Publicado por José Geraldo Magalhães em Geral - 03/07/2012

Palavra Episcopal: bispo Luiz Vergílio fala sobre Pentecostes

Pentecostes

O jogo da Vida

O futebol se constitui em paixão para imensa parte da população brasileira, gerando uma cultura própria em forma de costumes e comportamentos. Existem análises e comentários atribuindo ao futebol valor de catarse coletiva; como substituto das antigas arenas greco-romanas, nas quais a natureza da agressividade humana é sublimada de forma simbólica, nos jogos e nas lutas entre diferentes clubes com os quais o público se identifica.

Nesta linha de argumentação, o futebol proporciona às pessoas a oportunidade de extravasar as suas frustrações cotidianas, desejos contidos pelos princípios de convivência social. Assim, os esportes competitivos, de um modo em geral, funcionam como válvulas de escape, sem os quais certamente, o nível de violência real na sociedade seria mais acentuado.

Por outro lado, percebe-se que as manifestações explícitas nos estádios, seja verbal e física, são extensões representativas da violência presente nas relações interpessoais e institucionais do cotidiano das pessoas.

Contudo, a possibilidade deste entendimento não pode esgotar o sentimento de apreciação pelo esporte em si. O futebol é, também, expressão da arte popular que se expressa na plasticidade dos movimentos dos (as) atletas, nas estratégias de ataque e defesa, na força, habilidade e velocidade de execução de jogadas de um craque. Esporte que envolve poder de mobilização e de disciplina coletiva.

O apóstolo Paulo utiliza-se, em algumas oportunidades, de imagens ligadas a atividades esportivas de sua época. A cultura Greco-romana, ambiente onde viveu, valorizava a prática de esportes dando status de heroico às pessoas vencedoras de competições. Quando preso em Roma e pressentindo o seu martírio escreveu aos seus irmãos e irmãs na fé que havia combatido o bom combate e completado a sua “maratona”.

No cotidiano de nossas vidas, também, a força da fé em Cristo nos faz jogar, com todas as forças, pela vida e para a vida com a esperança de superação das nossas frustrações, fragilidades e agressividade.

Nossa fé em Cristo, longe de ser uma forma coletiva de alienação, deve caracterizar o jogo da vida, que se mobiliza comunitariamente, para a construção de espaços aos relacionamentos mais fraternos, construtivos do bem-estar coletivo, humanizados pelo sopro do Espírito, que gera vida em plenitude, gera o entendimento, espírito de conciliação, de justiça e de paz. A arena de atuação do Pentecoste na vida da Igreja é o mundo onde o sopro do Espírito Santo institui uma nova linguagem: a linguagem do amor. 



Luiz Vergílio
Bispo da 2ª Região Eclesiástica


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