Combate ao Racismo CMI

Metodista brasileiro representa continente americano em encontro internacional


Evento realizado na Holanda celebrou os 40 anos do Programa de Combate ao Racismo do Conselho Mundial de Igrejas. Reverendo Ant?nio Ol?mpio de Sant?Ana conta como foi esse evento:


O PCR-Programa de Combate ao Racismo do CMI – comemorou os seus 40 anos realizando um encontro internacional no vilarejo de DORN, Utrecht-Holanda, e convidou representantes de todos os continentes para ajudarem no repensar da Miss?o da Igreja nesta espinhosa ?rea.






 
Reverendo Ant?nio e a rainha Beatriz


Tive a honra de ser o ?nico convidado para compartilhar no encontro como se deu e est? se dando o avan?o na luta contra o racismo no Brasil.
Foram selecionados  um representante de cada continente para falar durante o encontro e  no culto de encerramento, que teve a presen?a da Rainha Beatriz.
Ap?s o cerim?nia de encerramento a Rainha gentilmente dialogou com v?rios participantes e eu tive a honra de compartilhar com ela as atividades  desenvolvidas atualmente no Brasil, com destaque para o grande n?mero de crian?as e familiares sem documentos, transformando estas pessoas cidad?os e cidad?s INVIS?VEIS.


Ela achou interessante o avan?o do movimento inter-f? (Movimento Inter-religioso) que est? adquirindo consci?ncia de que  se torna necess?ria a participa??o de todos os segmentos religiosos para lutar  e SUPERAR  a viol?ncia  e a corrup??o que est?o num processo assustador de crescimento no Brasil. Curiosamente disse que achava que o Brasil parecia v?rios pa?ses dentro de um s?. Elogiou muito o seu amigo pessoal, enfatizou ela, o Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns.


Reverendo Ant?nio Ol?mpio de Sant?Ana






VEJA ABAIXO PRONUNCIAMENTO DO CMI:


Derrubem os Muros! Chega de Racismo e Discrimina??o Racial!


Mensagem da Confer?ncia do Conselho Mundial de Igrejas
"Igrejas reagindo a desafios de racismo e


semelhantes formas de discrimina??o e exclus?o"


Organizada para comemorar o 40o. anivers?rio do Programa de Combate ao Racismo em coopera??o com o Conselho de Igrejas da Holanda, ICCO, a Associa??o de Igrejas Migrantes (SKIN), KerkinActie a Funda??o Oikos


em Doorn, Holanda,14-17 de Junho de 2009


 


Chamados pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI), por ocasi?o do 40?. anivers?rio do Programa de Combate ao Racismo (PCR) e baseado no nosso entendimento dos princ?pios b?sicos de nossa f?, acreditamos que todos os crist?os e crist?s t?m a responsabilidade comum de trabalhar por justi?a racial e inclus?o, e com aqueles e aquelas que sofrem discrimina??o racial e exclus?o, como os Dalits, imigrantes, pessoas de descend?ncia africana, comunidades ind?genas e o povo palestino.


1.       Recorremos ao Conselho Mundial de Igrejas para que renove e redefina suas prioridades e inicie um novo movimento junto ?s igrejas acerca da quest?o do racismo, divis?o de castas e formas relacionadas de exclus?o no novo contexto da crise econ?mica e ambiental e de focos de reavivamento nacionalista. Este movimento deve basear-se na experi?ncia viva das pessoas e comunidades diretamente afetadas por estes processos de exclus?o e injusti?a. Deve engajar as comunidades da sociedade civil que j? est?o na luta por justi?a racial, econ?mica e ambiental, alcan?ar as esferas decis?rias das igrejas, n?o se restringindo ?quelas que s?o membros do CMI, e dar aten??o especial ? juventude e ?s crian?as. Por isso n?s recorremos ao CMI para que inicie a D?cada de Supera??o do Racismo e Cria??o de Comunidades Justas e Inclusivas.


2.       Pedimos ao CMI que interceda junto ?s igrejas da ?ndia para que abordem prioritariamente a quest?o da discrimina??o de castas.


3.       O Programa de Combate ao Racismo desempenhou um papel hist?rico ao inspirar uma gera??o de luta anti-racista nas igrejas. A hist?ria do PCR ? uma fonte inestim?vel para as igrejas na sua luta cont?nua, e pedimos que o CMI documente esta hist?ria e seu significado de forma que possa ser facilmente partilhada – de prefer?ncia um v?deo de curta dura??o, que possa ser distribu?do em formato de DVD ou atrav?s da internet. A?es inspiradas no PCR e outras iniciativas relevantes, assim como materiais em muitas igrejas ao redor do mundo, ainda n?o foram reunidas sob a forma de uma fonte coletiva de recursos para o futuro. Pedimos o estabelecimento dos meios (de prefer?ncia atrav?s da internet) para que este material e recursos sejam reunidos e tornados acess?veis ?s igrejas e ao p?blico em geral ao redor do mundo.


