Credo Social na Semana Wesleyana

Cem Anos de Credo Social Metodista


"V?s sois o sal da terra": 100 anos de Credo Social Metodista – experi?ncias e perspectivas. Esse foi o tema que a Faculdade de Teologia da Igreja Metodista, em S?o Bernardo do Campo, debateu na 57? edi??o da Semana Wesleyana, entre os dias 26 e 30 de maio. Aqui voc? encontra um resumo das discuss?es.


           


Sexta, 30 de Maio: O ?ltimo dia da 57? Semana Wesleyana teve s?ntese cr?tica das palestras, culto com o Bispo Jo?o Alves e lan?amento de CD hist?rico.


 


Magali do Nascimento Cunha, professora da Fateo, fez uma avalia??o das palestras da Semana, embasando seus coment?rios no pensamento de Richard Niebhur, te?logo americano que refletiu sobre a responsabilidade social das igrejas. "Minha liberdade tem que ter responsabilidade com o outro. Quando jogo o lixo na rua, contribuo com as enchentes que chegam ?s casas, porque os bueiros est?o entupidos. Eu n?o vivo sozinha", explicou a professora.


A palestrante tamb?m fez uma avalia??o cr?tica a partir de algumas frases que foram ditas no decorrer da semana. Por exemplo: "N?o ? f?cil convencer igrejas a se engajarem socialmente"; "Discurso bonito, mas pr?xis que n?o diz respeito a esse discurso"; "corremos o risco de vivermos nas igrejas, de vivermos o ensimesmamento (isolamento coletivo)". As igrejas crescem e o cristianismo parece diminuir, refor?ando suas divis?es partid?rias:  progressistas versus conservadores; liberais versus consagrados; ecum?nicos versus evangelicais, entre outros. Feita essa avalia??o cr?tica da igreja, ela convocou a plen?ria a cantar a m?sica Kyrie Eleison (Piedade de n?s). Ap?s o c?ntico congregacional, Magali destacou a miss?o da igreja que caminha de m?os dadas com o social, e tra?ou refer?ncias missiol?gicas como: "ganhar almas  para Jesus deve significar ganhar dedica??o ?s prioridades de Deus, que exige uma resposta. Arrependimento e convers?o come?am na pr?pria igreja". Portanto, "a prega??o na igreja deve considerar o pecado social e a convers?o social. Niebhur afirma que a igreja respons?vel ? a igreja apost?lica" acrescentou.


 


A?es respons?veis


Dentro dessa perspectiva a professora falou sobre a quest?o da ?tica crist?, "como uma necessidade de formar o car?ter do crist?o, necessidade de um comportamento especial na sociedade". Foi mais al?m ao citar o texto do Evangelho de Marcos 8.11-26 "voc?s tem olhos para ver e n?o v?em, ouvidos para ouvir e n?o ouvem…" ? preciso ver a nossa realidade e denunciar o que n?o ? da vontade de Deus.


Outros pontos destacados foram a necessidade de unidade entre crist?os(?s) para o testemunho concreto da fidelidade de Deus; a dimens?o pol?tica como busca de solu?es que possam transformar a realidade das pessoas; a atua??o pol?tica sem partidarismos; os conselhos sociais como um espa?o onde a igreja possa testemunhar o amor de Jesus e somar esfor?os para o bem da comunidade.


Ap?s listar uma s?rie de temas que foram ditos na semana —  justi?a econ?mica, supera??o da viol?ncia, direitos humanos, meio ambiente, educa??o entre outros — ela destacou alguns que ficaram de fora – e fizeram falta — na discuss?o. Dentre eles: consumo respons?vel, inclus?o do idoso e pessoas com defici?ncia, situa??o prisional, o acesso ? ?gua e urbaniza??o.  


 


O Grande Julgamento


O culto de encerramento da Semana Wesleyana contou com uma encena??o feita pos alunos da Fateo, enfatizando a responsabilidade de fazer o bem aos pequeninos, presos, pobres, marginalizados. A prega??o do Bispo Jo?o Alves baseou-se no texto de Mt 25.31-46, intitulado pelos exegetas de "O Grande Julgamento". Em um dos momentos de sua fala, o bispo salientou a urg?ncia do trabalho da Igreja para dignificar a vida. Essa deve ser nossa meta, a do crescimento na santifica??o e no servi?o: "A Igreja ? peregrina e cresce quando sai de si mesma. ? preciso ter a?es embasadas em um crescimento de santifica??o, sem ser individualista. Precisamos trabalhar juntos".


