Publicado por Comunicação em Geral - 25/08/2023

Comunicado do Colégio Episcopal - Faculdade de Teologia da Igreja Metodista

 

“Tudo, porém, seja feito com decência e ordem”

(1ª Coríntios 14. 40)

 

O Colégio Episcopal faz a presente manifestação diante da necessidade de esclarecimentos acerca de informações sobre possível fechamento da Faculdade de Teologia e dos atuais estudos de viabilidade para o curso de formação de obreiros e obreiras. Desenvolver meios para que as igrejas locais sejam conduzidas por pessoas capacitadas em um ambiente de excelência é uma determinação canônica e atribuição pastoral que os Bispos e a Bispa jamais negligenciarão. Portanto, não é verdade que a Igreja Metodista ficará desprovida de formação de pastores e pastoras.

 

É de conhecimento público que a Rede Metodista de Educação está envolvida em um processo de Recuperação Judicial, que, embora nos auxilie a quitar dívidas, fragiliza nossa estrutura educacional e exige da liderança da Igreja, através de diversos órgãos, muita responsabilidade e consequente necessidade de reorganização. A situação que nos impôs a busca do “remédio” da Recuperação Judicial é antiga e vem se agravando há tempos. Quase todos os membros da Igreja Metodista em algum momento já receberam informações sobre a referida situação crítica, e quem serviu de alguma maneira na Área Nacional nas últimas duas décadas sabe que o panorama atual é resultado do princípio contido no processo da semeadura. Seria impossível não ter que enfrentar essa dura realidade em algum momento. Garantimos que atualmente há muitos esforços para soluções.

 

A Faculdade de Teologia (FaTeo) não foi organizada pensando em resultados financeiros favoráveis, mas exclusivamente para a formação visando atender as necessidades da Igreja Metodista e missão do Reino de Deus. Para ajudar a subsidiar a FaTeo foi criado o Instituto Metodista de Ensino Superior, que deveria repassar determinada porcentagem de sua arrecadação à essa. Acontece que com a crise das universidades metodistas o aporte financeiro à FaTeo foi severamente comprometido, fazendo com o que chegássemos a uma situação de intervenção incisiva para que o processo de formação pastoral não seja inviabilizado. Dessa forma, o Colégio Episcopal já criou um Grupo de Trabalho, formado, além de três Bispos, de representantes da Coordenação Nacional de Educação Teológica (CONET), membros do Conselho Diretor, bem como reitor e vice-reitor, que sugerirá opções de uma nova formatação administrativa e acadêmica objetivando a continuidade da formação de obreiros e obreiras. Tão logo esse grupo apresente o resultado de seus apontamentos, o Colégio Episcopal definirá e publicará o processual que será adotado. Estamos conscientes que existem alunos e alunas que atualmente aguardam orientações acerca da continuidade de sua formação e direcionamentos sobre diversos outros temas próprios desse imbróglio, como a moradia, por exemplo. O que já podemos afirmar é que todas essas questões fazem parte do plano de nova formação de obreiros e obreiras, e que o Colégio Episcopal tem compromisso de esforços para que os atuais alunos e alunas não sejam prejudicados e prejudicadas pela necessidade de alterações da estrutura do nosso curso teológico.

 

Quanto aos atuais pastores e pastoras que possuem nomeação da igreja para atuação como professores e professoras na Faculdade de Teologia, é importante esclarecer que embora saibamos, como pastora e pastores no exercício do episcopado, que toda mudança gera dissabores, a alteração nas designações (itinerância) é realidade própria do corpo pastoral metodista. Não gostaríamos que fosse preciso uma mudança nesse contexto, mas o Colégio Episcopal não pode ser omisso em saber que se tornou insustentável a manutenção da estrutura da FaTeo como conhecemos até então, e optar pela inércia. Sabemos das críticas e descontentamentos que se seguirão após os movimentos necessários para essa transição, mas entendemos que a igreja nos escolheu para decidirmos pelos melhores caminhos e não pelos mais confortáveis momentaneamente. Há crises inevitáveis. A Igreja Metodista precisa agora construir um caminho na área educacional que seja sustentável e liquide as dívidas já assumidas, logo, a Faculdade de Teologia se encontra dentro desse processo, lamentavelmente. O próprio corpo docente da FaTeo e demais funcionários e funcionárias vem sofrendo nos últimos anos com as recorrentes dificuldades da Rede Metodista de Educação e agora chegamos ao estágio de decisões que alterem essa triste realidade. O caminho de diálogo já foi iniciado com o acompanhamento episcopal aos pastores e às pastoras com nomeação na FaTeo nesse processo de eminente retorno para as respectivas Regiões. O Colégio Episcopal está convencido que a melhor forma de preservação e cuidado com esses pastores e pastoras, bem como com os demais funcionários e funcionárias, é fechar esse ciclo de instabilidade e vergonha. Vamos acompanhar o processo junto a Rede Metodista de Educação para minimizar as tensões e evitar injustiças.

 

Cabe ressaltar que o Colégio Episcopal, a Coordenação Geral de Ação Missionária (COGEAM) e Conselho Superior de Administração (CONSAD) são os órgãos competentes que possuem as informações para alternativas viáveis e soluções, onde quase que diariamente (e em algumas ocasiões mais de uma vez por dia) se reúnem através de grupos de trabalho e comitês para discutirem as questões próprias da Rede Metodista de Educação. Especificamente sobre a FaTeo, quando restou incontroverso que não suportaríamos mais a atual estrutura, foi formado o grupo de trabalho já mencionado com os representantes dos segmentos associados ao tema, incluindo o reitor e vice-reitor. As possibilidades administrativas da FaTeo são tratadas pelo Colégio Episcopal com a assessoria dos órgãos de administração da igreja. O corpo docente é representado pela reitoria no grupo de trabalho supracitado.

 

Por fim, lamentamos profundamente a necessidade de processarmos uma alteração tão significativa na Faculdade de Teologia. Não era o desejo da liderança da igreja nesse momento que já é desafiador por muitas outras razões, mas é o que precisa ser feito. Os Bispos e a Bispa não têm dúvidas que podemos aproveitar as oportunidades de mudanças para ajustarmos aspectos que nos farão cumprir melhor nossa incumbência de testemunhar o Cristo e Sua Graça à todas as pessoas. Iremos satisfazer publicamente todas as pessoas que precisam e desejam de mais detalhamentos sobre a nova trajetória de formação de pastores e pastoras tão logo o novo projeto for concluído. Honraremos nosso legado de capacitação de obreiros e obreiras de excelência para melhor servirem a Igreja do Deus vivo! Pedimos ao povo metodista que esteja em oração clamando ao Senhor da Igreja que nos ilumine nesse tempo.

 

São Paulo, 25 de agosto de 2023.

 

Colégio Episcopal da Igreja Metodista do Brasil

 

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