Palavra Episcopal dezembro 2009

Para cumprimento das Profecias


"Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por interm?dio do profeta:
Eis que a virgem conceber? e dar? ? luz um filho, e ele ser? chamado pelo nome de Emanuel
(que quer dizer: Deus conosco)." (Mt 1.22-23)








 


Paulo de Tarso de Oliveira Lockmann – Bispo na 1? RE


1. Introdu??o – Herdeiros das Promessas: O Messias veio e voltar?.


Natal ? principalmente a celebra??o do cumprimento das promessas de Deus de que: "Do tronco de Jess? sair? um rebento, e das suas ra?zes, um renovo. Repousar? sobre ele o Esp?rito do SENHOR, o Esp?rito de sabedoria e de entendimento, o Esp?rito de conselho e de fortaleza, o Esp?rito de conhecimento e de temor do SENHOR." (Is 11.1-2). Sim, Deus envia o ungido – o Messias – Jesus Cristo, o qual foi e ? para a Igreja Crist? a promessa de Deus que se realizou.

O Messias, Jesus Cristo, ? aquEle que veio e voltar?, disto se ocupa o primeiro documento crist?o que foi a carta de Paulo aos Tessalonicenses escrita por volta do ano 48-49 da era crist?.
A este respeito se referia o Ap?stolo Paulo: "O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso esp?rito, alma e corpo sejam conservados ?ntegros e irrepreens?veis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo." (1 Ts 5.23). Ora, a Igreja somente tem uma escatologia, que trata dos ?ltimos tempos e da segunda vinda de Jesus Cristo, porque um dia Ele veio! Conforme o testemunho do Ap?stolo Jo?o: "E o Verbo se fez carne e habitou entre n?s, cheio de gra?a e de verdade, e vimos a sua gl?ria, gl?ria como do unig?nito do Pai." (Jo 1.14) (Leia tamb?m 1Jo 1.1-3).
P
reciso recordar estes fundamentos da nossa f?, porque alguns inconseq?entes no mundo evang?lico t?m a ousadia de pregar contra a celebra??o do Natal. Deixe-me dizer que sem Natal n?o tem Jesus Cristo, e sem Jesus Cristo n?o tem salva??o. As alega?es s?o que o Natal estaria vinculado ?s celebra?es de divindades n?rdicas, enfim uma sucess?o de argumentos "hist?ricos", mal interpretados, e que s? funcionam para quem n?o conhece a hist?ria e a teologia. Abomino aqueles que esquecem a hist?ria e a tradi??o da Igreja, como se eles mesmos tivessem inventado a Igreja; agora, este tipo de arrog?ncia ? nociva ao mover do Esp?rito Santo nos 2000 anos de hist?ria da Igreja.
A verdade ? que n?o se tem absoluta certeza da data exata do nascimento de Jesus, no entanto, sabemos e cremos que Ele nasceu. E desde muito cedo na hist?ria da Igreja o nascimento de Jesus foi celebrado. A maioria dos estudiosos do Evangelho de Jo?o reconhece nele diversas partes como elementos da celebra??o c?ltica da Igreja Primitiva, uma das mais notadas ? a do pr?logo de Jo?o (cf. Jo 1.1-14). Ou seja, a Igreja, desde o primeiro s?culo, celebrou a vinda de Jesus ao mundo, ou seja, o Natal. Com que direito alguns ansiosos por inventar modismos, querem extinguir isto?
Vejamos como a comunidade de Mateus faz refletir no Evangelho, a sua vis?o de alguns dos sinais prof?ticos sinalizados no nascimento de Jesus.


