Na manhã de ontem, 25, os representantes das Igrejas de tradição wesleyana se reuniram novamente. Desta vez, o grupo se reuniu nas dependências da Sede Nacional juntamente com o Colégio Episcopal da Igreja Metodista no dia Nacional de Ação de Graças. O Bispo Ildo Mello, da Igreja Metodista Livre, deu abertura com a exposição das Escrituras Sagradas que se encontra em 1 Samuel 2-7 ressaltando a necessidade de santidade no ministério pastoral. Um contraste entre os ministérios de Ofni e Fineias com o de Samuel , suas ações e consequências. Na ocasião, o Pr. Pedro Marques trouxe uma reflexão sobre a Santidade na perspectiva da Igreja Missionária.
O próximo encontro está definido no Espaço Metodista 24H localizado na Rua Major Diogo no dia 3 de Fevereiro de 2011, das 9 às 14 h. Devido a presença do Dr. Kevin Mannoia, neste encontro, a maior parte do tempo será reservada para a palestra de Mannoia e suas respectivas discussões no tema do palestrante. Mannoia é autor de diversos livros, foi Bispo da Metodista Livre nos EUA e atualmente é capelão na Azusa Pacific University. É líder e principal articulador do grupo que reúne representantes das Igrejas de Herança Wesleyana nos EUA para discutir e propor “como ensinar a doutrina da santificação de maneira contemporânea”. A apresentação das igrejas Holiness e Nazareno ficou para user agendada no encontro de 3 de Fevereiro.
No final, o Bispo Adriel falou com entusiasmo dos preparativos do grande encontro que teremos no dia 21 de Maio, a celebração do Coração Aquecido, que deverá acontecer com todas as igrejas de tradição wesleyana. O local do evento ainda não ficou definido. O bispo Maia disse que “este é um evento de todas as igrejas de tradição wesleyana, ou seja, este é um evento de nossa Fraternidade! Façamos deste evento um marco wesleyano para espalhar a santidade bíblica em unidade e amor!”
O encontro terminou com oração e um delicioso almoço oferecido pela Igreja Metodista que mais uma vez acolheu os irmãos e irmãs wesleyanos.
Participantes: Major Wilson Strasse e Capitão Nelson Wakai do Exército de Salvação, Pastores Odilon Cruz e Ataulfo da Metodista Wesleyana, Pastores Eduardo Goya e Yokimi Yuaça da Holiness, Bispos Nelson Leite, João Carlos Lopes, Adriel Maia, Stanley Moraes, Adolfo de Souza, Adonias do Lago, Paulo Lockman, Marisa Ferreira, Luiz da Rosa e Roberto de Souza juntamente com a pastora Joana D'Arc da Igreja Metodista, e Bispo Ildo Mello da Metodista Livre. Os representantes da Igreja do Nazareno justificaram ausência, bem como o Bispo Caleb da Igreja Metodista Wesleyana que está em concílio.
José Magalhães
com informações do Bispo Ildo Mello
Veja também a reflexão do Bispo Ildo Mello na devocional do encontro
Os Filhos de Eli, os Profanos e o Santo (I Sm 2 a 7) mensagem sobre a importância vital de santidade no ministério pastoral
Eli havia sido especialmente escolhido por Deus para ser Sacerdote e juiz em Israel (2.28). Mas, infelizmente, Eli não foi fiel em sua missão. Principalmente por conta de seus filhos, Ofni e Finéias que se tornaram sacerdotes sem as qualificações morais. Eles eram profanos, desprezavam as coisas de Deus, fazendo pouco caso do sagrado. Não se contentavam com o seu salário, tomaram para si aquilo que pertencia a Deus, explorando o povo, fazendo comércio das coisas de Deus, desonrando assim seu ofício sacerdotal (2.12-17). Além disto, Ofni e Finéias tomavam partido de sua liderança para assediarem e praticarem sexo com diversas mulheres (2.22). Eli chamou a atenção deles, mas eles não deram ouvidos ao seu pai, pois eram rebeldes (2.23-25). O pecado de Eli foi não ter sido enérgico o suficiente. Ele acabou sendo tolerante e conivente com os pecados dos filhos, permitindo que seus filhos seguissem no ministério sacerdotal. Deus se queixou de Eli, dizendo que ele honrou mais aos filhos do que a Deus. (2.29).
