Jesus pregou o Evangelho do Reino e o ensinou aos disc?pulos. Os disc?pulos por sua vez foram fazendo novos disc?pulos e os ensinando a f? crist?. Mas ao longo da hist?ria da Igreja vemos o quanto a mensagem de Jesus foi deturpada, adequada, adaptada e at? esvaziada em seu sentido original.

Alguns crist?os ao longo da hist?ria perceberam isso e lutaram por reformas na vida da Igreja, ou seja, confrontar nossa f? com a pessoa fundante do cristianismo, Jesus Cristo, e sua mensagem original. Voltar ?s fontes. Praticamente todas as vezes que vamos sair de casa e que nos arrumamos, nos colocamos defronte do espelho, para ver como est? a apar?ncia: o cabelo, a maquiagem, a roupa, etc… ? um rito quotidiano.

Estamos sempre usando o espelho para dar aqueles retoques necess?rios ? nossa apar?ncia. Na Igreja, a B?blia e a hist?ria de Jesus, o Deus que se fez homem, deveriam ser o espelho da Igreja. E a Igreja constantemente colocar-se frente a esse espelho, que revela n?o apenas a apar?ncia mas quem de fato n?s somos. N?o colocar-se diante de um texto b?blico retirado de seu contexto como tanto temos visto, e que ao inv?s de nos revelar nossos desleixos e distor?es, acaba legitimando as distor?es, pr?prias de interpreta?es equivocadas, fragment?rias…, como se uma pessoa se olhasse diante daqueles espelhos c?ncavos ou convexos que deformam a imagem.

A? se acredita que a verdadeira imagem da igreja ? a deforma??o. Essa edi??o de nossa revista trata da Reforma Protestante de 1517. E com ela a hist?ria de um homem corajoso e de f?, que conseguiu (acreditamos!!) sob as bondosas m?os de Deus, fazer a igreja crist? confrontar-se com ela mesma, denunciando as pr?ticas deformadas e clamando que tiv?ssemos o Jesus hist?rico (o Deus encarnado!) por par?metro e modelo, voltando ?s origens e ?s fontes originais do Evangelho.

? verdade que embora o nome de Martinho Lutero seja o do her?i da Reforma Protestante (e ele deve ser lembrado por n?s com essa justa homenagem), n?o podemos nos esquecer dos que o precederam e abriram caminhos para a Reforma enfrentando, inclusive, a persegui??o de uma igreja cruel e intolerante e o mart?rio.

Quero lembrar nessa edi??o os nomes de Tom?s Bradwardine (te?logo e matem?tico ingl?s do s?culo XII), Greg?rio de Rimini (te?logo italiano), Jo?o Wycliffe (professor da Universidade de Oxford), Jo?o Huss (sacerdote da Bo?mia que foi queimado em pra?a p?blica por ordem do Conc?lio de Constan?a em 1384), Jo?o de Wessel (te?logo alem?o que morreu em 1489 na pris?o ap?s ser condenado pela "heresia" de querer que os sacerdotes tivessem uma vida semelhante  com a de Jesus e por opor-se ? venda das indulg?ncias), Jer?nimo Savonarola (monge dominicano italiano que foi enforcado em 1498 por denunciar a imoralidade papal), Desid?rio Erasmo, tamb?m conhecido como Erasmo de Roterdam, (humanista holand?s que satirizou ironicamente os desvios da Igreja em seu famoso livro "Elogio da Loucura"). E ainda precisamos lembrar dos nomes dos outros Reformadores ao lado de Lutero, a saber: Ulrico Zu?nglio, Jo?o Calvino, Jo?o Knox, Tom?s M?nzer, Andr? Von Carlstadt, Felipe Mel?ncton, Matias Fl?cio Il?rico, Martinho Chemnitz, Zacarias Ursino e Gaspar Oleviano, Jo?o Ecolamp?dio, Guilherme Farel, Martinho Bucker, Henrique Bullinger e Teodoro Beza, entre outros.

Homens dos quais, segundo Hb 11:38, "o mundo n?o era digno". Louvado seja Deus, porque se h? desvios na vida da Igreja, tamb?m h?o Esp?rito Santo que usa homens e mulheres para promover as reformas necess?rias na vida de sua igreja.