Palavra Episcopal fevereiro 2007







 

Jo?o Carlos Lopes, Bispo da 6? Regi?o Eclesi?stica

"A igreja ? cheia de hip?critas". "N?o praticam o que pregam". J? ouviu frases como estas? Obviamente algumas pessoas usam-nas para justificar sua falta de compromisso. Mas o fato ? que h? um elemento de verdade nessas afirma?es. Existem hip?critas na igreja. H? pessoas que n?o praticam o que pregam. E alguns mostram, pela sua infidelidade, que o que dizem crer n?o tem muito valor.


A Igreja deve ser um lugar onde as pessoas possam ver a f? em a??o. Onde demonstra?es vivas da gra?a de Deus sejam percebidas.


Nos primeiros vers?culos de Romanos 12, o ap?stolo Paulo havia explicado que a igreja ? um corpo com multiplicidade de membros e multiplicidade de dons. Nesse corpo cada membro ? necess?rio e tem o dever de exercitar os dons e minist?rios que Deus lhe deu. Agora, nos vers?culos 9-13 o ap?stolo mostra como a gra?a de Deus afeta o dia-a-dia do/a crist?o/?. A mensagem aqui ? que n?o apenas temos a responsabilidade de exercitar os dons, mas temos tamb?m a responsabilidade de exercitar a gra?a.


A gra?a de Deus, estendida a n?s, deve ser ministrada atrav?s de n?s a outras pessoas. Paulo demonstra como o exerc?cio da gra?a de Deus afeta o nosso viver e, conseq?entemente, o nosso testemunho. Vejamos:


1. O exerc?cio da gra?a de Deus afeta o nosso car?ter:


"O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem" (v.9).


A palavra "hipocrisia" ? a mesma palavra (no original) usada para atores e atrizes. Significava "fazer um papel; simular; fingir". Paulo est? dizendo que o amor precisa ser sem fingimento.


A seguir o ap?stolo orienta: "detestai o mal, apegando-vos ao bem". Ser? que isso n?o quer dizer que o verdadeiro amor rejeita o pecado (mal), mas acolhe as pessoas (bem)? Freq?entemente ca?mos em um desses extremos: ou rejeitamos a pessoa por causa do pecado ou ignoramos o pecado com medo de ferir a pessoa. O verdadeiro amor ama a pessoa enquanto despreza o pecado. Amor sem verdade ? leviandade. Verdade sem amor ? legalismo. Precisamos amar as pessoas como elas s?o, ao mesmo tempo em que reafirmamos a verdade, buscando ajud?-las na busca da transforma??o pela gra?a de Deus.


2. O exerc?cio da gra?a de Deus afeta os nossos contatos:


"Amai-vos cordialmente, uns aos outros, com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros" (v.10).


Paulo relembra os romanos que eles s?o parte da fam?lia de Deus. Esse relacionamento fraterno ? a base do compromisso entre eles.


A ?ltima parte do verso nos d? a chave para o encorajamento m?tuo: "preferindo-vos em honra uns aos outros". Quando exercitamos a gra?a de Deus nos nossos relacionamentos, reconhecemos que o/a outro/a ? maior que n?s. Essa ? a mesma exorta??o que encontramos em Filipenses 2.3: "Nada fa?ais por partidarismo ou vangl?ria, mas em humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo". Um dos resultados pr?ticos do exerc?cio da gra?a de Deus no corpo de Cristo ? que ficamos ansiosos por nos edificarmos mutuamente em amor.


3. O exerc?cio da gra?a de Deus afeta o nosso comportamento:


"No zelo, n?o sejais remissos; sede fervorosos de esp?rito, servindo ao Senhor. Regozijai-vos na esperan?a, sede pacientes na tribula??o, na ora??o, perseverantes" (v.11-12)


A ?nfase do verso 11 ? na intensidade com que vivemos nossa vida. O/a crist?o/? n?o pode ser indiferente ou ap?tico/a. Uma das marcas da pessoa crist? ? o entusiasmo. O servi?o crist?o deve ser realizado com fervor espiritual. Um esp?rito fervoroso ? contagiante. A express?o "crist?o ap?tico" ? uma contradi??o de termos.


J? o verso 12 enfatiza a influ?ncia da f? no comportamento: a) Regozijamo-nos na esperan?a quando nossa esperan?a ? baseada na nossa f? em Jesus Cristo; b) Temos paci?ncia na tribula??o quando sabemos que Deus est? conosco no meio das dificuldades; c) Perseveramos na ora??o quando cremos que existe um Deus que responde ?s nossas ora?es.


Quando exercitamos a esperan?a, outros/as ser?o encorajados/as a esperar. Quando somos pacientes na tribula??o, outros/as ser?o motivados/as a fazer o mesmo. Quando perseveramos na ora??o, outros/as ser?o inspirados/as a perseverar. Assim a gra?a de Deus flui atrav?s de n?s em dire??o aos/?s outros/as.


4. O exerc?cio da gra?a de Deus afeta o nosso cuidado:


"Compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade" (v.13).


O exerc?cio da gra?a de Deus requer um cuidado genu?no para com as pessoas em necessidade: "aquele que possuir recursos deste mundo, e vir o seu irm?o padecer necessidade, e fechar-lhe o seu cora??o, como pode permanecer nele o amor de Deus? Filhinhos, n?o amemos de palavra nem de l?ngua, mas de fato e de verdade" (I Jo 3.17-18). No exerc?cio da gra?a de Deus o ego?smo d? lugar ao altru?smo.


Conclus?o


Estamos vivendo num tempo de intenso legalismo e intoler?ncia. O fundamento da f? crist?, entretanto, ? a gra?a de Deus: "pela gra?a sois salvos…". Algu?m disse que "Deus n?o nos muda para ent?o nos amar. Ele nos ama para ent?o nos transformar".


Assim, no in?cio de um novo per?odo eclesi?stico, diante de n?s se renova o desafio evang?lico de responder ? gra?a de Deus de tal forma que possamos exercit?-la no nosso dia-a-dia, sendo transformados e sendo instrumentos de transforma??o na vida de todos/as aqueles/as que nos rodeiam, na igreja e fora dela.

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