Quando as palavras "Palestina" e "Israel" est?o juntas em uma mesma not?cia, ? muito prov?vel que uma terceira palavra as acompanhe: conflito. Existem, por?m, novas palavras florescendo no Oriente M?dio, a partir do di?logo promovido por lideran?as religiosas de todo o mundo, sobre as quais, lamentavelmente, pouco ou nada sabemos.
Foi para trazer informa?es e proporcionar a reflex?o sobre o tema que a Faculdade de Teologia da Universidade Metodista de S?o Paulo trouxe ? sua tradicional atividade Di?logo Comunit?rio , promovida pelo Programa de Extens?o, dois representantes dos esfor?os de paz entre Israel e Palestina: Michel Nseir, membro da Igreja Ortodoxa Antioquina, e Manuel Quintero P?rez, membro da Igreja Presbiteriana Reformada, ambos representantes do Conselho Mundial de Igrejas, CMI. Eles estiveram na Faculdade de Teologia no dia 23 de mar?o para dois momentos de di?logo com a comunidade acad?mica e convidados(as), de manh? (9h30) e ? noite (19h30), sob o tema: Di?logo para a Paz: a?es para superar o conflito em Palestina e Israel.
Michel Nseir (foto ao lado) atua como executivo de programa do F?rum Ecum?nico Palestina-Israel, uma plataforma criada pelo CMI em 2007 para coordenar as iniciativas das igrejas em favor da paz. Nascido no L?bano e formado em teologia, ele trabalha na sede do Conselho Mundial de Igrejas, em Genebra.
Em sua palestra, ele falou da situa??o das igrejas crist?s que existem na regi?o desde que surgiram os primeiros seguidores de Jesus. S?o igrejas que, espalhadas por Israel, L?bano, S?ria, Jord?nia, Egito e Iraque aprenderam a conviver num contexto multirreligioso e multicultural.
Hoje, os crist?os palestinos s?o marginalizados sob o r?tulo de “terroristas” que a m?dia internacional ajudou a criar, especialmente ap?s o 11 de Setembro. “Vivem uma situa??o de desespero, pois todas as tentativas de negocia??o falharam at? agora. No entanto, eles ainda pronunciam uma palavra de f?, amor e esperan?a, em um documento chamado Kair?s Palestina”, diz Michel. Neste documento, eles falam da dura vida sob a ocupa??o israelense:
Nosotros, un grupo de palestinos cristianos, despu?s de haber rezado, reflexionado e intercambiado opiniones delante de Dios sobre la prueba que vivimos sobre nuestra tierra, bajo ocupaci?n israel?, hacemos o?r hoy nuestro grito, un grito de esperanza en ausencia de toda esperanza, unido a nuestro ruego y nuestra fe en Dios que vela, en su Divina Providencia, sobre todos los habitantes de esta tierra. Movidos por el misterio del amor de Dios por todos y de aquel de su presencia divina en la historia de los pueblos y, m?s particularmente, en esta nuestra tierra, queremos decir hoy nuestra palabra como cristianos y como palestinos, una palabra de fe, de esperanza y de amor. (veja abaixo, no item Mais informa?es, o documento na ?ntegra, em espanhol)
Manuel Quintero (ao lado, o primeiro da esquerda para a direita) ? coordenador internacional do Programa Ecum?nico de Acompanhamento ? Palestina e Israel (EAPPI, da sigla em ingl?s), uma iniciativa do CMI que tem como objetivo apoiar os esfor?os locais e internacionais para por fim ? ocupa??o israelense, com base nas resolu?es da Organiza??o das Na?es Unidas.
Cubano, formado em Comunica??o Social, Quintero foi diretor de comunica?es do Conselho Latinoamericano de Igrejas, CLAI.
Ele explicou que o programa EAPPI recebe volunt?rios do mundo todo. Eles monitoram e informam sobre a viola??o de direitos humanos e as leis humanit?rias internacionais. Uma das tarefas destes volunt?rios ? acompanhar os palestinos que passam pelos postos de controle todas as vezes em que, para ir de uma cidade palestina a outra, s?o obrigados a ingressar em terra israelense (as ?reas palestinas vistas no mapa, parecem pequenas ilhas em meio ao solo israelense, observe na foto). Os volunt?rios chegam at? mesmo a acompanhar crian?as palestinas que v?o a escola e sentem medo de passar pelos postos de controle, onde costumam hostilizadas pelos colonos israelenses.
“N?o h? mocinhos nem bandidos. Todos sofrem”, diz Quintero, que faz quest?o de lembrar que o Conselho Mundial de Igrejas n?o est? tomando partido de nenhum grupo, mas buscando a paz. ? tamb?m o que afirma o C?digo de Conduta do Programa Ecum?nico de Acompanhamento ? Palestina e Israel, o EAPPI: "N?o tomamos partido neste conflito e n?o discriminamos ningu?m, por?m, n?o somos neutros quanto aos princ?pios dos direitos humanos e do direito humanit?rio internacional. Estamos fielmente com os pobres, os oprimidos e os marginalizados. Queremos servir a todas as partes, de maneira justa e imparcial, em palavras e a?es".
"Nossas metas baseiam-se na convic??o de que a ocupa??o ? prejudicial n?o apenas para os palestinos, mas tamb?m para os israelenses, e derivam de nossa preocupa??o pelo sofrimento que experimentam ambos os povos. O programa demonstra nossa solidariedade com as pessoas de ambos os lados deste conflito que se esfor?am de maneira n?o violenta para por fim ? ocupa??o e alcan?ar uma paz justa", diz o site do EAPPI.
A partir do di?logo do EAPPI com igrejas crist?s da Am?rica Latina, o EAPPI abrir? vagas para volunt?rios latinoamericanos. Para participar do programa, os volunt?rios ter?o que passar por um treinamento que inclui conhecimentos hist?ricos e geogr?ficos da regi?o, direito internacional e t?cnicas de “n?o viol?ncia”.
Fotos: Luciana de Santana
Mais informa?es:
• http://www.eappi.org – site do Ecumenical Accompaniment Programme in Palestine and Israel (EAPPI)
• http://www.oikoumene.org/gr/programmes/public-witness-addressing-power-affirming-peace/churches-in-the-middle-east/pief/pief-home.html – site do Palestine Israel Ecumenical F?rum