2. As preocupa?es do Evangelho de Mateus acerca de Jesus, o Messias.


Uma das primeiras li?es sobre o Evangelho de Mateus ? que ele foi desde cedo reconhecido como um Evangelho dirigido aos judeus. H? muitas outras evid?ncias internas no Evangelho que nos mostram o esfor?o de Mateus e a sua igreja de provar atrav?s das profecias que Jesus era sim o Messias prometido atrav?s dos profetas. ? o que veremos nos primeiros relatos do nascimento de Jesus, conforme Mateus.
a) "E Jac? gerou a Jos?, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama o Cristo." (Mt 1.16). Vejam que Mateus limita a genealogia de Cristo (o Messias) aos antecessores do povo eleito, come?ando com Abr?o, o patriarca da na??o de Israel. Assim o Evangelho n?o deixa d?vida, Jesus, o filho de Jos?, procede da raiz de Jess?, conforme as profecias (cf. Is 11.1). E este Jesus ? o Cristo – o Messias. Soma-se a isto que na ?poca de Jesus o t?tulo messi?nico lembrado era Filho de Davi (cf. Mc 10.46).
b) "Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por interm?dio do profeta: Eis que a virgem conceber? e dar? ? luz um filho, e ele ser? chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)." (Mt 1.22-23). Aqui a profecia ? citada por um anjo, o que caracteriza uma interfer?ncia divina e evidente na hist?ria, o an?ncio do nascimento ocorre por uma visita de Deus, atrav?s de seu anjo mensageiro. Isto coloca a narrativa no n?vel dos momentos de visita??o ocorridos no Antigo Testamento, o significado ? algo novo, que est? come?ando, uma nova alian?a est? sendo escrita.
O conceito est? escrito por interm?dio dos profetas, que refor?a a id?ia de Deus desejando sempre ter seu povo junto dele, libert?-lo, resgat?-lo, aben?o?-lo. Sempre foi o objetivo da profecia, mesmo quando ela anuncia o ju?zo e a condena??o do pecado no meio do povo. A vinda do Messias apontava o momento, assim estava denunciando o pecado, e como diz a profecia apontada pelos mestres a Herodes: "… de ti sair? o guia que h? de apascentar o meu povo…" Sim, Jesus Cristo ? como o ungido apresentado como o grande Pastor de Israel e da Igreja. Nele se inspirou a pastoral da Igreja Primitiva e deve inspirar o nosso minist?rio pastoral, e o minist?rio da Igreja, enquanto enviada a cuidar dos pobres e pecadores.
Isto foi muito bem sublinhado por Mateus no minist?rio de Jesus. Vejamos alguns momentos.


1) Sua miss?o: "… e, deixando Nazar?, foi morar em Cafarnaum, situada ? beira-mar, nos confins de Zebulom e Naftali; para que se cumprisse o que fora dito por interm?dio do profeta Isa?as: Terra de Zebulom, terra de Naftali, caminho do mar, al?m do Jord?o, Galil?ia dos gentios! O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na regi?o e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz. Da? por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque est? pr?ximo o reino dos c?us." (Mt 4.13-17).
Jesus sai do jejum e tenta??o no deserto e cumpre a profecia de abrir os olhos do povo que estava em trevas e pecado, o seu convite, centro de sua miss?o, foi: "… arrependei-vos … est? pr?ximo o reino dos c?us …" (Mt 4.17).


2) "… e passou a ensinar-lhes dizendo …" (Mt 5.2).
Esta frase introduz seu minist?rio de discipulado aos disc?pulos e as multid?es. O serm?o do monte ? a unidade cont?nua mais completa do manual da vida crist?, sempre ancorada no ensino do Antigo Testamento, algumas vezes radicalizando positivamente: "Ouvistes que foi dito aos antigos: N?o matar?s; e: Quem matar estar? sujeito a julgamento. Eu, por?m, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irm?o estar? sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irm?o estar? sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estar? sujeito ao inferno de fogo." S?o os padr?es da nova alian?a, trazidos com a vinda de Cristo Jesus ao mundo, e Ele exercendo o papel de Pastor e Mestre.


3) "Desembarcando, viu Jesus uma grande multid?o, compadeceu-se dela e curou os seus enfermos". (Mt 14.14).
Aqui Jesus expressa literalmente seu cora??o de pastor, compadeceu-se de seu povo, de suas enfermidades, de suas dores, de suas necessidades. Este padr?o ? trazido ao mundo na pastoral de Deus, atrav?s do Messias. Esta sensibilidade espiritual, messi?nica, estava no cora??o de Jesus, e deve estar no cora??o de nossos pastores e pastoras, e, acima de tudo, deve estar no cora??o da Igreja como povo de Deus, chamado a ser sinal prof?tico ao mundo. Sim, precisamos ter os olhos de Deus, os ouvidos de Deus e, acima de tudo, o amor de Deus. Paulo nos recorda: "Tende em v?s o mesmo sentimento que houve tamb?m em Cristo Jesus." (Fp. 2.5).

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