Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013

Carta Pastoral aos Membros do Concílio Geral

 

O Colégio Episcopal da Igreja Metodista ao abrir a primeira sessão conciliar do 18º Concílio Geral da Igreja Metodista dirige-se com amor e respeito a todos (as) irmãos e irmãs aqui presentes.

"Ó Senhor ouve o nosso louvor!"

Celebramos com gratidão, louvor e alegria o início da Missão do Metodismo no Estado do Espírito Santo, cujo Centenário é celebrado nesse momento. Damos graças ao Senhor por todos (as) quantos cooperaram com o início da Missão nessa Região do Brasil.

Expressamos a toda a Comunidade aqui presente:

O nosso agradecimento a Deus pela vida da Igreja, seu ministério pastoral, asigrejas locais, seus líderes e membros, pela vivência da Missão através da diversidade dos Dons e Ministérios. Conforme Paulo afirma aos Filipenses:"Dou graças ao meu Deus portudo o que recordo de vós, fazendo sempre, com alegria súplicas por todos vós, em todas as minhas orações por vós, pela vossa cooperação no Evangelho, desde o primeiro dia até agora . Estou plenamente certo de que aquele que começou a boa obra em vós há de completá-la até o dia de Cristo Jesus"-Fp.1.3-6.

A convicção de nossa vocação como Povo Metodista junto ao Corpo de Cristo, consciente de que Deus nos tem dado um significativo ministério, que requer de todos (as) uma fidelidade constante.

·A consciência de que somos Um Só Corpo em Cristo e de que devemos manter a Unidade do Espírito no vínculo da paz Ef. 4.3.A nossa unidade reconhecediversidade e a mutualidade presente no Corpo, expressa em amor e na mútua cooperação de todos osmembros , na consideração uns para com os outros e no respeito mútuo, conforme os princípios do Evangelho do Senhor Jesus.

·Certos de que há diferentes expectativas, presentes em toda a Igreja, ministério pastoral, seus membros (as) buscamos na Palavra de Deus e napresença do Espírito o direcionamento para esse momento, concedendo-nos sabedoria, graça, caráter de Cristo e poder transformador.

Estamos em Concílio e, portanto, juntas e juntos, vamos fazer dessa experiência conciliar um momento altamente missionário, à semelhança do Concílio em Jerusalém no seu momento conclusivo: "Pois pareceu bem ao Espírito e a nós não vós impor maior encargo além destas coisas essenciais" (At 15.28).

CONTRIÇÃO E QUEBRANTAMENTO

Necessitamos, ao iniciarmos as sessões plenárias, manter uma atitude de quebrantamento e arrependimento, nos termos da Oração de Daniel 9.4-19. Essa oração nos coloca numa posição de vigilância e aponta a fidelidade da Aliança do Senhor:

"Orei ao Senhor, meu Deus, confessei e disse: Ah! Senhor! Deus grande e temível, que guardas a aliança e a misericórdia para como os que te amam e guardam os teus mandamentos; temos pecado e cometido iniqüidades, procedemos perversamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos; e não demos ouvidos aos teus servos, os profetas, que em teu nome falaram aos nossos reis, nossos príncipes, e nossos pais, como também a todo o povo da terra. A ti,ó Senhor, pertence à justiça, mas a nós, o corar de vergonha, como hoje se vê {...} ó Senhor, a nós, a nós pertence o corar de vergonha{...}porque temos pecado contra ti. Ao Senhor, nosso Deus, pertence a misericórdia e o perdão;pois nos temos rebelado contra Ele, e não obedecemos à voz do Senhor, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os profetas{...} Ó Senhor, ouve; ó Senhor, perdoa; ó Senhor, atende-nos e age; não te retardes, por amor de Ti mesmo, ó Deus meu, porque a tua cidade e o teu povo são chamados pelo teu nome".

1. Este é o grande chamamento ao povo metodista reunido na história da caminhada da Igreja em mais um Concílio Geral, a fim de permitir que o mover do Espírito Santo nos conduza ao verdadeiro quebrantamento, ao arrependimento e à confissão dos nossos pecados pessoais e comunitários. Pecados que se configuram de diferentes formas, quais sejam:

·Nossa estreiteza missionária, especialmente, na evangelização do nosso povo excluído da vida abundante prometida por Cristo Jesus (João 10.10).

·Nossa desunião, nossa impiedade para com as pessoas que pensam diferentemente de nós.

·Nossa indisciplina pessoal e comunitária;

Nossa visão consumista e materializada da vida e, conseqüentemente, rendida à sedução do mercado.

·Nossa dureza de coração, frente às demonstrações da graça de Deus na vida da Igreja e do mundo.

·Nossos desníveis e desencontros visíveis e invisíveis, no que tange as relações interpessoais.

·Nossas mágoas, rancores, ódios, rixas, ofensas retidas nos porões de nosso inconsciente, que precisam de libertação imediata pelo perdão e reconciliação. Como igrejas locais, pastores, pastoras, famílias em geral, somos comunidade de pecadores. Todos nós temos dívidas e pecados em relação a Deus e ao próximo. Muitas vezes, nossos relacionamentos encontram-se gastos, corroídos, poluídos pelo orgulho, inveja, ciúmes, rancor, mania de grandeza. Por isso, clamamos: "a nós pertence o corar de vergonha".

·Nossos condicionamentos querendo "aprisionar o Espírito e Sua Palavra" numa sessão conciliar, bem como nos nossos conceitos e preconceitos. Esta abertura ao Espírito requer de nós humildade, esvaziamento, quebra do orgulho, da superioridade, de vanglória e de qualquer sentimento que fira ao "sentimento que houve em Cristo" - Fp.2.5.

