Mensagem de Natal

"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu … e o seu nome ser?: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Pr?ncipe da Paz" (Is 9.6).


Divinamente inspirado e profundo conhecedor da hist?ria e da vida pol?tica de sua ?poca, em magn?fico estilo, sete s?culos antes, o profeta Isa?as anunciara a vinda ao mundo do Pr?ncipe da Paz.


Zacarias, no s?culo sexto, profetizara: "… Ele anunciar? paz ?s na?es; o seu dom?nio se estender? de mar a mar, e desde o Eufrates at? ? extremidade da terra" (Zc 9.10) e Miqu?ias, o profeta, no oitavo s?culo, escrevera: "Ele ser? a nossa paz" (Mq 5.1)­.


A paz era ansiosamente desejada, pois o mundo que O precedera era palco de desordens, acirradas disc?rdias, viol?ncias, conflitos e guerras. O profeta Ezequiel, tamb?m no sexto s?culo, advertira: "Faze cadeia, porque a terra est? cheia de crimes de sangue, e a idade cheia de viol?ncia" (Ez 7.23).


No hebraico, l?ngua do Antigo Testamento, a viol?ncia ? designada pela palavra hamas para caracterizar um ato de extrema crueldade dirigido contra o ser humano. A viol?ncia ? uma a??o perversa e manifesta uma atitude ostensiva de oposi??o a Deus e ? sua Cria??o.


O nascimento do Menino Jesus em Bel?m de Jud? foi anunciado aos pastores pelo anjo e saudado por uma multid?o da mil?cia celestial que louvava a Deus e dizia: "Gl?ria a Deus nas alturas e paz na terra entre os homens a quem ele quer bem" (Lc 2.14).


A presen?a de Jesus entre os homens ? a express?o da benignidade divina que se prop?e a estancar a torrente de perversidade e viol?ncia, que procede dos cora?es alienados de Deus, a destronar o ?dio e a entronizar o amor.


O tempo continua a fluir com celeridade, enquanto os s?culos e os mil?nios v?o se sucedendo. Nosso calend?rio romano j? registra o terceiro mil?nio e o judaico assinala o ano 5778. Imposs?vel deter o tempo! Novas gera?es v?o ocupando os seus espa?os e o pecado, crudel?ssimo algoz, continua escravizando, em lastimosa progress?o, impiedosamente, o ser humano. As guerras e a viol?ncia de todas as formas e sob todos os pretextos, continuam incontrol?veis espalhando pelo mundo inteiro, seus inexor?veis efeitos!


"Homo homini lupus"- O homem ? o lobo do homem – proclama a c?lebre frase do fil?sofo ingl?s, Thomas Hobbes. O homem sempre fez guerra com a mal?vola inten??o de prejudicar e exterminar o pr?ximo, se necess?rio, para satisfazer suas ambi?es e ego?smos desenfreados. Desde a antiga Roma at? o presente momento hist?rico j? foram travadas mais de 140 guerras. No s?culo XX, em diferentes partes do mundo, os homens j? se envolveram em cerca de 36 guerras. As duas grandes guerras mundiais (1914-18; 1939-45) respectivamente, deixaram atr?s de si um s?quito macabro de dor, desespero, l?grimas, destrui??o e morte: 60 milh?es de homens, mulheres e crian?as foram as v?timas fatais, e, restaram, acima de 100 milh?es, os mutilados, feridos, desabrigados e refugiados. A atual guerra no Iraque j? ceifou milhares de vidas, causou incalcul?veis preju?zos materiais ao pa?s e cerca de US$ 100 bilh?es de despesas aos invasores. Os recursos financeiros gastos com os conflitos seriam suficientes para dar moradia, alimento e vida digna para os 850 milh?es de famintos que vivem em condi?es de pen?ria e extrema car?ncia no mundo. O crime organizado, para os seus j? conhecidos objetivos, movimenta a fabulosa soma de US$ 2 trilh?es. A insaci?vel corrup??o, de todos os tipos e dimens?es, corre impune em todas as camadas da sociedade onde encontra pessoas sem car?ter e sem o m?nimo de dignidade. A multiforme mis?ria reinante no mundo n?o pode ser atribu?da a Deus, mas, unicamente, ? persistente teimosia e estupidez humana.