 


     CD e livros lan?ados na Semana







   Editeo lan?a livros na Semana Wesleyana 2008


 


           Como nos anos anteriores, a 57? Semana Wesleyana tamb?m contou com lan?amento de produ?es da Editora da Faculdade de Teologia, a Editeo. Foram lan?ados mais dois exemplares das revistas Caminhando (n? 21) e Mosaico Apoio Pastoral (n? 41) e o livro com os conte?dos da Semana Wesleyana 2007 intitulado Mil Vozes para celebrar, sobre os 300 anos de Charles Wesley e sua contribui??o ? musicalidade das igrejas.


Foi lan?ado tamb?m o CD Mudan?a, trabalho de remasteriza??o de um LP gravado plo coral da Fateo em 1984, o "Canto da Terra". A reedi??o comemorativa traz can?es que falam de justi?a social e esperan?a e marcaram ?poca nas igrejas metodistas:  Xote da Vit?ria, Momento Novo, No Amor de Deus e Lavap?s s?o algumas das composi?es para ouvir, cantar… e pensar.


Jos? Geraldo Magalh?es Jr. 


 


 


Quinta, dia 29 de maio, 19h30: Testemunhos e palestra do professor Helmut Renders nos desafiam. Qual ? nosso projeto de Igreja? Nossa m?stica ? isolada ou relacional?


 


Dois testemunhos emocionantes antecederam a confer?ncia de Helmut Renders, professor da Faculdade de Teologia. Marco Ant?nio da Silva (mais conhecido como Markinhus) coordenador do projeto Meninos e Meninas de Rua em S?o Bernardo do Campo, falou de sua experi?ncia como integrante da primeira turma que participou do projeto, na d?cada de 80. "Eu estava na rua e me chega uma senhora baixinha, querendo me conhecer". Era a pastora Zeni de Lima Soares que, ao lado de outros pastores, pastoras e estudantes da Faculdade de Teologia procuravam salvar a vida de crian?as que viviam ou trabalhavam na rua e eram frequentemente amea?adas por grupos de exterm?nio. Muitas meninos e meninas morreram naquela ?poca. Mas muitos foram salvos. "Se hoje muitos s?o pais e m?es de fam?lia, ? por que a Igreja os protegeu naquela ?poca", testemunha Markinhus. V?rias crian?as foram abrigadas na pr?pria Fateo. "Os metodistas que conheci n?o me disseram que eu devia ser metodista. Nunca fomos chamados a ser mais um. Mas nas v?rias quedas, nos v?rios sorrisos e choros, sempre esteve presente conosco algum metodista", diz ele.


 


Din? Branchini, coordenadora do Minist?rio de A?es Afirmativas Afro-descendentes da 3? Regi?o, contou como "descobriu que era negra". "Como metodista, eu aprendi a ser branca", diz ela. Elementos da cultura negra, como o samba, por exemplo, eram classificados como inferiores ou pecaminosos.  "Mas, como metodista, tamb?m aprendi a ter vis?o cr?tica. Aprendi a questionar nas classes de Escola Dominical". Assim, diz ela "um pouquinho tarde eu me tornei negra". A partir dessa tomada de consci?ncia, ela come?ou a organizar cultos no Dia da Consci?ncia Negra, em sua igreja. "Falar de Zumbi dentro da Igreja?" Para alguns irm?os, a figura de Zumbi confundia-se com a do dem?nio. Para Din?, reconhecer e valorizar a sua heran?a ?tnica e cultural  foi um processo de emancipa??o – que, agora, ela espera levar a outras pessoas que, at? hoje, sentem-se inferiorizadas ou discriminadas. "Senti que minha miss?o na Igreja era trabalhar com a quest?o racial".


 


Imagin?rio s?cio-religioso


 


Espiritualidade: imagin?rio s?cio-religioso e realidade foi o tema da palestra do Rev.Helmut Renders, na noite de quinta-feira. Por que falar de imagin?rio religioso numa semana em que o tema central ? a a??o social da Igreja? Ele explicou: "H? imagin?rios que favorecem a viv?ncia e a promo??o de um Credo Social e outros que fazem desconsider?-lo e at? combat?-lo". Segundo o professor, carregamos conosco muitas imagens de n?s, do mundo e das rela?es, seja com Deus ou com o pr?ximo. Os imagin?rios s?o culturalmente falando mais abertos para o seu ambiente do que se percebe.


