Pe?o licen?a aos irm?os pastores, atores deste di?logo amig?vel, para intrometer-me. Agrade?o ? concess?o certo de sua anu?ncia, visto o mesmo ter sido travado em ambiente p?blico ( http://www.metodista.org.br e http://www.metodistaecumenico.blogspot.com ) e com convites para opini?es posteriores.
Primeiramente eu n?o entendo as raz?es para as preocupa?es elencadas pelo rev. Jesu? Silva. Todas as decis?es do 18? Conc?lio Geral est?o sendo aplicadas e respeitadas. A Igreja Metodista j? se desligou das “institui?es ecum?nicas que contam com a presen?a da ICAR” em sua membresia: CESE, Koinonia, Diaconia, CONIC. Os metodistas que faziam parte destas associa?es j? entregaram seus cargos, mesmo quando ocupavam presid?ncia ou secretaria geral destas institui?es. E desde ent?o nenhum evento ecum?nico patrocinado por estas institui?es e/ou com a presen?a da ICAR tiveram a participa??o da Igreja Metodista.
Portanto, s? posso considerar infundadas as preocupa?es do rev.Jesu?. E se as preocupa?es s?o infundadas, mais incompreens?veis ainda s?o as qualifica?es dadas aos irm?os cuja opini?o n?o foi prevalescente no 18? CG:
a.. “E fa?o ao ver os comportamentos que evidenciam desacato ?s determina?es Conciliares.”
b.. “Por que de repente as “decis?es da Igreja” se tornaram relativas e passivas de tantas cr?ticas?”
c.. “Chamo a aten??o de todos os murmuradores. Cuidado! Quem n?o sabe obedecer ? autoridade tamb?m n?o pode exerc?-la.”
d.. “Os murmuradores n?o passam de rebeldes por melhores que sejam suas inten?es. E rebeldia ? como o pecado de feiti?aria.”
e.. “Creio ainda, que essas cr?ticas ?s decis?es do Geral, est?o colocando em risco perante membresia, a credibilidade em nossa Institui??o maior. Depois n?o vai adiantar chorar.”
Infundadas, incompreens?veis e profundamente insens?veis. O rev.Jesu?, que agora admoesta t?o duramente os irm?os com opini?o diversa em rela??o ? decis?o tomada no 18? CG parece ter se esquecido que o direito ? cr?tica, ? opini?o e ? liberdade de express?o, desde que dentro dos limites da obedi?ncia instituicional (que nunca foi sequer amea?ada) s?o condi?es imprescind?veis ao processo democr?tico e conciliar. Este mesmo processo que possibilitou hoje a revoga??o de uma decis?o tomada a vinte anos.
Esquece-se tamb?m que os irm?os que articularam a decis?o tomada no 18? CG se valeram exatamente dos mesmos meios para verem o sucesso de sua causa: a cr?tica ? posi??o da igreja, ? articula??o de pastores e leigos favor?veis ? sua causa e ? costura de apoio junto ? delega??o eleita. O rev.Jesu? tamb?m demonstra n?o perceber que os meios usados hoje pelos chamados cr?ticos ao processo conciliar, o uso de blogs, listas de e-mail, reuni?es de leigos e pastores simp?ticos ? causa ecum?nica, foram usados ? exaust?o pelos irm?os que tiveram sucesso no ?ltimo CG. E o que mais espanta: embora assumissem posi??o democr?tica e respeitadora da opini?o de onde quer que ela viesse, esses meios eletr?nicos foram retirados do ar exatamente ap?s seu objetivo ter sido alcan?ado.
Ao ver-me pessoalmente atingido, pois eu mesmo sou um cr?tico descontente (e ao mesmo tempo obediente) ? decis?o do CG, n?o consigo entender como o rev.Jesu? n?o estendia sua reprimenda dura aos irm?os que se utilizaram exatamente dos mesmos meios que agora tem sido denunciados. Ou ser? que as cr?ticas surgiram somente ap?s o CG? Antes desse evento todas as determina?es dos CGs, CE, COGEAM eram seguidas ? risca e cegamente? Infelizmente n?o. Eu mesmo tive a oportunidade de ver centenas de p?ginas (se tivessem sido impressas – j? que estavam restritas ao ambiente eletr?nico da internet, deletaram-se) atacando decis?es do Col?gio Episcopal, atacando bispos pessoalmente por cumprirem as determina?es conciliares, atacando institui?es metodistas e lan?ando suspeitas sem prova ou sem ind?cios, sem dizer nomes mas dando a entender muita coisa. Espalhando boatos, fazendo tempestades em copos d'agua e criando climas hist?ricos que favorecessem aos t?o propalados “ventos de mudan?as”.