Indiferentes aos des?gnios de Deus, os obreiros da iniq?idade prosseguem em sua obstinada marcha destruidora. O pecado da desobedi?ncia ? lei do amor, consubstanciada na pessoa do Filho de Deus, permanece presente e atuante nesta gera??o. A sagacidade e a ast?cia da serpente, mencionada no G?nesis, ainda fascina enganosamente, ilude e induz os humanos a erro. O para?so concebido pela mente de Deus, a criatura o transformou em sanguin?ria arena de luta fratricida!


"Si vis pacem para bellum"- se queres a paz prepara-te para a guerra – era a divisa do poder pol?tico e militar de Roma. As tem?veis Legi?es Romanas compostas, em m?dia, por seis mil legion?rios cada uma delas, mantinham-se em permanente prontid?o ? espreita dos inimigos para subjug?-los e aniquil?-los em qualquer parte do mundo. Era o predom?nio do imp?rio da imposi??o e da for?a.


A divina criancinha que nascida na manjedoura, ao contr?rio, inaugura o imp?rio do amor e da paz, pois ela ? a pr?pria encarna??o do amor, "a revela??o do mist?rio que estivera oculta dos s?culos e das gera?es" (Cl 1.26). Todos os que recebem em seus cora?es esta suprema d?diva de Deus, que buscam e querem a paz, semeiam-na, preparam-se para receb?-la e tamb?m para lev?-la a outros. Envoltos e seduzidos pelas artimanhas e ciladas do tentador, homens e mulheres, ainda n?o convertidos, n?o conseguem vislumbrar a luz do evangelho, do amor e da paz que, na plenitude dos tempos, fora anunciada aos pastores. A voz mansa e suave do Pr?ncipe da paz torna-se inaud?vel ante o som horrendo e tenebroso da voz do pr?ncipe das trevas expressa numa pequena discuss?o, numa intriga, no sibilar das balas e at? no estrondo das bombas e no troar dos canh?es.


Superar toda forma de viol?ncia e construir a paz, entrar e habitar amorosamente nos cora?es ? o projeto de Deus na santidade dessa crian?a. Veio para estabelecer o shalom, preconizado pelo Velho Testamento e para derrubar o muro de separa??o que havia entre a criatura e o Criador. Este termo hebraico, de natureza abrangente, traz impl?cito o sentido de reciprocidade e significa bem-estar, prosperidade, felicidade, sa?de, seguran?a, fraternidade, harmonia com Deus e paz.


Natal renova o sublime prop?sito divino de fraternidade, de reconcilia??o entre Deus e o homem e do anseio incontido e ardente de felicidade e paz para todos.


Natal faz vibrar com ternura os nossos cora?es, e desperta dentro de n?s os mais nobres sentimentos e valores que estavam indolentes e adormecidos em nosso ser. T?o majestoso gesto enaltece, dignifica e restaura a condi??o humana, ferida e humilhada pelo aguilh?o do pecado.


Celebremos, pois, este Natal com hosanas, regozijo, alegria imensa, profundo reconhecimento e glorificando a Deus nas maiores alturas. Este ? o fato mais extraordin?rio acontecido na Hist?ria: a vinda de Jesus ao mundo para nos salvar no tempo e na eternidade.


Seja nosso supremo desejo buscar e semear; semear o amor e colher a paz, inclinando-nos em adora??o, gratid?o, rever?ncia e submiss?o diante do divino Infante de Bel?m, Jesus, o Pr?ncipe da Paz.


Rev. Ivam Pereira Barbosa – Redator do IR-Informativo Regional da 5?RE


Bibliografia: Diccionario de La Biblia – Barcelona Editorial Herder – 1963; O Novo Dicion?rio da B?blia – Edi?es Vida Nova – 2002; Vocabul?rio B?blico – Aste-S?o Paulo; Folha de S?o Paulo, julho/2007; O Estado de S?o Paulo, setembro/2007; Vicentino, Cl?udio – Hist?ria Geral – Editora Scipione- 1977; Magnoli, Dem?trio Martinelli – O mundo contempor?neo – Editora ?tica -S?o Paulo – 1990; Anota?es, do autor, em aulas de Latim – Unesp/Franca.

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