Publicado por José Geraldo Magalhães em Destaques Nacionais, Música e Arte - 07/04/2014
Como deve ser o som nas igrejas locais? Saiba mais!
O SUAVE SOM MUSICAL NAS IGREJAS LOCAIS – UM DESAFIO PARA OS/AS PASTORES/AS, MÚSICOS E TÉCNICOS DE SOM METODISTAS
2 Reis 3:15 Ora, pois, trazei-me um músico. E sucedeu que, tocando o músico, veio sobre ele a mão do Senhor.
Amados irmãos e irmãs, o Departamento Nacional de Música e Arte da Igreja Metodista tem se preocupado muito com a qualidade da música e da arte apresentadas às Igrejas Locais. Tenho ministrado palestras em algumas Igrejas Locais e aproveitado a oportunidade para deixar uma mensagem simples e verdadeira: “Uma Igreja Local que possui um Ministério de Música e Arte que saiba emitir um suave som, afinado, ungido, numa intensidade equilibrada, ele ajudará o/a Pastor/a a conquistar discípulos e discípulas para essa igreja. Porém, se isso não acontece, o efeito será contrário, ou seja, a música irá afasta-las”
No que tange ao desempenho musical e sonoro das Igrejas Locais, percebo que ainda há um longo caminho a percorrer. Dessa vez torno público nesse artigo a questão da intensidade e da qualidade do sistema de sonorização da Igreja. Na faculdade de música essa matéria é chamada de Dinâmica Musical. Os Ministros de Música e Arte bem como os técnicos de som precisam perceber que, tocar bem não é tocar alto; cantar bem não é cantar alto, acima do limite permitido; Os nossos ouvidos possuem um limite de alcance/captação do som. Esse alcance é medido em decibéis, e o limite máximo permitido na legislação brasileira, de exposição a sons é de aproximadamente 80 decibéis. Creio que esse deve ser o grande desafio das Igrejas locais nos dias de hoje, o de ouvir e ouvir bem, ouvir com qualidade um doce e suave som, quer seja no Grupo de Louvor, Coral, Solo, Dueto, Quarteto, etc. Nessa vida, tudo o que é oferecido em dose excessiva faz mal a saúde, e o som também está inserido nesse contexto. Conforme consta no texto acima, quando o profeta solicitou a presença do músico, no meu entendimento, o som emitido por ele foi tão perfeito que a mão do Senhor veio sobre o profeta 2º Rs 3:15.
Para fins de informação, cerca de 15 a 20% da população brasileira ouve um pequeno zumbido em um ou nos dois ouvidos. A ciência prova que o zumbido é um dos principais sintomas que dá início ao processo da perda de audição, e cerca de 30 a 35% das perdas de audição são creditados à exposição a sons intensos, acima dos limites estabelecidos pela medicina. A partir do limite de aproximadamente 80 decibéis, o ser humano corre um grande risco de perda auditiva dependendo da intensidade do som (volume) e também do tempo de exposição dessa pessoa ao ambiente do som. Convém ressaltar que nossos cultos variam de uma hora e quarenta minutos a duas horas. Se o momento musical durar cinqüenta minutos (sem contar com a mensagem que, às vezes é muito alta) contando com os cultos matutino, vespertino e as programações dos dias da semana e aos sábados, há uma exposição de aproximadamente cinco a seis horas semanais a um som acima da capacidade permitida. Não tem ouvido que resista tamanha agressão! Isso sem falar das pessoas que, se apropriando do apogeu da modernidade eletrônica, utilizam seus modernos aparelhos celulares com os “fones de ouvido” e ficam as vezes ouvindo música o dia inteiro a uma intensidade de 110 decibéis ou mais.
A maneira de, como os instrumentos musicais são executados nas Igrejas Locais e também como os ministros cantam, também devem ser analisados e corrigidos. A intensidade das notas pode variar ao longo de uma música. Isso é chamado de Dinâmica Musical.