Portanto, o que eu n?o consigo entender ? a falta de crit?rios para as cr?ticas do rev.Jesu?. Antes podia. Agora n?o mais. E ao n?o poder mais, que as impreca?es de maldi?es b?blicas caiam sobre as cabe?as dos rebeldes feiticeiros!
O clamor por uma postura, feito pelo rev.Jesu?, encontrou eco nas palavras do rev.Dino Ari Fernandes. Utilizando-se de sua famosa habilidade pugilistico-ret?rica, colocando sempre no corner defensivo os destinat?rios de suas palavras, o rev.Dino acrescenta dados que nos servem como reflex?o sobre o resultado do processo conciliar:
a.. “Creio que o bispo Jo?o Carlos, quando estiver ? frente do Col?gio Episcopal – pois foi designado presidente, mas, por enquanto sabe que estamos num momento de “apar?ncia ac?fala” – chamada de “transi??o” – agir? com pulso firme, mas com postura justa e equilibrada (…)”
b.. “Certamente ele saber? ouvir o nosso clamor – (…) – e tomar? medidas plaus?veis, sempre contando com nosso apoio.”
c.. “Jo?o Carlos Lopes n?o ir? tamb?m “DIVAGAR” – pois sua palavra ? firme e resoluta !!!”
d.. “MEDO ? – Ao que tudo indica, trata-se de ferramenta que n?o faz parte de seu arsenal…”
Causam-me espanto as palavras do rev.Dino por diversos motivos. Primeiramente ao invocar a acefalia da Igreja Metodista. Rev.Dino, a Igreja Metodista n?o est? ac?fala. Ela tem como presidente do Col?gio Episcopal o revmo. Jo?o Alves de Oliveira Filho, que continua trabalhando frente ? Igreja Metodista em todas as atribui?es can?nicas.
Em segundo lugar, ao conclamar postura “firme”, “resoluta”, “destemida”, “plaus?veis”, “de pulso firme”, contra aos rebeldes murmuradores. Conforme explanei acima, os que hoje impuseram sua agenda ? denomina??o foram no passado, segundo o crit?rio do rev.Jesu?, por mim aplicado, rebeldes murmuradores tamb?m. Portanto, falta crit?rio ao pedir a a??o punitiva agora e n?o antes. Falta coer?ncia ao condenar exatamente as mesmas coisas que antes praticava. Falta auto-cr?tica ao cobrar de forma t?o taxativa o enquadramento ?s normas quando o passado recente mostra a recusa em encaixar-se ?s normas contra as quais a consci?ncia previnira. E o que ? pior, ao arrogar-se o direito ? consci?ncia no ato de recusa em seguir ?s determina?es can?nicas e conciliares, nega ao outro o mesmo direito.
Como terceiro motivo de reflex?o, e porque n?o dizer, preocupa??o, causa-me estranheza o discurso ditatorial, a invoca??o ao bra?o punitivo da Igreja Metodista e a vontade de enquadrar nos rigores da lei aqueles que discordarem do atual pensamento hegem?nico. Essa tend?ncia anti-democr?tica preocupa, pois vem acompanhada de discurso belicoso e divisionista, chamando uns de lutadores pelo reavivamento e a outros de aproveitadores de benesses institucionais. Este mesmo discurso inflamado e estigmatizador sempre acompanhou a implanta??o de regimes de exce??o, que aproveitam-se do medo infundado e hist?rico artificialmente inflado para imp?r uma agenda restritiva ?s liberdades individuais.
Espero que meus temores sejam infundados como s?o os temores do rev.Jesu? e do rev.Dino Ari Fernandes. Espero que medidas punitivas ? participa??o de irm?os e irm?s metodistas em eventos ecum?nicos n?o venham a se concretizar, embora diversas vezes insinuadas e conclamadas. Afinal de contas, a Igreja Metodista retirou-se da caminhada conjunta do CONIC e CESE, mas tentar impor a n?o participa??o de pessoas em eventos ecum?nicos ? uma interfer?ncia inadimiss?vel na vida privada e na consci?ncia das pessoas de forma que n?o vemos desde as ?pocas de convers?es for?adas.
Em Cristo que sempre liberta.
Fabio Martelozzo Mendes
(leigo da 3? Regi?o Eclesi?stica)
Fonte: http://metodistaecumenico.blogspot.com