 


O imagin?rio religioso brasileiro est? bastante marcado pela experi?ncia m?stica. O cristianismo na Am?rica Latina teve sua espiritualidade configurada por tr?s m?sticos ib?ricos: Teresa D??vila, Jo?o da Cruz e In?cio de Loyola. "A m?stica ? parceira da modernidade, quer uma rea??o contra o racionalismo, quer parte integrada e integradora da busca das identidades religiosas brasileiras", disse o professor. Ele salientou que a m?stica contemplativa n?o responde de forma plena aos desafios da vida; ? necess?ria uma sinergia divino-humana e uma m?stica relacional –  como ensinava John Wesley, para quem a contempla??o consistiria na cessa??o de todas as obras (e, como se l? em Tiago 2.17, a f? sem obras ? morta).


 


Helmut Renders analisou, ent?o, duas publica?es evangel?sticas que representam dois diferentes projetos de espiritualidade —  vigentes at? hoje, e em permanente conflito. Inicialmente o professor mostrou o folheto "Somos deste mundo", editado em 1963. Esse folheto d? ?nfase aos problemas sociais e ? responsabilidade da Igreja na busca de solu?es. Mas essa publica??o n?o ficou t?o popular quanto uma outro, mais antiga, que ficou conhecida como "Livrinho do Cora??o".  







   

O Livrinho do Cora??o traz o desenho de um cora??o humano que, afastado de Deus, fica cheio de figuras de animais, cada uma representando um pecado (por exemplo: o desenho do pav?o representando o orgulho e a tartaruga, a pregui?a). Ao centro desse cora??o pecaminoso, destaca-se a figura de Satan?s, devidamente "equipado" com tridente, chifres e rabo. Quando o Esp?rito Santo entra no cora??o (representado pela figura da pomba), as figuras do mal batem em retirada, mas ficam ? espreita, do lado de fora, esperando apenas um m?nimo descuido para retornar.


 


O autor desse livrinho que ficou famoso em todo o meio evang?lico era um (vejam s?!) um mission?rio cat?lico alem?o. A influ?ncia cat?lica se v?, por exemplo na descri??o dos "pecados capitais". O livro foi publicado em 1732 e chegou ao Brasil em 1914, tendo sido reimpresso in?meras vezes at? 1970 (inclusive pela Imprensa Metodista). Mas, durante esses anos, ele n?o sofreu altera?es ou atualiza??o da mensagem. A mensagem, elaborado no contexto das guerras napole?nicas, trazia a vis?o de um mundo amea?ador. O crente, para se manter fiel ? Palavra de Deus, deveria manter-se afastado do mundo, evitando se contaminar pela sua malignidade. "Quem imagina assim o mundo, como vai abra?ar o Credo Social?" – questionou o te?logo.


Ficou, para a Igreja, a quest?o fundamental: qual ? nossa vis?o de espiritualidade? Uma m?stica relacional ou uma m?stica isolada?


 


Suzel Tunes


 


 


Quinta, 29 de maio, 8h: Aspectos do Credo Social para o S?culo XXI. Componentes da mesa: Padre Benedito Ferraro, Marilia Schuler e pelo Professor Nicanor Lopes. 


Por meio das palavras do professor Nicanor Lopes, fomos convidados a refletir sobre a crise de alimento no Brasil, sobre o tradicional “arroz com feij?o" que a cada dia fica mais caro. Nesse sentido, ele perguntou: "o que uma leitura de modernidade e p?s-modernidade nos oferece sobre a realidade da vida humana? Muitas vezes s?o ferramentas sociol?gicas importantes, mas essas n?o resolvem os nossos problemas". John Wesley, em 20 de janeiro de 1973 tamb?m refletia sobre a escassez de alimentos, e em sua ?poca combateu o mesmo problema: no contexto era a falta de aveia, pois estava sendo utilizada para alimentar cavalos que seriam vendidos ? Fran?a em troca de impostos. Hoje nosso gr?o ? produzido para ser utilizado como bio-combust?vel.


