Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 26/11/2010

Encontro da Fraternidade Wesleyana de Santidade se reúne na Sede Nacional da Igreja Metodista

Na manhã de ontem, 25, os representantes das Igrejas de tradição wesleyana se reuniram novamente. Desta vez, o grupo se reuniu nas dependências da Sede Nacional juntamente com o Colégio Episcopal da Igreja Metodista no dia Nacional de Ação de Graças. O Bispo Ildo Mello, da Igreja Metodista Livre, deu abertura com a exposição das Escrituras Sagradas que se encontra em 1 Samuel 2-7 ressaltando a necessidade de santidade no ministério pastoral. Um contraste entre os ministérios de Ofni e Fineias com o de Samuel , suas ações e consequências. Na ocasião, o Pr. Pedro Marques trouxe uma reflexão sobre a Santidade na perspectiva da Igreja Missionária.

O próximo encontro está definido no Espaço Metodista 24H localizado na Rua Major Diogo no dia 3 de Fevereiro de 2011, das 9 às 14 h. Devido a presença do Dr. Kevin Mannoia, neste encontro,  a maior parte do tempo será reservada para a palestra de Mannoia e suas respectivas discussões no tema do palestrante. Mannoia é autor de diversos livros, foi Bispo da Metodista Livre nos EUA e atualmente é capelão na Azusa Pacific University. É líder e principal articulador do grupo que reúne representantes das Igrejas de Herança Wesleyana nos EUA para discutir e propor "como ensinar a doutrina da santificação de maneira contemporânea". A apresentação das igrejas Holiness e Nazareno ficou para user agendada no encontro de 3 de Fevereiro.

No final, o Bispo Adriel falou com entusiasmo dos preparativos do grande encontro que teremos no dia 21 de Maio, a celebração do Coração Aquecido, que deverá acontecer com todas as igrejas de tradição wesleyana. O local do evento ainda não ficou definido. O bispo Maia disse que "este é um evento de todas as igrejas de tradição wesleyana, ou seja, este é um evento de nossa Fraternidade! Façamos deste evento um marco wesleyano para espalhar a santidade bíblica em unidade e amor!"

O encontro terminou com oração e um delicioso almoço oferecido pela Igreja Metodista que mais uma vez acolheu os irmãos e irmãs wesleyanos.


Participantes: Major Wilson Strasse e Capitão Nelson Wakai do Exército de Salvação, Pastores Odilon Cruz e Ataulfo da Metodista Wesleyana, Pastores Eduardo Goya e Yokimi Yuaça da Holiness, Bispos Nelson Leite, João Carlos Lopes, Adriel Maia, Stanley Moraes, Adolfo de Souza, Adonias do Lago, Paulo Lockman, Marisa Ferreira, Luiz da Rosa e Roberto de Souza juntamente com a pastora Joana D'Arc da Igreja Metodista, e Bispo Ildo Mello da Metodista Livre. Os representantes da Igreja do Nazareno justificaram ausência, bem como o Bispo Caleb da Igreja Metodista Wesleyana que está em concílio.

 

José Magalhães

com informações do Bispo Ildo Mello

Veja também a reflexão do Bispo Ildo Mello na devocional do encontro

Os Filhos de Eli, os Profanos e o Santo (I Sm 2 a 7) mensagem sobre a importância vital de santidade no ministério pastoral


Eli havia sido especialmente escolhido por Deus para ser Sacerdote e juiz em Israel (2.28). Mas, infelizmente, Eli não foi fiel em sua missão. Principalmente por conta de seus filhos, Ofni e Finéias que se tornaram sacerdotes sem as qualificações morais. Eles eram profanos, desprezavam as coisas de Deus, fazendo pouco caso do sagrado. Não se contentavam com o seu salário, tomaram para si aquilo que pertencia a Deus, explorando o povo, fazendo comércio das coisas de Deus, desonrando assim seu ofício sacerdotal (2.12-17). Além disto, Ofni e Finéias tomavam partido de sua liderança para assediarem e praticarem sexo com diversas mulheres (2.22). Eli chamou a atenção deles, mas eles não deram ouvidos ao seu pai, pois eram rebeldes (2.23-25). O pecado de Eli foi não ter sido enérgico o suficiente. Ele acabou sendo tolerante e conivente com os pecados dos filhos, permitindo que seus filhos seguissem no ministério sacerdotal. Deus se queixou de Eli, dizendo que ele honrou mais aos filhos do que a Deus. (2.29).

