Religi?o ? avaliada em pesquisa como espa?o de participa??o e transforma??o
Fonte: Ag?ncia Soma (www.agenciasoma.org.br)
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"A constru??o de identidades coletivas e o sentimento de pertencimento dos indiv?duos n?o s?o poss?veis sem uma base territorial". ? ali que se d?o os "processos de socializa??o, canais de comunica??o e rela?es de proximidade necess?rias para o estabelecimento de v?nculos sociais e processos participativos capazes de propiciar a constru??o e o exerc?cio da cidadania". Pensando nisso, o estudo "Caminhada de crian?as, adolescentes e jovens na rede do tr?fico de drogas no varejo do Rio de Janeiro, 2004-2006", do Observat?rio das Favelas, analisa a forma com que os jovens se relacionam com a cidade e afirma que a religi?o ? um forma de incrementar o senso de participa??o e transforma??o na comunidade.
Segundo os analistas da pesquisa, a rela??o dos jovens enredados no tr?fico com o espa?o p?blico ? um fen?meno "que tem sido caracterizado como processo de particulariza??o da exist?ncia". Tal processo, detalham os estudiosos, "est? relacionado ao estreitamento das refer?ncias espaciais dos jovens, o que geralmente vem acompanhado pela redu??o das refer?ncias temporais". Para os pesquisadores, "a particulariza??o e a presentifica??o da exist?ncia s?o processos que t?m como pano de fundo a primazia da l?gica do consumo e limitam seriamente as possibilidades de humaniza??o plena da juventude brasileira".
Em outras palavras, a comunidade ? fechada acaba se tornando a ?nica refer?ncia, uma esp?cie de "mundo" daquele jovem, reduzindo drasticamente seu sentimento de pertencer ? cidade como um todo. No relat?rio, ? informado que "os limites da rela??o com a cidade e a particulariza??o espacial aparecem de forma contundente nas respostas dos entrevistados sobre suas alternativas de lazer". O baile na comunidade ? a divers?o predileta de 56% dos entrevistados. "As op?es de lazer que exigem o deslocamento da comunidade, tais como cinema, shows e praia aparecem em segundo plano, o que se deve muitas vezes ao medo de transitar pelas fronteiras estabelecidas pelas fac?es", afirmam.
Nesse contexto, a religi?o aparece na pesquisa como "um espa?o potencial de participa??o e/ou transforma??o" para v?rios entrevistados. Por?m, os analistas destacam "algumas altera?es significativas na configura??o das religi?es presentes nos espa?os populares". No relat?rio, ? comentado que "na d?cada de 70 e meados da d?cada de 80, havia uma forte representa??o das religi?es afro-brasileiras nas comunidades populares. Atualmente, este quadro sofreu altera?es. Na presente pesquisa, apenas um jovem declarou ter identifica??o com uma religi?o de matriz africana. O catolicismo ainda aparece como a principal resposta dos que declararam ter alguma religi?o (39,13%). O que surge como novidade s?o as denomina?es evang?licas, destacadas por 17% dos entrevistados, refletindo a crescente inser??o das religi?es evang?licas em ?reas populares a partir da d?cada de 90".
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