 


Sob a inspira??o da frase dita por Jesus aos disc?pulos quando uma multid?o precisava ser alimentada: "Dai-lhes v?s mesmos de comer" (Lucas 9.13), o reverendo Nicanor Lopes nos trouxe sugest?es em n?vel macro e micro, sugest?es pr?ticas de atua??o social por parte das igrejas, para que essa seja eficiente junto ? comunidade em que est? inserida. Considerou tamb?m que as comunidades de f? n?o podem perder o referencial de ser a "voz prof?tica" ? na??o: contra o pecado estrutural, devemos lutar pela redistribui??o de renda e poder, pois se existe escassez para uma maioria ? porque existe uma minoria acumulando.


 


O padre Ferraro falou sobre a import?ncia do comprometimento social, e que esse deve contemplar os campos do respeito e di?logo com "o diferente de mim". Devemos ter a sensibilidade para entender que trabalho social s? ? poss?vel mediante maturidade ecum?nica e atua??o inter-denominacional. Segundo ele, a? sim, a paz no mundo ser? uma conseq??ncia do fato concreto de existir paz entre as Igrejas.


 


Segundo Ferraro, precisamos preservar uma doutrina social din?mica, cujas bases sejam a F? – considerando como fonte principal da f? a B?blia – e a Raz?o. Nossa reflex?o deve estar aberta ?s intui?es humanas (o chamado senso comum) e tamb?m ?s reflex?es sistematizadas, ou seja, das ci?ncias humanas e sociais, dentre outras. Segundo ele, o problema social ? fruto de um "pecado social", o que gera uma viol?ncia institucionalizada. Sob a frase de Greg?rio de Nissa (330 d.C) –  "de que vale consolar um pobre se tu fazes outros cem?" –  Ferraro trouxe-nos a reflex?o de que todas as pessoas t?m uma igualdade b?sica, e que nesse sentido amamos "o pobre", matriz geradora da B?blia, quando trazemos liberta??o da opress?o da mis?ria. Em sua conclus?o, seu apelo ? para que coloquemos o ser humano em primeiro lugar, nos seguintes quesitos: no emprego e trabalho; que a ?nfase seja a pessoa humana como a privilegiada e n?o o capital; porque, segundo ele, a iniq?idade social ? um processo, promotor de injusti?as m?ltiplas, bem diferente de "pura obra do dem?nio".


 


Marilia Schuler falou sobre a necessidade de nos comprometermos com a sociedade. Ela se baseou na par?bola do Bom Samaritano, relembrando a pergunta: "quem deve ser o meu pr?ximo?”. Schuler enfatizou que o nosso pr?ximo ? o coletivo, e que no coletivo toda a cria??o de Deus experimenta a plenitude da realiza??o. Em nossa consci?ncia e atua??o crist?, o social deve ser o cerne e n?o o perif?rico, o ap?ndice. Porque ao Senhor pertence o mundo e sua plenitude. Devemos, portanto, lutar contra "os salteadores da vida humana", por exemplo, racismo, exclus?es, dentre outros. Enquanto a sociedade humana ? oprimida por salteadores intolerantes ? liberdade religiosa, segundo ela, express?o leg?tima de liberdade, nosso pr?ximo conta conosco para modificarmos a realidade na qual est?o sendo subjugados. Nesse sentido, ser crist?o ? muito mais que defender uma "bandeira denominacional": ? fazer parte da "Oikoumene" de Deus, enquanto no todo, obras leg?timas do processo criador de Deus.


 


Contribui??o: Ant?nio Luiz de Freitas Junior. Aluno do 3? Ano, matutino, da Faculdade de Teologia/Universidade Metodista de S?o Paulo.


 


Quarta, 28 de maio, 8h: O reitor da faculdade de teologia, Rui de Souza Josgrilberg, fala sobre o tema Credo Social – uma proposta teol?gica. O professor Paulo Garcia foi o mediador.