Amados(as), normalmente, um som musical possui três particularidades: altura, timbre e Intensidade. Chamamos de Altura tudo o que está relacionado à freqüência do som. Normalmente essa freqüência é assinalada pelo maestro através da posição da nota na partitura. Por exemplo: Em um quarteto vocal, a voz mais baixa é o “Baixo”, e a voz mais alta – aguda, é o “1º Tenor”. O timbre já é a propriedade que nos consente apontar entre uma nota da mesma altura e intensidade causada por instrumentos diversos, como, por exemplo, um saxofone ou um trombone. A intensidade sonora refere-se à POTÊNCIA com que a onda sonora atinge nossos ouvidos. Para mostrar a intensidade do som com que ele quer que uma nota ou trecho musical seja executado, o maestro utiliza uma espécie de tabela que vai desde o molto pianissimo (intensidade sonora mínima, quase inaudível) até o molto fortissimo (o máximo de intensidade sonora que se pode obter sem danificar a voz ou o instrumento).
É de praxe que o(a) Coordenador(a) do Ministério de Música e Arte e também aquele(a) que lidera o sistema de sonorização se reúnam periodicamente, a fim de traçarem as diretrizes de música e som com ensaios, afinação e teste dos instrumentos musicais, teste e regulagem do P.A. (Sistema de Som), incluindo os microfones, os retornos, as caixas acústicas, e os cubos, para que o culto transcorra da melhor forma possível. Deixo aqui algumas dicas:
1 – Os ensaios devem ser feitos de preferência com instrumentos acústicos para que uns possam ouvir os outros. Caso isso não ocorra, façam os ensaios com os instrumentos eletrônicos na intensidade mínima necessária; Se uns ouvirem os outros ficará mais fácil detectar possíveis erros de harmonia instrumental e de desafinação vocal;
2 – A intensidade do Backing Vocal não pode superar o Ministro de Louvor ou o(a) solista. O Backing Vocal sempre deve ficar atrás em intensidade de som. Quando essa regra é quebrada a beleza da música é prejudicada;
3 – A intensidade dos instrumentos musicais também não podem superar o Ministro do Louvor, grupos vocais ou o(a) solista, a não ser se algum instrumento fizer um solo. Quando essa regra é quebrada a música vira uma verdadeira guerra. Ninguém se entende e um fica atacando o outro querendo aparecer. Na ministração do louvor quem deve "aparecer" na verdade é o Senhor;
4 – Aconselho o(a) Pastor/Pastora a investir adquirindo novos instrumentos musicais e um sistema de sonorização de ponta para sua Igreja Local;
5 – Nos ensaios, a bateria deve ser executada de preferência com esteiras no lugar das baquetas (essas fazem muito barulho);
6 – Não se esqueçam de que, uma boa parte das nossas Igrejas Locais estão instaladas em áreas residenciais e isso é muito bom em parte, mas por um outro lado, dependendo da vizinhança que estiver em torno da Igreja o som excessivamente intenso pode causar muito prejuízo para uma Igreja Local, gerando até processos judiciais, incidindo no Art 42 - Leis das Contravenções Penais:
Perturbação do Trabalho ou do Sossego Alheios
Art. 42 - Perturbar alguém, o trabalho ou o sossego alheios:
I - com gritaria ou algazarra;
II - exercendo profissão incômoda ou ruidosa, em desacordo com as prescrições legais;
III - abusando de instrumentos sonoros ou sinais acústicos;
Pena - prisão simples, de 15 (quinze) dias a 3 (três) meses, ou multa.
7 – Um Conselho para o/a Pastor/a: Se sua igreja Local estiver inserida em um lugar de grande movimentação populacional e grandes áreas residenciais e, se sua Igreja possui uma vizinhança que tem reclamado da intensidade do som, aconselho, além de educar seu Ministério de Música e Arte a tocar e cantar bem, (Sl 33:3), equipar sua Igreja Local com um isolamento acústico interno, o que pode amenizar o barulho externo em até 100%. Procure um técnico.
8 - Uma outra dica que eu dou para preservar a sua saúde auditiva, reserve algumas horas de silencio ao seu organismo, principalmente na hora do sono noturno. Caso você more em ambientes que façam muito barulho, providencie um isolamento acústico ou use um protetor de ouvido. Os especialistas afirmam que, quem não dorme em local silencioso não alcança todos os estágios do sono acordando cansado e sonolento; isso também pode ocasionar problemas sérios à sua saúde física e emocional.
O instrumento apropriado para medir a altura do som se chama DECIBELÍMETRO, e pode ser encontrado na Internet ao preço de R$ 300,00 aproximadamente.
Mais informações - e-mail edmud@uol.com.br
Espero poder ter contribuído um pouco com o seu Ministério. Deus te abençoe.
Rev. Edson Mudesto
Coordenador do Departamento Nacional de Música e Arte
Da Igreja Metodista - Professor de Música
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