4.       Recomendamos que o Dia Internacional de Elimina??o da Discrimina??o Racial (21 de mar?o) seja adotado como um evento ecum?nico anual, no qual as igrejas desenvolvam, partilhem e distribuam liturgias, ora?es e outros materiais relevantes para a ocasi?o.


5.       Acreditamos que ? necess?rio desenvolver uma nova articula??o do compromisso ecum?nico para desafiar a discrimina??o e promover justi?a e inclus?o racial, usando especialmente recursos gr?ficos/visuais e express?es da cultura popular – e pedimos que o CMI fa?a isto.


6.       Consideramos que, como igrejas e pessoas crist?s, dever?amos refletir conscientemente acerca das maneiras atrav?s das quais perpetramos a exclus?o e a discrimina??o racial atrav?s do mal uso das Escrituras, assim como atrav?s das tradi?es, atitudes e pr?ticas de exclus?o – e dever?amos procurar libertar as igrejas destas tend?ncias. A promo??o de interpreta?es multiculturais, multigeracionais e multicontextuais de passagens b?blicas que lidam com a quest?o do racismo e exclus?o e a cria??o de recursos por parte das igrejas ser? essencial para alcan?ar estes objetivos.


7.       Precisamos abordagens teol?gicas novas e desafiadoras no que tange a justi?a racial, abandonando os discursos correntes que lidam com as pessoas exclu?das e oprimidas, adotando uma abordagem ligada aos Direitos Humanos e desconstruindo a posi??o dos dominantes.


8.       Devemos promover sensibilidade e conscientiza??o acerca do subtexto racista em express?es comuns, nas quais ?preto? e ?branco? s?o usados como met?foras associadas a valores negativos e positivos, e lutar pela elimina??o destas express?es no uso cotidiano, especialmente por parte aqueles que ocupam posi?es de lideran?a e influ?ncia na igreja e na sociedade.


 


Coment?rio teol?gico


Num mundo que geme de dor, explora??o e fragmenta??o da humanidade ferida, Deus demonstra o amor divino ao acompanhar a humanidade neste tempo e lugar. De forma integral ? cria??o, Deus criou os seres humanos, todos e todas diferentes, com direitos e responsabilidades iguais na morada de Deus (oikos). Seres humanos vivendo interdepend?ncia manifestam a presen?a divina. A interpreta??o africana do termo Ubuntu nos chama a ser totalmente humanos e em direta conex?o uns(umas) com os(as) outros(as). O(a) outro(a) n?o ? um(a) estranho(a). Ele ou ela n?o est? separado da gente: eu sou porque voc? ?. N?o podemos existir sem o(a) outro(a). Pertencemos um(a) ao(a) outro(a).


Nossa voca??o como comunidades crist?s ? praticar uma teologia de solidariedade e hospitalidade da forma como estas aparecem encarnadas no discipulado prof?tico de Jesus Cristo. Esta teologia ? caracterizada pela integridade, honestidade, humildade, compaix?o, amor, justi?a e reconcilia??o. Acreditamos que a dignidade e os Direitos Humanos s?o parte central do Evangelho e, da forma como foram concretizados por conven?es internacionais, a matriz mais construtiva para o trabalho das igrejas na ?rea de defesa de causa. O princ?pio de anti-discrimina??o ? parte do princ?pio de igualdade para todos e todas.


O Povo de Deus ? uma comunidade de amor e liberdade, ? uma igreja que inclui os(as) oprimidos(as) e desfavorecidos(as) e as v?timas de pol?ticas e institui?es racistas. Ele transcende todas as fronteiras e rejeita ideologias preconceituosas para construir comunidades novas, justas e inclusivas. Comprometemos-nos a viver pelo poder do amor e n?o pelo amor ao poder.


