Porque muitas s?o as suas transgress?es e graves os seus pecados: afligem aos justos! aceitamsuborno e negam o direito dos necessitados!
Am?s 5
Senhor Presidente Luis In?cio Lula da Silva,
A sociedade brasileira acaba de sofrer pelo menos dois atos de viol?ncia no dia 13 de dezembro de 2006.
Viol?ncias estruturais e hist?ricas que se atualizam no cotidiano b?rbaro das elites empresariais brasileiras contra 300 ind?genas Tupinikim e Guarani no Esp?rito Santo e a viol?ncia da omiss?o e da morosidade do Estado brasileiro e suas autoridades e ag?ncias em garantir a integridade de vida e dos territ?rios das popula?es tradicionais.
A CPT tem o dever e a miss?o de exigir das autoridades brasileiras r?pidas e en?rgicas provid?ncias no sentido de estabelecer a seguran?a dos brasileiros e brasileiras mais pobres contra os desmandos e arrog?ncia destrutiva dos setores empresariais que se acham os garantidores da vida nacional quando, na verdade, s?o movidos pelos interesses do capital internacional e pela reprodu??o de seus privil?gios.
A produ??o e a seguran?a nacional, senhor Presidente, t?m sido constru??o di?ria das maiorias pobres desse pa?s, suas organiza?es e seus movimentos contra a a??o predat?ria de elites empresariais que praticam a pirataria ambiental, social e dos recursos p?blicos em detrimento dos reais interesses da popula??o brasileira.
O "potencial de qualidade" que as empresas dizem ter atingido, junto com a propalada contribui??o ao equil?brio da balan?a comercial e ? gera??o de empregos, n?o passam de truques utilizados para influenciar e controlar setores do judici?rio e da m?dia. A "seguran?a de uma democracia respons?vel" tem sido usada como elemento desestabilizador do processo democr?tico vivido pelas bases na luta por garantir sua sobreviv?ncia. Setores empresariais tem sido "arruaceiros e criminosos" pois devoram a terra e ?gua com homens e mulheres e seus modos de vida gerando desemprego, exclus?o social, marginalidade, inseguran?a alimentar e envio de riquezas socialmente produzidas no Brasil para o exterior. Estes s?o os entraves reais da economia brasileira
A Aracruz Celulose est? ocupando indevidamente terras ind?genas e quilombolas. N?o ? o primeiro crime do setor empresarial… e infelizmente n?o ser? o ?ltimo. S?o atos que se constituem em desafios ? autoridade do Governo Federal, de modo especial ? lideran?a do Presidente. Apesar de seu governo, senhorPresidente, ter oferecido um tratamento pol?tico privilegiado para estes setores da elite violenta brasileira que se nega a pensar e construir o pa?s de modo efetivo e democr?tico a partir das necessidades, dos interesses e das propostas das maiorias, temos confian?a em que n?o ir? admitir o desrespeito ? ordem constitu?da.
Esperamos que seu governo, de maneira firme e pronta, v? acionar os mecanismos de prote??o efetiva dos direitos de Tupinikins e Guaranis no Esp?rito Santo e v? restabelecer a liberdade de manifesta??o de trabalhadores e povos tradicionais contra a desordem das elites do capital, que n?o t?m demonstrado capacidade para o exerc?cio democr?tico, n?o s?o motivados por valores de inclus?o e de partilha e s?o completamente incapazes do respeito ? vida e seus seres, dom de Deus.
Esperamos ainda, que seu governo garanta os espa?os reais de discuss?o, negocia??o e planejamento como exerc?cio pol?tico real de estabelecimento de pol?ticas de vida para todos e todas. O projeto de desenvolvimento para o Brasil ter? que ser discutido e implementado por toda a sociedade organizada, senhor Presidente, com a participa??o ativa dos pobres e suas organiza?es.
N?o pelos seus cabelos brancos, senhor Presidente, nem pela sua hist?ria pessoal pol?tica, mas em nome da hist?ria e da luta dos milh?es de brasileiros e brasileiras pobres – os preferidos de Deus – ? que a CPT pede e exige a imediata puni??o da empresa Aracruz por posse indevida de territ?rio e pronto restabelecimento do direito sagrado ? terra Tupinikim e Guarani.
Buscai a Deus e Vivei!
N?o busqueis nos santu?rios nem nos pal?cios porque os projetos deles ? fogo que leva ? destrui??o. Eles convertem a justi?a em migalhas e pisoteiam sobre a justi?a! Buscai a Deus que destr?i o projeto dos fortes e traz ru?na sobre a fortaleza. Contra aqueles que odeiam os que fazem profecia e abominam os que falam a verdade! Pisam o pobre, roubam a terra e seus frutos, constroem suas moradas maravilhosas… seus projetos ser?o frustrados!Porque muitas s?o as suas transgress?es e graves os seus pecados: afligem aos justos! aceitamsuborno e negam o direito dos necessitados!
Ai de v?s!
baseado na profecia de Am?s cap?tulo 5, vers?culos 4 a 12
Dom Xavier Gilles
Presidente da CPT
Goi?nia, 15 de dezembro de 2006
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