H? mais de dois mil anos, na manjedoura, em Bel?m, nasce uma humilde criancinha.
Era o enviado de Deus, e um anjo anuncia "hoje vos nasceu na cidade de Davi, o Salvador, que ? Cristo, o Senhor. E subitamente apareceu com o anjo uma multid?o da mil?cia celestial louvando a Deus e dizendo: Gl?ria a Deus nas alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem" (Lc 2.11,13 e 14).
Sinos bimbalham, pinheirinhos tremeluzentes evocam o brilho das estrelas que iluminavam o firmamento naquela noite santa. M?stica emo??o acalenta os nossos cora?es. Tudo ? encanto, gratid?o, amor e ternura.
A magnitude do acontecimento excede a todos do universo, das celebra?es grandiosas e singulares da Hist?ria ao espa?o imenso, e ao pr?prio infinito. ? a eternidade que se comunica na linguagem do tempo, na meiguice de uma crian?a.
O seu nascimento coincide com uma ?poca de disc?rdias, hipocrisia religiosa, contradi?es e desesperan?a. Os fracos e os humildes eram alvos constantes de menosprezo e explora??o. A Palestina padecia sob o dom?nio do Imp?rio Romano, fascinado por gl?rias, ?vido por poder e riqueza. Impunha a sua supremacia sob intimida??o das armas e de um escorchante sistema tribut?rio. Cresciam incontrol?veis a insatisfa??o e a revolta, simultaneamente ao incontido anseio por mudan?as radicais neste perverso cen?rio.
A situa??o pol?tico-econ?mico-social alimentava a tradi??o do messianismo de que somente um emiss?rio de Deus reuniria prerrogativas para libertar o povo, esmagado pela prepot?ncia dos seus inescrupulosos dominadores.
A predi??o do nascimento de Jesus j? estava preconizado no c?ntico de Maria: "Porque o Poderoso me fez grandes coisas […] dispersou os que no cora??o alimentavam pensamentos soberbos. Derrubou dos seus tronos os poderosos e exaltou os humildes" (Lc 1.49-52). Os ?nimos estavam preparados para a recep??o do Infante de Bel?m, o Messias, que, como rei e sacerdote, assumiria essa miss?o libertadora.
Paralelamente ?s humanas expectativas, nasceu e cresceu o menino em sabedoria, estatura e gra?a diante de Deus e dos homens (Lc 2.52). Na sua trajet?ria, do ber?o ao t?mulo, realizou portentosos feitos, operou milagres, prod?gios e sinais. Na inf?ncia deixou at?nito e alarmado o rei Herodes, pois temia que Ele viesse destron?-lo; e, na meninice, no templo, deixa perplexos os doutores. Na vida adulta, como ser divino, praticou atos que desafiaram a imagina??o de todos, at? mesmo dos seus mais ?ntimos e fi?is seguidores: andou por sobre as ?guas; repreendeu os ventos e as tempestades; acalmou a f?ria do mar; fez andar os aleijados; deu vista aos cegos; aos surdos a audi??o; curou os enfermos; resistiu ao tentador, no deserto; brandindo a flamejante espada do Esp?rito; libertou os oprimidos pelo maligno; restituiu a vida a L?zaro e ? filha de Jairo; e, finalmente, realizou o seu mais glorioso ato – a sua ressurrei??o dentre os mortos.
Ensinava a todos a depositarem a sua confian?a em Deus levando-os a observarem o Seu desvelo para com as aves do c?u e para com os l?rios do campo. Como ser humano, era manso e suave: chamava para si as criancinhas; era solid?rio e compassivo alimentando as multid?es famintas, comovendo-se diante do sofrimento e da dor, e chorando com Marta e Maria na morte de L?zaro.
Diante da majestade de Sua pessoa divino-humana todos se inclinam e quedam-se genuflexos tal o indescrit?vel significado de sua gloriosa presen?a no mundo – "Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que est? acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos c?us, na terra e debaixo da terra e toda l?ngua confesse que Jesus ? Senhor, para gl?ria de Deus Pai (Fp 2.9-11)".
O poeta sacro em un?ssono com a proclama??o apost?lica exclama: "Eu, remido pecador, me dedico ao redentor. Teu ? este cora??o. Teu em plena sujei??o" (HE 181); "Vinde, alegres, celebremos este dia de Natal, dando a Cristo nossas almas oferenda filial. Aleluia! Ele ? o Rei Universal" (HE 13).
A linda hist?ria do Natal a todos enternece e comove. As solenidades de sua celebra??o duram apenas alguns dias, mas, para as almas que fizeram do Natal a raz?o maior de sua espiritualidade, a audi??o desta m?sica divina, a melodia dos hinos e das can?es natalinas, e o c?ntico dos anjos, naquela noite memor?vel, permanecem como se fossem uma quotidiana harmonia.
Seja o nosso ?nico anseio, na conting?ncia e transitoriedade da exist?ncia, submetermo-nos integral e incondicionalmente a Jesus, o sublime Infante nascido em Bel?m, poi,s Natal inspira plena submiss?o.
Rev. Ivam Pereira Barbosa (Redator do IR – Informativo Regional da 5? RE)
								
				
