A Igreja Evang?lica Metodista da Bol?via (IEMB) comunicou ? Confer?ncia Episcopal Boliviana (CEB) que se reserva o direito de n?o participar de atos ecum?nicos que tenham a presen?a da Igreja Cat?lica enquanto ela n?o manifestar, atrav?s de seus pastores, respeito e reconhecimento sobre a situa??o do povo guarani no pa?s.
ALC
Santa Cruz, sexta-feira, 18 de abril de 2008
Em carta endere?ada ao secret?rio de Di?logo da CEB, Mois?s Morales, o bispo metodista Carlos Poma assinala que sua igreja est? "surpresa com as infelizes express?es" do cardeal Julio Terrazas na homilia de domingo, 13, em Santa Cruz.
Terrazas afirmou que n?o existe escravid?o do povo ind?gena guarani na Bol?via, "situa??o que ? de conhecimento de todo o povo boliviano e de organiza?es internacionais", destacam os metodistas. O cardeal pediu, na homilia, a apresenta??o de provas concretas que assegurem a exist?ncia desse tipo de submiss?o no pa?s.
A reflex?o de Terrazas coincide com a tentativa do governo do presidente Evo Morales de desapropriar terras na regi?o do Chaco, onde foram constatados casos de escravid?o ind?genas. "Com que felicidade se derrama a sujeira entre n?s, falam pra gente de lugares cheios de escravos. Ningu?m est? de acordo com isso, mas que nos mostrem a verdade, que nos digam onde se encontram. N?o ? poss?vel que continuemos condenando-nos apenas com slogans, com palavras ofensivas", disse Terrazas na homilia.
Rea?es ?s palavras de Terrazas n?o se fizeram esperar. Cartas e notas pediram ao cardeal para que abra os olhos frente ? realidade ind?gena. "? profundamente deplor?vel que ainda existam situa?es de explora??o, servid?o, submiss?o e escravid?o no nosso pa?s, exercitadas pelos propriet?rios de terra, agropecuaristas e fam?lias inescrupulosas que sobrep?em os seus interesses acima do sacrif?cio humano", diz a carta da IMB.
As Igrejas, afirma a carta, s?o respons?veis por assumir a den?ncia prof?tica diante de qualquer situa??o e estrutura que atente contra a vida e o bem-estar dos povos. Por este motivo, a Igreja ? convocada e interpelada a sair em defesa da vida, dos direitos mais elementares das pessoas e dos povos.
A IEMB soma-se ?s organiza?es e institui?es que demandam justi?a para os irm?os guaranis, expressando seu direito “de n?o participar em atividades ecum?nicas enquanto n?o seja manifestada uma atitude de reconhecimento e respeito ao povo guarani pelos n?veis correspondentes da Igreja Cat?lica”.
Esta situa??o ganha particular import?ncia no calend?rio ecum?nico anual, quando faltam poucas semanas para a Semana de Ora??o pela Unidade dos Crist?os, que ser? celebrada pr?ximo ? data de Pentecostes.