Os pecados de Eli e seus filhos levaram o povo a afastar-se também de Deus (2.24). Deus retirou sua bênção e o povo foi derrotado em uma batalha contra os filisteus (4.2). O povo achava que a Arca da Aliança os salvaria, chegaram até a trazê-la para o campo de batalha. Fizeram um culto fervoroso. Ofni e Finéias estavam segurando a Arca, mas tal fervor não alcançou os céus e não passou de puro entusiasmo humano (4.5). Fizeram muito barulho, mas Deus não os atendeu (4.10). De nada adianta a Arca da Aliança quando não estamos sendo fiéis a Aliança. Deus diz: “Obediência quero e não sacrifícios” (1 Sm 15.22-23). Trinta mil homens morreram naquela batalha, entre eles, Ofni e Finéias.
A Arca foi parar nas mãos dos filisteus (4.11). Eli, abalado com a notícia, também acabou morrendo (4.18). A mulher de Finéias, que estava grávida, deu a luz prematuramente e arrasada, colocou em seu filho o nome de Icabô (4.21), que significa, foi-se embora a glória de Israel. Com Icabô encerra-se dramática e emblematicamente a era sacerdotal de Eli e seus filhos.
Enquanto, Eli, Ofni e Fineias trouxeram derrota e vergonha para o povo de Deus, o Senhor estava agindo para vindicar a glória de seu nome que estava sendo blasfemado entre os filisteus, que chegaram à ousadia de tripudiar colocando a Arca da Aliança diante da estátua do deus Dagom (5.2). Um fenômeno aconteceu repetidas vezes, a estátua de Dagom amanheceu caída diante da Arca (5.3)! Associado a isto, uma praga acometeu a saúde do povo daquela cidade (5.6), de modo que um temor se abateu sobre os filisteus, a ponto de eles decidirem devolver a Arca ao povo hebreu (6.1.21)! O temor de Deus que faltou a Ofni e Finéias agora é visto entre os pagãos! Este episódio me faz lembrar-nos de Jesus quando disse: “se estes se calarem, as próprias pedras clamarão” (Lc 19.40)!
Mesmo antes da morte de Eli, Deus já havia escolhido seu sucessor: o menino Samuel, cujo nascimento já havia se dado através de uma intervenção milagrosa de Deus (1.1-2.11). Devido aos pecados de Eli e seus filhos, a Palavra de Deus era muito rara naqueles dias (3.1). Mas “antes que a lâmpada de Deus se apagasse” (3.3), a Palavra de Deus se manifestou a Samuel (3.4), que ao contrário das atitudes rebeldes de Ofni e Finéias, acolheu a voz de Deus, dizendo: “Fala Senhor porque teu servo ouve” (3.10). Ofni e Finéias não obedeciam ao pai (2.23-25), já Samuel dava ouvidos as instruções de Eli, que para ele era um pai adotivo (3.9-10).
Devido a sua prontidão em obedecer ao Senhor, Deus fez de Samuel um verdadeiro profeta (3.19), que, após a morte de Eli, Ofni e Finéias, tornou-se naturalmente o líder de Israel.
Samuel é usado por Deus para promover uma verdadeira reforma! Um reavivamento espiritual transformou a nação! Ele conclamou o povo ao arrependimento (7.3). O povo confessou os seus pecados (7.6), abandonou os seus ídolos (7.4) e voltou-se para Deus com humildade, jejum e oração (7.6). Diante de uma nova ameaça de guerra contra os filisteus, o povo solicitou a Samuel que intercedesse por eles diante de Deus (7.8). O Senhor respondeu dos altos céus (7.9), trovejando sobre os filisteus (7.10), que acabou sendo derrotado nesta guerra (7.10).
Que contraste vemos aqui em relação à atitude triunfalista e arrogante do povo liderado por Ofni e Finéias que festejava com brados de vitória o fato de possuírem a Arca (4.5). Suas palavras de confissão positiva não lhes garantiram a vitória (4.10), no entanto, as palavras de confissão de pecado e culpa, e suas orações humildes reconhecendo sua total dependência de Deus, foi o que produziu uma resposta retumbante dos altos céus! Não é o barulho na terra que produz barulho no céu, mas, sim, corações humildes e contritos diante do Criador! Não adiante ter carisma da Arca e do Sacerdócio, é preciso ter o caráter de servo, pois nada substitui a obediência.
Gostaria de terminar ressaltando o impressionante contraste observado no uso de palavras emblemáticas no final destas duas guerras. A primeira guerra liderada por Ofni e Finéias termina em desgraça retratada pelo termo Icabô (4.21), já a segunda guerra termina em triunfo expresso pelo termo Ebenézer (7.12), que significa: “Até aqui nos ajudou o Senhor!”. Os pecados de Ofni e Finéias e a corrupção do povo produziram um Icabô, já a santidade de Samuel e o arrependimento do povo geraram um Ebenézer. Quanto a nós, com quem é que nos identificamos nesta história? Como é que terminará a nossa própria história de vida se continuarmos no curso em que estamos? Qual será a nossa exclamação final: Icabô ou Ebenézer?
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