Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013

Igrejas Virtuais

             Na Inglaterra, a Igreja Anglicana já tem um "templo" na Internet. No Brasil, sites e comunidades discutem teologia e criam redes de apoio na fé.

 

Chega o domingo. Você está na igreja, assiste à pregação do pastor, canta, ora.  Tudo normal, não fosse por um pequeno detalhe: isso tudo é feito via internet. A I-Church, comunidade anglicana "aberta" pelo Bispo Richard Collins na Diocese de Oxford, Inglaterra, permite manter "conversas" on line com os(as) irmãos(as) e até mesmo receber emails de orações dos pastores(as). "Atendemos especialmente pessoas que, por enfermidade, idade ou distância, não conseguem ir até uma Igreja Anglicana. Nós somos a única igreja que eles conseguem freqüentar regularmente" afirma o Rev. Joe Parish, co-pastor da igreja virtual. Segundo o pastor, a igreja mantém o controle do rol de cybermembros nas discussões via web e até agora está com 200 membros espalhados por todo mundo. "Tem gente da Ásia, África, Panamá. Temos até dois brasileiros", conta o pastor.
 
Cristãos avulsos
 

No Brasil, existem iniciativas semelhantes, como a "Igreja Virtual Evangélica" (www.nbz.com.br/igrejavirtual), criada a partir do site da Igreja do Evangelho Quadrangular. Para o pastor Edson de Almeida, que adotou o título de "webminister", a igreja virtual pode até mesmo deixar de ser uma extensão do serviço da igreja e se consolidar como uma igreja real.  "Não adianta você ir à igreja real e ficar mais interessado na vestimenta ou atitude de um ou de outro, não prestando atenção no que se diz lá na frente. Pode até ser que você agrade mais a Deus se freqüentar uma igreja virtual do que uma igreja física. Pois não poderá mostrar status, poder ou riqueza. Perante a Internet todos somos iguais, como somos perante Deus", ele defende no site.

 

O pastor Clóvis Pinto de Castro, professor na Universidade Metodista e autor do livro "Transformados pela Palavra de Deus: a fé na dinâmica do cotidiano", discorda do colega: "Particularmente, não creio na possibilidade de uma igreja exclusivamente on-line. Não há, pelo menos teologicamente falando, a possibilidade de existir cristãos avulsos. Ser cristão requer uma relação de proximidade, de cumplicidade e de amor solidário." Contudo, ele considera que a Internet pode até se tornar um excelente meio de capacitação do laicato, podendo oferecer cursos especialmente preparados para este meio de comunicação.

 

A jornalista Magali do Nascimento Cunha, professora da Faculdade de Teologia da Umesp e responsável pela área de Comunicação da instituição, diz que é amplamente favorável ao uso de novas tecnologias na Igreja, como apoio e aperfeiçoamento do trabalho pastoral. Mas também não abre mão do contato pessoal: "Evangelho tem a ver com gestos celebrativos como o abraço, o toque, o olhar, as mãos dadas, o ajoelhar, sempre em perspectiva coletiva, comunitária, à luz da prática de Jesus. É no encontro face a face que Deus se manifesta - assim ele escolheu se manifestar por meio do seu Filho Jesus Cristo".

 

Do site ao templo

 

Mas as comunidades virtuais podem, também, servir como redes de apoio que aproximam irmãos e irmãs. Foi o que aconteceu com a estudante Mara Ramalhaes, de 19 anos. Foi no MSN (uma ferramenta de bate papo virtual) que Mara reencontrou-se com Jesus, por meio do testemunho do amigo Lucas Brezzan, evangelista da Igreja Verbo da Vida. "Ele me disse coisas que me comoveram muito... Eu conversava com ele e chorava. Foi um momento de decisão da minha vida", diz Mara. Hoje ela freqüenta a Igreja Presbiteriana de Guarulhos, São Paulo, e sempre que pode está presente nas programações. "Estou muito feliz, dou graças a Deus por aquele dia na Internet. E sempre que tenho a oportunidade também compartilho a minha fé na net. Fez diferença na minha vida e pode fazer na de outros".


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