·Nos movimentos que promovam atitudes de desrespeito, da indisciplina, dos julgamentos precipitados comprometendo a dignidade de pessoas e governabilidade da Igreja.

Por isso, na angústia e expectativa de Daniel imploramos enquanto Igreja:Orando ao Senhor, derramando perante Ele o nosso coração e dizendo:

"Ó Senhor, atende-nos e age"

Um sincero anseio de amor.

 

O nosso desejo maior é de procurarmos viver e participar da Missão, em especial nesse Concílio, um Espírito de Comunhão, tolerância, paciência, amor e perdão;

De encontrarmos o autêntico caminho da Missão em Jesus Cristo, oferecendo todo o nosso ser como entrega grata e sacrificial a Deus, dispostos a "perder a vida" para ganhá-la, conforme Cristo.- Mt.16.24-28.

Caminharmos com reconhecimento e respeito à ação de Deus no presente século aceitando a diversidade de Dons e Ministérios sem descaracterizar a nossa Unidade como Corpo de Cristo, como diz o cântico: Eu sei que foi pago um alto preço para que contigo eu fosse um, meu irmão (ã).

A superar o espírito presente na Sociedade de Mercado e de Consumo, onde a competitividade, a luta pelo espaço e lugar de poder, a supremacia do mais forte e belo e o desprezo e marginalização dos queficam pelo caminho venham aimperar nosrelacionamentos pessoais e comunitários.

Esperamos superar o espírito de competição, valor predominante em nossa sociedade que tem promovido o perigo da quebra de nossa unidade, de nossa motivação, relacionamento e vivência missionária.

A nossa maior motivação é o trilhar o caminho da santificação, gestada em nosso interior pela ação do Espírito Santo. Ele é quem gera em nós, entre nós e através de nós o contínuo crescimento na Graça. No conhecimento e no amor do Senhor.

Paulo nos convida a "Não nos conformarmos com os valores presentes emnosso século"- Rm.12.1-2. Infelizmentea Igreja Cristã temsido afetada diretamente por esses valores, levando-a a ter motivação, procedimentos, princípios emetas que contrariam os valores do Evangelho do Senhor e os princípios históricos e fundamentais da tradição Weleyana. Dentre tantos deles, o espírito de competição, busca de poder, autoridade, posição e nome; busca dos bens materiais, da prosperidade. Rogamos ao Santo Espírito que atue em nosso ser interior - mente, coração, vontade, renovando todo o nosso ser com a Graça Santificadora motivacional, comportamental e relacional.

João Wesley estabeleceu princípios comportamentais visando a vida e o relacionamento dos(as) componentes desuas Sociedades, Classes e Bandas, através dos quais o respeito pela pessoa, a prática do amor, o cuidado e zelo pelo falar, em especial, o circular rumores e a falta de caridade ao referir-se uns aos outros eram constantemente estimulados. Ele destacava o texto de Hebreus: "Consideremos, também, uns aos outros (as) para nos estimularmos ao amor e às boas obras"- 10.24, como uma motivação comportamental para as suas comunidades.

COMO BISPOS E BISPA, leigos e leigas, pastores e pastoras chamados por Deus e eleitos pela Igreja, colocamos nossas vidas e nosso ministério episcopal nas mãos de Deus.Entendemos que não "vivemos e nem morremos para nós mesmos e, sim para o Senhor" - Rm.14.7-8.

Nesse espírito temos procurado cumprir com fidelidade o nosso mandato, mesmo reconhecendo as nossas fragilidade e, eventualmente, os nossos erros.

Igualmente convocamos toda a Igreja, na submissão e sabedoria do Espírito Santo a agir de forma evangélica e adequada em todas as decisões e eleições que aqui forem realizadas, fazendo tudo em ?nome do Senhor Jesus, com humildade, sem partidarismo ou vanglória, considerando a cada um os outros superiores a si mesmos.- Fp.2.3.

"Porque no meio de muito sofrimento e angústia de coração, vos escrevemos, com muitas lágrimas, não para o vosso entristecer, mas para que conheceisoamor que vos consagramos em grande medida" -I Co.2.4

TODOS (AS) estejamos atentos ao que a Palavra de Deus nos diz:

"As armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosa em Deus para destruir fortalezas, anulando sofismas e toda a altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando todo o pensamento "a obediência de Cristo "- II Co.10.4-5

 

EM TUDO, POR TUDO E PARA TUDO DESEJAMOS E ESPERAMOS O AGIR DE DEUS CONFORME A SUA SOBERANA VONTADE!

 

No amor e na graça do Senhor Jesus,

 

"Senhor atende-nos e age. Tenha misericórdia de todos nós, pois é por amor ao Teu Nome que a Ti clamamos, desejosos de sermos um digno instrumento da Tua Missão e santificarmos o Teu nome, glorificando-Te através da Tua Igreja, de Nosso Ministério e de Nossas Vidas. Vem e conduza-nos, dando a todos nós humildade e esvaziamento para que Tupossas ser Pleno em nós, entre nós e através de nós nesse Concílio. Amém!"

 

 

Aracruz, 10 de julho de 2006.

 

 

Bispo João Alves de Oliveira Fº - Presidente

Bispo João Carlos Lopes - Vice-Presidente

Bispo Josué Adam Lazier - Secretário

Bispo Adolfo Evaristo de Souza

Bispo Adriel de Souza Maia

Bispo Luiz Vergilio Batista da Rosa

Bispa Marisa Freitas Coutinho

Bispo Nelson Luiz Campos Leite

Bispo Paulo Ayres Mattos

Bispo Paulo Tarso de Oliveira Lockmann

Bispo Richard dos Santos Canfield

 


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