Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 20/09/2013

MATERIA IDOSOS

 

 

 

No dia 27 de setembro o Brasil celebra o Dia Nacional da Pessoa Idosa. Valorizar a bagagem conquistada pelos anos de vida e a possibilidade de recomeçar todos os dias é a melhor maneira de comemorar essa data.

 

            Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, revelam que o Brasil está envelhecendo de forma rápida. Daqui a 20 anos estaremos no 6º lugar entre os países com o maior número de idosas e idosos. Apesar disso, a maioria das pessoas não gosta de ter a palavra velhice em seu dicionário, associando-a com as idéias de perda e limitação. A sociedade ensina que o que fica velho deve ser descartado e aplica essa regra também a pessoas. Contudo, o cristão é alguém que professa uma fé inclusiva, capaz de unir as pessoas no amor a um Deus que não tem idade. Esse compromisso precisa se traduzir em ações concretas - no sentido de valorizar as conquistas e suprir as necessidades específicas que esta fase da vida traz a cada ser humano.

 

Por que ser jovem de espírito seria melhor do que ter um espírito maduro ou velho? Ter mais sabedoria , mais serenidade, mais elegância diante de fatos que na juventude nos fariam arrancar os cabelos de aflição, não me parece totalmente indesejável. Vou detestar se, ficando velha, alguém quiser me elogiar dizendo que tenho espírito jovem. Lia Luft (no livro Perdas e Ganhos)

 

            Em entrevista sobre a questão do luto (publicada no Expositor Cristão de julho de 2006), a pastora e psicóloga Blanches de Paula destacou que sofremos perdas desde que nascemos: para nascer, perdemos o aconchego do útero; para crescer, precisamos perder a infância. A velhice também traz perdas e ganhos, como nos lembra a escritora gaúcha Lia Luft, que começou sua carreira literária aos 41 anos de idade. Se algumas limitações físicas são inevitáveis, é possível, também, colher ganhos de ordem emocional, intelectual e espiritual - desde que tenhamos cultivado, nos anos anteriores,  as sementes da afetividade, do estudo e da comunhão com Deus, com o próximo e conosco mesmos.

 "Os idosos dos dias de hoje são, muitas vezes, pessoas bastante atuantes na vida da igreja, até por terem disponibilidade de tempo para dedicar-se, por exemplo, a trabalhos voluntários durante a semana. Participar das diversas atividades da igreja é o melhor que todos têm a fazer", aconselha a terapeuta corporal Mônica Soares Pimenta, membro da Igreja Metodista em Vila Isabel, RJ, primeira região eclesiástica.  "As necessidades dos idosos de nossa igreja são semelhantes às dos idosos no Brasil. Eles precisam ser valorizados, acolhidos e bem tratados. Felizmente, isso tem acontecido por aqui. Como exemplo, posso citar a existência de rampas, que facilitam o acesso a pessoas com alguma dificuldade de locomoção", afirma Mônica.

 

Dança para a Terceira Idade

Com pós-graduação em Geriatria pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Mônica especializou-se em "reeducação do movimento" . "Uso conceitos de diversas técnicas terapêuticas e também os fundamentos da dança, permitindo aos idosos um maior contato com suas sensações físicas e emocionais por meio do movimento". Há especialistas que denominam esta atividade de "dança sênior", mas a terminologia às vezes assusta as igrejas. "Estamos conseguindo aos poucos eliminar este preconceito, usando o nome ´exercício para idosos´, pois trata-se do emprego de movimentos suaves com finalidade terapêutica. A dança auxilia até na recuperação de pessoas que sofreram AVC (acidente vascular cerebral, popularmente chamado de "derrame")", explica a Revda. Ruth Silva, coordenadora da Pastoral da Terceira Idade da 1ª Região, trabalho que se iniciou no ano de 2001 e tornou-se referência para todo o país.

A Revda Ruth conta com uma equipe que inclui geriatras, psicólogos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais para desenvolver oficinas e palestras nas igrejas. Além de atividades que visam ao bem-estar físico e mental, a pastoral já teve a oportunidade de oferecer cursos de capacitação como, por exemplo, o de "contadores de história", que oferece dicas valiosas aos idosos(as) dispostos a assumir classes de escola dominical. Só que o atendimento à terceira idade não pode se resumir a programações eventuais. "A fisioterapia, por exemplo, é um trabalho contínuo. E, de maneira geral, as igrejas têm muita dificuldade em conseguir mão de obra capacitada para desenvolver o trabalho".

