomea??o pastoral ? um processo que tem que levar-se em conta muitos fatores t?cnicos e pastorais. N?o pode ser uma expediente que tira aqui e coloca ali. No fundo, essa din?mica ? geradora muita insatisfa??o na caminhada da Igreja e cimentando uma cultura que o pastor ou pastora est? sempre preparado para sair e, lamentavelmente, essa cultura gera tamb?m na vida das igrejas o caminho mais confort?vel a sa?da do pastor ou da pastora. Nesse cen?rio, o bispo ou a bispa vive a press?o de todos os lados dos segmentos envolvidos e, lamentavelmente, gerando como diz na linguagem popular um "jogo de empurra".
Considero que o processo de nomea??o pastoral precisa de uma melhor elabora??o na can?nica da Igreja Metodista envolvendo primeiramente o projeto da Igreja e com uma ampla participa??o dos segmentos envolvidos, a fim de que o mesmo seja portador de uma co-responsabilidade.
Nessa perspectiva, estaremos dando uma melhor qualidade ao processo de nomea?es pastorais administrando uma itiner?ncia salutar e, especialmente, portadora dos dons e minist?rios pastorais dentro de uma Igreja que tem a configura??o conciliar, episcopal e conexional.
A comunidade metodista espera que seus representantes possam analisar com todo o cuidado que o tema, a fim de que n?o improvisemos a nossa gest?o pastoral. Nosso minist?rio pastoral precisa de uma melhor qualifica??o a fim de que possa responder com compet?ncia e efici?ncia, sob a un??o renovadora do Esp?rito Santo, as demandas do dia-a-dia do nosso povo e das nossas comunidades.
Que a gra?a do Senhor seja sobre a vida de toda a equipe que se prepara para o 18? Conc?lio Geral.
Com estima pastoral.
