Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 16/11/2010

Escolha de creche exige atenção dos pais

Isadora Cavichioli Mendes tinha pouco mais de dois anos quando uma infecção no ouvido a deixou cinco dias no hospital. O problema foi tão grave que quase atingiu a meninge, membrana que reveste e protege o sistema nervoso central.

A mãe, a nutricionista Daniela Cavichioli, acredita que a má alimentação fornecida pela primeira creche de Isadora pode ter contribuído para a doença. "Só para citar um exemplo, o lanche da tarde era pipoca com suco de limão. Não foi o que me ofereceram quando coloquei minha filha para estudar lá", lamenta.

Passado o susto, a mãe aprendeu a lição e virou referência para outros pais no condomínio no qual mora, em Santo André. Baseada em pesquisas na internet e na própria experiência, Daniela montou uma lista de itens que devem ser observados antes de decidir por uma creche. "O aspecto nutricional conta muito, porque trabalho com isso, mas também avalio a parte pedagógica, as instalações, a formação dos professores, o número de alunos por sala e se há atividades como dança, esportes, música", enumera.

A coordenadora do curso de Pedagogia à Distância da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo), Silvia Perroni, acredita que um bate-papo pode ajudar. "Conversar com diretores, professores e assistentes da creche e conhecer o projeto pedagógico da instituição são pontos essenciais", orienta.

Também é importante, segundo a especialista, procurar a Secretaria de Educação da sua cidade para saber se a creche tem autorização para funcionar. "Isso significa que uma série de órgãos legais visitou a instituição e aprovou o serviço oferecido", destaca.

MAUS-TRATOS - No caso de maus-tratos sofridos no ambiente escolar, algumas mudanças de comportamento dos filhos ajudam a identificar o problema. Tristeza, demora para dormir ou sono agitado, recusa de alimentos ou diminuição do apetite, perda de peso e até mesmo marcas no corpo são indícios de que algo está errado com os bebês.

No caso das crianças capazes de falar, a psicóloga da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) Maria Regina de Azevedo explica que a tristeza e o medo são evidentes. "Os pequenos se recusam a ir para a escola, choram muito quando chega o domingo, como se estivessem murchando", afirma.

Para a especialista, os pais precisam continuar frequentando o ambiente escolar após a escolha. Aparecer de surpresa em horários alternados ou mandar recadinhos pela agenda, comum em várias escolas, são ações que ajudam a perceber se os professores estão atentos à rotina das crianças.


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