  

Projeto Samuel Rangel, da Igreja Metodista em Pinheiros, SP

Em São Paulo, o Projeto Samuel Rangel, da Amas (Associação Metodista de Ação Social) da Igreja Metodista em Pinheiros, SP, contorna este problema com parcerias. Além de um convênio com a prefeitura, a Amas conta com o apoio de entidades como Associação Cristã de Moços, Universidade de S.Paulo e até salão de cabeleireiro do bairro. Segundo a coordenadora do projeto, a assistente social Edima Câmara Donabella, diariamente são assistidas 110 pessoas carentes da comunidade, que fazem atividades de artesanato, hidroginástica, passeios, teatro, reflexão. Além das parcerias, a Igreja Metodista de Pinheiros supre sua necessidade de pessoal com uma equipe de voluntariado bastante compromissada na qual se encontram pessoas idosas que já foram assistidas pelo próprio projeto.

 

Se depender de mim, nunca ficarei completamente maduro nem nas idéias nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental". Gilberto Freyre

 

            Em vez de encarar a aposentadoria e o casamento dos filhos como um passaporte para a inatividade, muitos idosos(as) estão reconhecendo essa fase da vida como um tempo de novos desafios. Pode ser o trabalho voluntário em projetos sociais da igreja, uma viagem há muito tempo adiada ou a concretização do sonho de voltar a estudar. Afinal, a própria sabedoria conquistada pela vida indica que sempre há algo de novo a aprender. Pensando nisso, a Universidade Metodista de Piracicaba, Unimep, e a Universidade Metodista de São Paulo, Umesp, oferecem a chamada "Universidade da Terceira Idade": cursos livres, abertos a estudantes com mais de 50 anos, com disciplinas nas áreas de saúde, nutrição e atualidades, além de atividades sócio-educativas e projetos comunitários. Maria Boteon Zaro, de 68 anos, aluna da Unimep em Santa Bárbara d´Oeste, diz que sua decisão de fazer o curso foi um dos "caminhos sábios" que escolheu: "Cultivo a capacidade de me encantar com a vida, com as pessoas e comigo mesma. Sempre posso aprender, sempre posso fazer amigos, amar, sonhar, conviver me divertindo, dar e receber, descobrir tudo o que posso dentro das minhas limitações. Aqui na Universidade descobri um novo significado para a palavra "velhice": descobri que posso viajar, cantar, me exercitar, cuidar do meu corpo, ler, ouvir, música, contemplar a natureza. Lembro que preciso das pessoas, e que elas também precisam de mim, que tenho muito a dar e receber, dos amigos e professores".

  

VEJA TAMBÉM:

 

Tempo de começar

Ministério da Terceira Idade de Botucatu está em festa: D. Alcídia, aos 80 anos, decidiu seguir a Jesus.

 

   Os integrantes do Ministério da Família - Terceira Idade da Igreja Metodista em Botucatu têm um motivo especial de gratidão. No dia  8 de julho, a querida irmã Alcídia Camargo de Moraes, 80 anos completos, entregou-se a Jesus fazendo sua pública profissão de fé.

Embora batizada quando criança na Igreja Metodista, Alcídia - carinhosamente chamada por nós de Neguita - decidiu-se agora por Jesus e o fez com muita alegria. Os irmãos(ãs) da Terceira Idade ajudaram-na nessa feliz decisão e louvam ao Senhor por tão grande bênção, certos de que "na velhice ainda darão frutos"...

Informou: Romeu Francisco Henriques

 

E MAIS: Clique aqui para saber como surgiu o Dia da Pessoa Idosa.

 


Posts relacionados

Geral, por Sara de Paula

20° Concílio Geral (20° CG), no Cenáculo, Geral, por Sara de Paula

Lançamento do devocionário para o 20º Concílio Geral

O livro “Vá para águas profundas” reúne 32 mensagens inéditas

Geral, por José Geraldo Magalhães

Geral, por José Geraldo Magalhães

Geral, por José Geraldo Magalhães

Geral, por José Geraldo Magalhães

Geral, por José Geraldo Magalhães