 


Quem somos, por que estamos aqui e no que cremos


Somos mulheres e homens, jovens e idosos, leigos e cl?rigos, ativistas e administradores de igrejas, acad?micos e te?logos vindos dos quatro cantos do planeta. Cinq?enta de n?s reunimo-nos por tr?s dias a convite do Conselho Mundial de Igrejas por ocasi?o do 40?. anivers?rio do Programa de Combate ao Racismo e tamb?m por ocasi?o dos 33 anos do levante de Soweto e do 20?. anivers?rio da queda do muro de Berlim. Celebramos a significante contribui??o do PCR para o final do Apartheid e o encorajamento dado ?s igrejas para que abordassem a quest?o do racismo. Reconhecemos, entretanto, que falhamos no que tange a erradica??o do racismo. Tamb?m desafiamos a exclus?o deste debate de qualquer situa??o relevante, incluindo a do povo palestino.


Cremos que h? um kairos neste momento para uma a??o comprometida por parte das igrejas e al?m delas, ? uma ?poca especial de Deus, um tempo de crise e oportunidade. Cremos que este ? um momento em que somos convidados(as) por Deus para nos comprometermos a ser instrumentos de mudan?a na igreja e na sociedade. Cremos que Deus est? chamando membros da igreja ? a??o com e em nome dos(as) marginalizados(as), pobres e todos(as) os(as) exclu?dos(as). Cremos que, ao reagir a este chamado, temos a f? e os recursos para fazer a diferen?a na comunidade global na qual vivemos.


Cremos que Deus diz: Chega!


Violentamos o planeta. Roubamos bens uns(umas) dos(as) outros(as). Em nome da gan?ncia, criamos uma ideologia de exclus?o e discrimina??o. A crise econ?mica global, as mudan?as clim?ticas e a exclus?o sist?mica – gerando desespero e aumento nos fluxos migrat?rios – s?o os tr?s eixos da crise que criam o kairos e chama-nos ao arrependimento. Falhamos no amoar ao pr?ximo assim como amamos a n?s mesmos. Precisamos nos arrepender dos pecados do racismo, consumismo e capitalismo, que s?o formas de rebeli?o contra Deus.


Deus diz: Chega!


? hora de um novo momento. ? hora de um novo mundo, como comunidade justa e inclusiva. ? hora de uma nova espiritualidade que valorize mais ubuntu do que o individualismo, mais a interdepend?ncia do que o nacionalismo, e mais o conte?do do car?ter do que a cor da pele. Tal nova espiritualidade nos chama a acolher a presen?a de Deus em toda cria??o quando dizemos: existo porque a cria??o existe.


Deus diz: Chega!


Temos recursos de resist?ncia. Temos recursos de sustentabilidade. Temos recursos de f? que enraizam nossa esperan?a num futuro que promete igualdade e integralidade para todo o povo de Deus.


Confiss?o


Como igreja, somos membros de comunidades marcadas por julgamentos feitos ? base de formas de intoler?ncia de ra?a, g?nero, xenofobia ou como o sistema de castas. Mas, ao mesmo tempo, confessamos que somos comunidades que freq?entemente fazem falsos julgamentos acerca dos outros, somos culpados e buscamos proteger nosso privil?gio atrav?s da exclus?o de outros.


Reconhecemos que, como igrejas, fomos freq?entemente tolhidos por nossa tradi??o, institui?es e estruturas de poder. ?s vezes, ao trabalhar em nome do interesse do Estado e do capital, falhamos no questionamento ?s leis, institui?es e estruturas de poder e opress?o. Falhamos no que tange a viv?ncia da vis?o de uma morada de Deus e nossas compreens?es partilhadas acerca de hospitalidade, inclus?o e justi?a em nossa f? e em di?logo com outras confiss?es de f?.


Queremos ser parte da promessa de Deus por um mundo reconciliado. Confessamos que somos tanto opressores(as) como oprimidos(as) e reconhecemos nossa necessidade de arrependimento. Confessamos a necessidade de reparo e conserto quando nos comprometemos com nossa santidade e unidade.


Nosso compromisso


Reunidos aqui, comprometemo-nos a expandir nossos meios de trabalhar para transformar nossas igrejas, comunidades e o mundo por um futuro justo do ponto de vista racial.


Convidamos e conclamamos a todos os setores do movimento ecum?nico para que, assim como o CMI afirmou na Confer?ncia Mundial contra o Racismo, em 2001, "seriamente lutemos para quebrar o ciclos de racismo global e ajudemos os(as) oprimidos(as) a alcan?ar a auto-determina??o".


_____________________

Picture of Portal Igreja Metodista

Portal Igreja Metodista

Igreja Metodista - Sede Nacional.

Tags

compartilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Assine nossas notícias

Receba regularmente as notícias da Igreja Metodista do Brasil em seu e-mail.
A inscrição é gratuita!