Os pecados de Eli e seus filhos levaram o povo a afastar-se também de Deus (2.24). Deus retirou sua bênção e o povo foi derrotado em uma batalha contra os filisteus (4.2). O povo achava que a Arca da Aliança os salvaria, chegaram até a trazê-la para o campo de batalha. Fizeram um culto fervoroso. Ofni e Finéias estavam segurando a Arca, mas tal fervor não alcançou os céus e não passou de puro entusiasmo humano (4.5). Fizeram muito barulho, mas Deus não os atendeu (4.10). De nada adianta a Arca da Aliança quando não estamos sendo fiéis a Aliança. Deus diz: "Obediência quero e não sacrifícios” (1 Sm 15.22-23). Trinta mil homens morreram naquela batalha, entre eles, Ofni e Finéias.

A Arca foi parar nas mãos dos filisteus (4.11). Eli, abalado com a notícia, também acabou morrendo (4.18). A mulher de Finéias, que estava grávida, deu a luz prematuramente e arrasada, colocou em seu filho o nome de Icabô (4.21), que significa, foi-se embora a glória de Israel. Com Icabô encerra-se dramática e emblematicamente a era sacerdotal de Eli e seus filhos.

Enquanto, Eli, Ofni e Fineias trouxeram derrota e vergonha para o povo de Deus, o Senhor estava agindo para vindicar a glória de seu nome que estava sendo blasfemado entre os filisteus, que chegaram à ousadia de tripudiar colocando a Arca da Aliança diante da estátua do deus Dagom (5.2). Um fenômeno aconteceu repetidas vezes, a estátua de Dagom amanheceu caída diante da Arca (5.3)! Associado a isto, uma praga acometeu a saúde do povo daquela cidade (5.6), de modo que um temor se abateu sobre os filisteus, a ponto de eles decidirem devolver a Arca ao povo hebreu (6.1.21)! O temor de Deus que faltou a Ofni e Finéias agora é visto entre os pagãos! Este episódio me faz lembrar-nos de Jesus quando disse: "se estes se calarem, as próprias pedras clamarão” (Lc 19.40)!

Mesmo antes da morte de Eli, Deus já havia escolhido seu sucessor: o menino Samuel, cujo nascimento já havia se dado através de uma intervenção milagrosa de Deus (1.1-2.11). Devido aos pecados de Eli e seus filhos, a Palavra de Deus era muito rara naqueles dias (3.1). Mas "antes que a lâmpada de Deus se apagasse" (3.3), a Palavra de Deus se manifestou a Samuel (3.4), que ao contrário das atitudes rebeldes de Ofni e Finéias, acolheu a voz de Deus, dizendo: "Fala Senhor porque teu servo ouve" (3.10). Ofni e Finéias não obedeciam ao pai (2.23-25), já Samuel dava ouvidos as instruções de Eli, que para ele era um pai adotivo (3.9-10).

Devido a sua prontidão em obedecer ao Senhor, Deus fez de Samuel um verdadeiro profeta (3.19), que, após a morte de Eli, Ofni e Finéias, tornou-se naturalmente o líder de Israel.

Samuel é usado por Deus para promover uma verdadeira reforma! Um reavivamento espiritual transformou a nação! Ele conclamou o povo ao arrependimento (7.3). O povo confessou os seus pecados (7.6), abandonou os seus ídolos (7.4) e voltou-se para Deus com humildade, jejum e oração (7.6). Diante de uma nova ameaça de guerra contra os filisteus, o povo solicitou a Samuel que intercedesse por eles diante de Deus (7.8). O Senhor respondeu dos altos céus (7.9), trovejando sobre os filisteus (7.10), que acabou sendo derrotado nesta guerra (7.10).

Que contraste vemos aqui em relação à atitude triunfalista e arrogante do povo liderado por Ofni e Finéias que festejava com brados de vitória o fato de possuírem a Arca (4.5). Suas palavras de confissão positiva não lhes garantiram a vitória (4.10), no entanto, as palavras de confissão de pecado e culpa, e suas orações humildes reconhecendo sua total dependência de Deus, foi o que produziu uma resposta retumbante dos altos céus! Não é o barulho na terra que produz barulho no céu, mas, sim, corações humildes e contritos diante do Criador! Não adiante ter carisma da Arca e do Sacerdócio, é preciso ter o caráter de servo, pois nada substitui a obediência.

Gostaria de terminar ressaltando o impressionante contraste observado no uso de palavras emblemáticas no final destas duas guerras. A primeira guerra liderada por Ofni e Finéias termina em desgraça retratada pelo termo Icabô (4.21), já a segunda guerra termina em triunfo expresso pelo termo Ebenézer (7.12), que significa: "Até aqui nos ajudou o Senhor!". Os pecados de Ofni e Finéias e a corrupção do povo produziram um Icabô, já a santidade de Samuel e o arrependimento do povo geraram um Ebenézer. Quanto a nós, com quem é que nos identificamos nesta história? Como é que terminará a nossa própria história de vida se continuarmos no curso em que estamos? Qual será a nossa exclamação final: Icabô ou Ebenézer?

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