Voc? sabe qual foi o primeiro Credo Social hist?rico? Ele est? publicado no Antigo Testamento! Nesta quarta-feira o reitor da Faculdade de Teologia, Rui de Souza Josgrilberg, deu continuidade ? Semana Wesleyana inspirado no tema: Credo Social – uma proposta teol?gica. "H? alguns fundamentos que ?s vezes esquecemos: por exemplo, somos humanos e parte da Cria??o de Deus", disse o reitor. Para ele, a nossa autonomia n?o ? para viver em torno de si, mas com o pr?ximo. Essa ? a raz?o de ser do Credo Social, uma contribui??o como marca metodista e ? tamb?m, uma contribui??o para toda a sociedade.


A jun??o de "eu creio" e "n?s cremos" ? um aspecto fundante do ser crist?o, ou seja, a proposta de recuperar o social na condi??o crist? ? a depend?ncia um do outro. A correla??o nada mais ? que relacionar-se com o outro, n?o existe o social e o pessoal, mas uma depend?ncia rec?proca.


O professor Rui citou tamb?m a Constitui??o da Igreja Metodista como documento maior de nossa igreja. Ele citou o Art. 3? nos par?grafos 1? e 2?, que descrevem sobre nossas doutrinas. Nessa perspectiva, ele diz que o Credo Social tem 4 itens:


1.A responsabilidade crist? ? a Palavra de Deus. A B?blia tem o povo, a sociedade e tudo que acontece como "pano de fundo";


2. Testemunho de Wesley;


3.Unidade crist? e servi?o comum que prestamos;


4.Contexto cient?fico e tecnol?gico. "Vamos unir cren?a e m?quina global h? tanto tempo separada”, afirmou.


Ele exp?s as bases b?blicas para o Credo Social, mencionando a Trindade como percep??o de que Deus est? na humanidade. "O que est? em jogo ? uma dimens?o c?smica. S? podemos ser salvo com o outro e n?o individualmente. Para entender a humanidade, ? preciso estar enraizado com o outro no social, e romper o ensimesmamento envolvendo-se com o outro, o Reino e sua justi?a". Em sua defini??o de Reino, ele afirmou que ? a "maior organiza??o coletiva que est? em n?s e entre n?s".


O Senhorio de Cristo em sua concep??o ? "o Senhor da terra, das institui?es e de toda a realidade. Ele ? o Senhor das institui?es. A mensagem evang?lica n?o ? somente uma mensagem para pessoas, mas uma mensagem social para o povo" . Citou o exemplo da Marcha pra Jesus que reuniu mais de 1,5 milh?o de pessoas, mas n?o teve atua??o social.


Certa vez, contou o prof. Rui, Wesley procurou um determinado "homem s?rio", um conselheiro para lhe esclarecer sobre como servir a Deus e o caminho da salva??o. O tal homem s?rio respondeu: "busque seus amigos, se n?o os tem, fa?a-os”.  "A salva??o ? entendida como processo da nova cria??o. Wesley percebeu que n?o podia ser crist?o sem amigos, viver isoladamente, ou seja, a f? crist? ? social. Esse ? o pano de fundo que ?s vezes ? esquecido", destacou.


Muitas pessoas podem n?o saber qual ? o primeiro Credo Social. Quem foi ? palestra do reitor da Fateo n?o tem mais essa d?vida. O primeiro Credo Social est? em Dt 26.5-10 .


Jos? Geraldo Magalh?es J?nior



 


Ter?a, dia 27 de maio, 8 h: Que tipo de Credo Social o nosso tempo est? pedindo? Os professores da Fateo, Bispo Paulo Ayres e Rev. Cl?udio Ribeiro falam sobre quest?es que desafiam as igrejas locais.


Cl?udio Ribeiro, que atua como pastor na Igreja Jardim Santo Andr?, na periferia da cidade, destacou que uma das maiores preocupa?es de sua comunidade ? com trabalho e emprego. Para o neo-liberalismo, que descarta a participa??o do Estado na regula??o da economia, n?o h? cidad?os: apenas pe?as descart?veis da engrenagem.


Paulo Ayres lembrou-se de uma experi?ncia chocante pela qual passou sua irm?, que realizava trabalho de a??o social no morro Chap?u Mangueira, no Rio de Janeiro. Ela encontrou l? um menino que conhecia, portando uma metralhadora e tentou alert?-lo para o perigo de ingressar no crime. A resposta dele foi categ?rica: "Meu pai foi pobre a vida inteira. Se eu morrer, pelo menos morro de Nike no p?".


Ele afirmou que o tr?fico de armas, o narcotr?fico e a prostitui??o respondem, segundo pesquisas, por 61% da circula??o de recursos econ?micos em todo o mundo. Ou seja, 61% da economia mundial tem origem il?cita.


H?, ainda, outras quest?es para as quais as igrejas devem acordar, como a quest?o agr?ria, ind?gena, a luta dos quilombolas e o racismo que ainda impede express?es culturais afro-brasileiras nos templos protestantes.


A palestra da manh? n?o fechou quest?es. Ficou aberta a pergunta: precisamos construir um novo credo social para o nosso tempo? Ou precisamos conhecer os documentos que temos e aplic?-los realmente?


Suzel Tunes


Segunda, dia 26 de maio, 20 h: Semana Wesleyana come?a trazendo duas pessoas que fizeram hist?ria na Igreja Metodista e no pa?s: L?dia Santos e Aldo Fagundes


Na Semana Wesleyana de 2008, segunda-feira ? noite, participaram da mesa de discuss?es com contribui?es te?ricas para nossa reflex?o, L?dia Santos e Aldo Fagundes.


L?dia Santos, com seus 84 anos de idade, falou de suas experi?ncias de vida, relembrando momentos em que atuava na Junta Geral de A??o Social da Igreja Metodista na condi??o de assistente social, emocionando os/as presentes com sua simplicidade. Dentre alguns exemplos concretos que ela deu sobre esse per?odo, ela destacou os di?logos feitos com a Funai em prol das reservas ind?genas. Na concep??o dela, atualmente se canta muito bonito, mas pouco se faz em n?vel de comprometimento social. Fechados dentro das quatro paredes das nossas Igrejas, mostramos que o nosso belo discurso n?o condiz com nossa pr?tica. Segundo ela, hoje nem mesmo se l? o Credo Social dentro das Igrejas. Seu apelo foi para que saiamos de dentro de nossa "zona de conforto" e que se planeje uma a??o realmente eficiente junto ? sociedade, na comunidade local em que estamos inseridos.


Aldo Fagundes, metodista de grande renome pol?tico, tendo atuado inclusive como ministro do Superior Tribunal Militar, abordou em sua palestra 10 temas sobre o Credo Social da Igreja. Dentre eles, abordou o in?cio do movimento metodista e os aspectos que evidenciam a ?nfase com a preocupa??o social. Segundo ele, como metodistas, nosso lema evidencia o "invadir o mundo", e n?o nos "evadirmos" dele. Segundo Aldo, um certo espiritualismo atual que n?o responda concretamente ?s demandas sociais ? diferente da proposta do cristianismo primitivo e do metodismo original. Em sua palestra, abordou aspectos hist?ricos do Credo Social, inclusive as mudan?as efetivadas no mesmo com o passar do tempo. Segundo Aldo Fagundes, temos a tend?ncia de querermos modificar os documentos, porque isso ? mais f?cil do que trabalhar para modificar almas.


O Credo Social faz jus ? tradi??o do metodismo no tocante ? sua atua??o na Europa do s?culo XVIII, per?odo do iluminismo e racionalismo, na busca pela valoriza??o da pessoa, pois a pessoa ? maior que a institui??o, as pessoas, sim, precisam mudar. Nesse sentido, sua proposta ? de uma f? crist? participativa, onde se considera que crescimento num?rico n?o ? eficiente se n?o est? diretamente relacionado com uma renova??o social, uma dimens?o de transforma??o que passa muito mais pela dimens?o ?tica.


Contribui??o de: Ant?nio Luiz de Freitas Junior.


Aluno do 3? Ano, matutino, da Faculdade de Teologia/Universidade Metodista de S?o Paulo.


VEJA TAMB?M:


Saiba mais sobre as RA?ZES DO CREDO SOCIAL DE WESLEY AT? O S?CULO XIX.


Saiba mais sobre a 57? Semana Wesleyana CLICANDO AQUI!


A UNIMEP, em parceria com o Grupo de Pesquisa Protestantismo e Educa??o do Programa de P?s-Gradua??o em Educa??o, promover?, nos dias 6 e 7 de junho, a VII Jornada Wesleyana com o tema: Historiografia da Educa??o Metodista do Brasil – s?culo XXI. O objetivo do evento ? levantar, catalogar e divulgar os resultados das pesquisas sobre o tema em quest?o.


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